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Por Escrito

O Cão de Caça do Céu e o Menino Sorriso

“Menino sorriso”. Recebi este “título” na infância. Não lembro de quem, só sei que ele me definiu até, aproximadamente, meus quinze anos. O meu sorriso sem graça era a máscara que escondia, ou revelava, minha timidez: a vilã responsável pela minha dificuldade em fazer amigos e que, consequentemente, me transformava naquele menino desajeitado que ninguém queria no seu time na hora da educação física, que ficava por último na hora de formar os grupos para os trabalhos, e que, por isso, se esforçava para ser um “bom filho” e um “aluno nota 10”, para ser pelo menos notado. Mas enquanto eu procurava que os outros me vissem, os olhos do “Cão de Caça do Céu”1 já estavam sobre mim, mesmo sem eu saber.

A minha vida começou a mudar ainda na adolescência, a partir de um simples convite. Eu já apreciava bastante o grupo de evangélicos que iam à escola fazer apresentações de peças teatrais, danças e cantavam músicas bem animadas. Então, quando uma colega de sala me convidou para ir à igreja evangélica, não tive nenhuma resistência, mesmo eu sendo de uma família de tradição católica.

Bastou eu ir uma única vez naquele lugar para eu não querer mais sair de lá e ficar longe daquelas pessoas. Eram adolescentes como eu, mas diferentes. Toda a energia, disposição e criatividade que adolescentes têm, eles usavam para servir a Deus. E, por incrível que pareça, não eram chatos. O melhor de tudo é que me acolheram com um abraço que me revelou o amor de Deus de maneira muito especial. Aqueles adolescentes fizeram comigo o que a raposa pediu ao Pequeno Príncipe: me cativaram!

Me desculpem aqueles que gostam de fortes emoções, mas meu encontro com o “Cão de Caça do Céu” foi simples e singelo. Sem queda de cavalo, sem conversa com mula, tão pouco briga com anjo. Ele chegou na minha vida como aquela brisa suave de um final de tarde, mas também de forma muito concreta. As mãos estendidas e os braços abertos daquelas pessoas, para as quais eu não tinha nada a oferecer, revelaram o amor daquele que deu a vida na cruz do Calvário por mim.

E lembra daquele menino tímido que só sabia sorrir? Ele continuava sorrindo, mas agora era um sorriso sincero e cheio de vida. A partir do convívio com os adolescentes da igreja e a leitura da Bíblia, o Espírito Santo foi plantando no coração dele a necessidade de arrependimento e de uma entrega incondicional a Jesus, como Senhor e Salvador. O menino risonho foi batizado e agora já estava cantando, fazendo teatro e dirigindo o culto nas reuniões de adolescentes. Aprendeu todas essas coisas não pelo discurso, mas pelo exemplo, com aulas práticas em tardes ensolaradas indo de bicicleta fazer visitas a outros adolescentes ou indo em praças e escolas transmitir o evangelho por meio de peças e músicas. Na comunhão, aprendia a ter uma vida santificada, compartilhar Jesus com outras pessoas e usar dons e talentos para servir a Deus.

Já faz mais de dez anos que tudo mudou. O Menino Sorriso continuou sendo excluído na escola na hora de formar os times para o futebol, mas ele já nem se importava, pois percebeu que podia desfrutar de coisas bem mais interessantes. Ele também continuou sorrindo, mas agora o sorriso ganhou sentido. O solitário ganhou amigos e a timidez deu lugar ao teatro, à dança e à música. A vida acinzentada ganhou cor, beleza e uma trilha sonora harmoniosa, daquelas que só gente como João Alexandre ou o "Bituca" sabem compor. O Autor da Vida, como um excelente editor, arrumou as rimas pobres da pobre vida do Menino Sorriso e reescreveu os versos transformando num belo e rico soneto de misericórdia, amor e graça.

Nota
1. Referência a Deus no poema “Cão de Caça do Céu”, de Francis Thompson.

• Phelipe M. Reis é amazonense, jornalista e missionário. É esposo da Luíze e pai da Elis.

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Foto: Unsplash.com.

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