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Por Escrito

Religioso era, mas perdido estava

Por Ary Velloso

O coroinha e o "livro dos protestantes"

Barbacena sempre me pareceu um nome bonito. Talvez porque daquela antiga cidade mineira me venham as primeiras lembranças de minha vida. Entre elas a do soldado da rua Quinze: fuzil no ombro a mover-se de um para outro lado. Era a sentinela do 9º Batalhão. Lembro-me sempre do sino da Boa Morte, igreja bonita no alto da colina. Mas nunca ouvi falar ali em Bíblia, evangelho ou salvação que Jesus Cristo oferece a todo pecador. Se ouvi, não fui impressionado, pois não me lembro.

Em Barbacena, levei marmita para meu pai, então cabo do 9º Batalhão. Quando eu tinha 8 anos ele foi destacado para Capela Nova das Dores. Bondosa e dedicada era dona Judite, professora da escola primária. Sendo religiosa e notando em mim alguma inclinação para religião, dona Judite passou a ensinar-me algumas frases em latim. Logo comecei a ajudar o padre Juca na missa. Zé do Padre, Antônio e eu éramos os coroinhas da Igreja de Capela Nova. Cada domingo eu vestia a minha batina preta, muito preta, pois sempre que se tornava “russa” minha mãe a colocava na anilina e, domingo após domingo, eu de batina preta ajudava padre Juca na missa.

Por este tempo meu pai comprou uma mesa e dentro de uma gaveta estava uma parte da Bíblia, o Novo Testamento. Mamãe começou a ler aquele evangelho, mas sempre às escondidas, pois meu pai não tolerava o que ele chamava de “o livro dos protestantes”. Pouco a pouco, a luz do evangelho ia penetrando-lhe o coração e dando-lhe paz com Deus, gozo e confiança. Coisa maravilhosa é a leitura da Bíblia!

Um puxão de orelha

Enquanto mamãe lia a Bíblia, eu ajudava na missa. Cada dia me entusiasmava mais e mais com as cerimônias e rituais da igreja. Era tempo de reza. A noite estava agradável e a igreja, cheia. Uma criança chorou durante a reza e o padre Juca ficou nervoso, resolvendo abreviá-la. Pediu pelo turíbulo e eu não estava preparado. Quando cheguei ao altar com algum atraso, padre Juca puxou-me a orelha ali mesmo, à vista de todos. Ele não sabia, nem eu, mas Deus tinha um propósito naquele puxão de orelha. Minha mãe aproveitou a ocasião para enviar-me a uma fazenda, não longe da Capela Nova, onde se estudava a Bíblia. Depois do Vale do Rio Doce ouvi mais do evangelho.

Biscateiro em Belo Horizonte

Em 1950 meu pai foi transferido para a capital mineira. Não encontrando emprego, fui para o mercado. Ali eu carregava cestas e balaios para madames, recebendo delas um “trocado”. Não longe do mercado estava uma igreja evangélica. Aos domingos, enquanto trabalhava, fui atraído pelos hinos que ouvi por meio do alto-falante daquela igreja, na praça Raul Soares, e passei a frequentá-la. Certo dia, um moço chamado Elviro Tarabal me disse: “Ary, você precisa se batizar”. Batizado fui. Tornei-me membro da igreja.

Membro da igreja, mas perdido

Não é a igreja que salva. Eu havia me unido a uma igreja evangélica, mas estava perdido. Não tinha e não poderia ter certeza da salvação. Igreja, seja ela católica ou protestante, não salva. Quem salva é só Jesus! São Pedro, o príncipe dos apóstolos, declarou: “Só n’Ele (Jesus) está a salvação; pois aos homens nenhum outro nome foi dado sob o céu pelo qual possamos ser salvos” (Atos 4.32). Mas eu não entendia isso. Um ano depois, a missionária Rosalee Appleby deu-me um livro escrito por Moody, Caminho para Deus e Como Encontrá-lo. Deus, na sua infinita misericórdia e em seu grande amor, mostrou-me por meio deste livro o meu estado de perdição. Eu ia à igreja e ouvia o pregador falar da paz que há em Cristo, do gozo que vem do céu e sobretudo da certeza absoluta que o homem pode ter a respeito da sua própria salvação. Entendi que estava perdido! Não sabia para onde iria caso morresse. Religioso era, mas perdido estava. Porém, coisa boa é quando o homem descobre que está perdido, pois, então, procura ser salvo. Quantos homem e mulheres há que perdidos estão, mas não o sabem. Eu vi que era perdido e procurei a salvação. Esforcei-me para entrar pela porta estreita. Quando procurei, achei. No dia 31 de julho de 1953, fui àquela mesma igreja da praça Raul Soares em Belo Horizonte. Ali ouvi a mensagem de que Jesus Cristo veio e morreu para me salvar. Naquela noite entreguei, pela fé, minha vida a Cristo, confiei nele. Fui salvo. Ao chegar em casa, acordei minha mãe e disse-lhe: “Mãe, fui salvo”. De alegria, lágrimas rolaram dos seus olhos.

Nota: Texto publicado originalmente em 1968, na edição 7 de Ultimato.

• Ary Velloso, mineiro de Congonhas do Campo. Depois da experiência de conversão narrada acima, fez o ginásio e o curso clássico no Colégio Municipal de Belo Horizonte. Matriculou-se na Faculdade Teológica Batista de São Paulo. Em 1962, transferiu-se para a cidade de Dallas, no Texas, onde completou seus estudos de teologia e se especializou em grego no Dallas Theological Seminary. Foi missionário da Sepal e fundador da Igreja Batista do Morumbi. Faleceu aos 77 anos, em 25 de abril de 2012.

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Imagem: Daniel Tseng/Unsplash.com

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