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Palavra do leitor

Eu sou a Igreja (ou porque decidi não fazer parte de nenhuma facção eclesiástica)

A igreja como instituição falhou. Falhou em acolher os pobres e oprimidos, em abrir suas portas para mendigos, drogados e homossexuais. Falhou em mostrar ao mundo que a face mais visível, e talvez a única a se mostrar, é o amor. ONGs e governos tem tomado o “não se conformem como o mundo anda” das mãos daqueles que a princípio seriam seus detentores por direito de sangue, sangue de Cristo, nós. É que passamos muito tempo ensaiando passos para a próxima coreografia, acordes para a próxima ministração, sermãos pomposos para a próxima cruzada, liturgias para casamentos, batismos, funerais. Estamos muito ocupados com o próximo retiro, sobre onde será a reunião seguinte de descontração, e quem convidaremos e quem (bem feito) deixaremos de convidar. Estamos ligados, conectados na net, vasculhando a ofensa seguinte que fará nossa indignação alcançar níveis vociferantes, quando então no conforto de nossas cadeiras giratórias de rodinhas, afogados em indignação, gritaremos ao mundo que somos um povão, não povinho, que agora até na TV Globo estamos, que já não usamos saias até os joelhos, que aparamos nossos cabelos, que usamos maquiagem, que pulamos em nossos cultos feito cães amestrados “agora levante a mão, agora ponha no coração, agora no bolso...” Mostramos ao mundo que somos a igreja evolutiva “modernete”. Temos carros, casa própria, TV a cabo, internet, mobília sob medida, cozinha sob medida, todos tem, o novo crente tem, todos querem... eu também quero. Somos cool, usamos piercings, somos tatuados, roupa da moda, temos iPhone, TV de LED, assento sanitário que aquece. Estamos na vanguarda de uma geração “apaixonada” (eca) que há de receber das mãos do próprio filho de Deus as chaves de um novo reino que ele tanto falou, mesmo pouquíssimos entendendo. O reino de Deus em que nós seremos os bem ditos, os gostosões e gostosonas de uma nova era, as últimas bolachas do pacote ungido. O mundo será nosso, o Brasil será nosso!

A criação de Deus ainda não acabou, para desespero dos apaixonados pelo status quo. Quando o verbo se fez carne e se esvaziou de toda sua glória, Ele estava dando mais um passo para o degrau seguinte no caminho para a chegada de seu Reino. E nesse reino igrejas tombam feito papel. Dentro de templos o mato cresce e bancos apodrecem e racham. Paredes descascam e telhas são tomadas por aqueles que sãos seus verdadeiros donos, pasme você, os que dormem ao relento. Cortinas antes servindo de nada para nada agora estão recobrindo os corpos daqueles que estremeciam de frio. Madeira de púlpitos são lenha que aquecem os pobres no inverno. Vinho da eucaristia agora refresca gargantas sedentas. Pão da carne de Cristo alimenta os famintos. As igrejas enfim tem seu papel concluído: o de servir ao mundo. Pois se seus membros agora já não entopem os templos as pedras começaram a clamar, literalmente. Me dói saber que dificilmente seremos como Jesus, no lugar que Jesus sempre esteve, no mundo. Nos puteiros, abraçado a bêbados nos bares, em uma boca de fumo mais próxima ou talvez papeando com homossexuais. Ele sempre esteve lá, você e eu? Nunca.

Mas a ilusão da igreja vai além. Temos medo de nos vermos sozinhos com o evangelho. Pois ele precisa ser vomitado da boca de pastores e preletores para que haja um mínimo de entendimento e talvez de ação. O evangelho e nós, sozinhos, nos assusta. Precisamos de alguém que nos dê a boa nova mastigada. E como toda objetividade bíblica acaba vindo “contaminada” com a subjetividade de cada intérprete do evangelho, a massa de ouvintes desde tempo imemoriais vem sendo levada em ventos e tempestades de lá pra cá em heresias, vícios de linguagem e bobagens sem fim. Sendo atrofiados mentalmente, tendo que observar muros erguidos entre nós e o evangelho.

Estamos diante de um dilema, meus caros. Ou tomamos o evangelho inerrante do homem chamado Jesus, que se despiu de sua glória de Deus, e como homem, viveu, beijou, comeu, dormiu, bebeu (vinho), chorou, cuspiu, sangrou, tocou, morreu e voltou a viver; abraçando-o assim e apreendendo Sua mensagem de graça que move todo o universo e que espera de nós que movamos o homem ao nosso lado, o próximo, num amor que somente aqueles que seriam conhecidos pelo amor podem dar e receber e dar (setenta vezes sete), ou voltamos nossos olhos para nossas vidas simples e cômodas, na certeza de que a graça em sua profundida é coisa para teólogos e que o templo cheio de almas com braços levantados é o que há. Concordo plenamente com Dietrich Bonhoeffer: “Deus quer humanos, não fantasmas que evitam o mundo. Ele fez da terra nossa mãe. Se você tem anseio por Deus, abrace o mundo.” Quer ser um pouquinho, coisa ínfima, do que Jesus foi? Saia da igreja, você é a Igreja. Abrace os pecadores, sente com o Espírito Santo e aprenda sem intermediários das loucuras do evangelho de Cristo. Ouça o gemido da Graça talvez no colo de um ateu, tomando um chimarrão com seus amigos, ou uma Coca-Cola, olhando para a graça em uma folha de grama.
Araranguá - SC
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