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Opinião

Vivendo em expectativa – Simeão e Ana

Por Marleen Hengelaar-Rookmaaker
 
Esta pintura sobre Simeão é uma das obras mais importantes do artista holandês Arent de Gelder (1645-1727). Ele ficou famoso por ser o último aluno de Rembrandt (1606-1669), o que é claramente visível em seu estilo impasto com espessos relevos de tinta complementadas com camadas e riscos. Para a sua época, que passou a preferir a clareza clássica e as cores claras, a sua forma de trabalhar à moda de Rembrandt tornou-se bastante antiquada. Mas como era um homem abastado, não precisava se importar com as tendências prevalecentes. Assim como Rembrandt, Gelder era calvinista, porém ainda mais fervoroso que seu mestre e limitou-se quase totalmente aos assuntos bíblicos. Suas obras são cheias de devoção, ao mesmo tempo contidas e expressivas.
 
Na obra acima vemos Simeão, Maria, José e Jesus, este último com quarenta dias de idade. Os novos pais vão até Jerusalém para apresentar o seu filho primogênito no templo e dedicá-lo a Deus. Guiado pelo Espírito, Simeão já está à procura deles. Ele pega o bebê nos braços e louva a Deus:
“Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra; porque os meus olhos já viram a tua salvação, a qual preparaste diante de todos os povos: luz para revelação aos gentios, e para glória do teu povo de Israel” (Lc 2.29-32, ARA).


Na pintura, os quatro são retratados juntos em um momento íntimo de oração e louvor. Simeão olha para cima enquanto agradece a Deus pelo dom precioso que tem nos braços. Seus olhos se reviram um pouco, como se já estivesse a caminho do céu. O bebê também está olhando para cima. Maria e José têm os olhos fechados, centrados interiormente em Deus. É uma reunião sagrada, cheia de reverência e veneração. Além disso, o pintor deixa claro que Deus também está no meio deles por meio do raio de luz que brilha sobre eles do canto superior esquerdo. Mas a criança, esta criança lindamente pintada, é uma fonte ainda mais forte de luz, pois é a Luz do Mundo, que veio para afastar a escuridão.
 
Nessa pintura do início da carreira de Rembrandt – ele tinha 21 anos quando a pintou – Ana também está presente na cena. A Bíblia nos diz que ela tinha 84 anos e viveu como viúva durante a maior parte da sua vida. Dia e noite ela permanecia no templo, onde servia a Deus em jejum e oração. Simplesmente “aconteceu” dela estar passando quando ouviu o cântico de Simeão e o que ele disse a Maria, a saber que a alma de Maria seria atravessada por uma espada e que Jesus seria um sinal de escândalo para muitos, revelando os seus pensamentos íntimos.
Rembrandt retrata Simeão, José e Maria ajoelhados diante do menino Jesus. A atenção de Simeão está totalmente voltada para Maria. Ele se inclina na direção dela (a criança parece quase escorregar de seu joelho) e agarra sua mão enquanto diz que ela terá uma vida cheia de lutas e tristezas pela frente. Os olhos de Maria quase caem das órbitas. Com enormes olhos redondos ela olha para o pequeno Jesus. “O pai e a mãe do menino estavam admirados com o que se dizia a respeito de Jesus,” diz-nos o texto. Ana também aparece surpresa com o bebê e joga os braços para trás em agradecimento.
 
Simeão e Ana eram um dos temas favoritos de Rembrandt. Ele os retratou repetidas vezes em diferentes períodos de sua vida e também estava trabalhando em uma pintura de Simeão quando morreu. Aparentemente ele ficou comovido com essas duas pessoas da antiguidade, que viveram tão perto de Deus e foram capazes de reconhecer Jesus como o salvador esperado. Sobre Simeão, o texto bíblico transmite que ele era justo e devoto e aguardava ansiosamente a vinda do Messias. No breve trecho, o Espírito Santo é mencionado três vezes em relação a Simeão: repousa sobre ele, guia-o e revela-lhe coisas. Assim como ele, Ana dedicou totalmente sua vida a Deus. Isso tornou ambos abertos e receptivos à atuação de Deus. Apesar da idade avançada, eles têm os olhos bem abertos e são capazes de ver o que muitos não conseguem ver. Duas pessoas que viveram com esperança e expectativa e por isso tiveram um papel na história da salvação.
 
Arent (Aert) de Gelder (1645-1727) foi um pintor holandês que passou a maior parte de sua vida em sua cidade natal, Dordrecht. De Gelder foi aluno de Samuel van Hoogstraten e Rembrandt. A influência de Rembrandt é perceptível no uso de tinta espessa e nos tons claro-escuro. Muitos dos desenhos de Gelder dificilmente podem ser distinguidos de seu grande tutor. De Gelder, entretanto, preferia cores mais brilhantes. Ele veio de uma família rica e nunca passou por preocupações financeiras. Isto permitiu-lhe manter o seu próprio estilo, mesmo quando o estilo de Rembrandt já se tinha tornado impopular. Sua série Passion de 22 peças, de 1715, agora dividida entre o Rijksmuseum de Amsterdam e o Schloss Johannisburg em Aschaffenburg, Alemanha, é considerada sua obra mais importante.

Rembrandt van Rijn (1606-1669) foi um pintor e gravador holandês. É geralmente considerado um dos maiores pintores e gravadores da arte europeia e o mais importante da história holandesa. Suas contribuições para a arte ocorreram em um período de grande riqueza e conquistas culturais que os historiadores chamam de Idade de Ouro Holandesa. Após alcançar o sucesso juvenil como pintor de retratos, os últimos anos de Rembrandt foram marcados por tragédias pessoais e dificuldades financeiras. No entanto, as suas gravuras e pinturas foram populares ao longo de toda a sua vida, a sua reputação como artista permaneceu elevada e durante vinte anos ele ensinou muitos pintores holandeses importantes. Os maiores triunfos criativos de Rembrandt são exemplificados especialmente nos retratos de seus contemporâneos, nos autorretratos e nas representações de cenas bíblicas.
  • Marleen Hengelaar-Rookmaaker tem doutorado cum laude em musicologia pela Universidade de Amsterdã, nos Países Baixos. Por muitos anos trabalhou como editora, tradutora e escritora. Editou o título The Complete Works de seu pai, o historiador de artes Hans Rookmaaker, e produziu a revista LEV para a L"Abri holandesa. Escreveu vastamente sobre música popular, liturgia e artes visuais. É casada e tem três filhos crescidos.
Publicado originalmente no site Artway. Publicado com permissão da autora.
Traduzido por Maria Clara Martino, bióloga, teóloga e tradutora. 

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» Imagens de Deus Pai, Marleen Hengelaar-Rookmaaker

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