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Opinião

Imago Dei

Por Ivan Abreu Figueiredo
 
Voltando ao básico do básico, ao início do Gênesis, capítulo 1, verso 27, está escrito que Deus criou o homem à sua imagem. Já perdi a conta de quantas vezes essa passagem me iluminou, consolou, advertiu, alegrou.
 
Trata-se de um alicerce muito firme e sólido. Não somos obra do acaso, nem participantes de uma casta de privilegiados superiores aos demais. Crer que há algo do próprio Deus em cada ser humano é um conceito de consequências revolucionárias. Reveste com dignidade absolutamente todas as pessoas, indo na direção oposta de nossa tendência ao que a Bíblia chama acepção de pessoas: nossa seletividade em separá-las em agradáveis e desagradáveis, boas e más, merecedoras de nossa atenção ou de nosso desprezo. Porque se crermos de fato na reprodução e presença da imago Dei (não me canso de achar linda essa expressão latina) em cada uma e todas as pessoas, nossas relações serão transformadas para melhor.
 
Um cuidado se infiltrará em nossos pensamentos e atitudes. Antes de cedemos à agressividade que somos capazes de exercer contra quem não se conforma aos nossos padrões, vamos pisar no freio, porque ali está uma pessoa, um ser criado pelo mesmo Deus que nos criou. Vamos recordar as palavras de Jesus no Sermão do Monte, proibindo não só agressões físicas como verbais, com base no fato de ser pecado amaldiçoar alguém criado por Deus. Meu querido apóstolo Tiago, no capítulo 3 de sua carta, que me impacta desde os 13 ou 14 anos de idade, chama à coerência no falar, ao cuidado com o que se diz, por ser absurdo saírem da mesma língua benção e maldição, água doce e amarga. Porque quem profere infâmias, segundo ele, amaldiçoa os homens feitos à semelhança de Deus.
 
É preciso voltar seguidamente a esta base bíblica, especialmente nos tempos atuais. É necessário lembrar que, como diz o escritor e pastor Tim Keller, "a imagem de Deus carrega em si o direito de não ser maltratado nem ferido".
 
Por isso dói muito ver postagens persistentes em linchamentos morais de oponentes por parte de professos cristãos. Ver a contínua tentativa de associação do evangelho a procedimentos vulgares, grosseiros e mesmo obscenos cujo destilar de ódio denunciam sua essência anticristã.
 
Porque ao negligenciarmos o respeito e cuidado mútuo estamos desobedecendo a doutrina da imago Dei, coisa lamentável e desfiguradora da imago Dei que trazemos em nós como marca daquele que nos criou.
 
Já perdi a conta da consolação trazida por esta doutrina nas muitas vezes em que me senti pequeno ou impotente diante de circunstâncias difíceis, porque ela aponta para o Pai bondoso e cuidadoso, para o fato de não sermos como folhas jogadas ao vento, e sim seres preciosos por quem Cristo deu sua vida em resgate. Ao mesmo tempo preciosos e não melhores que os demais.
 
Somos uma sociedade que se julga sofisticada e culta, mas tem a coragem de debater se um índio é tão humano como os "civilizados", se um negro tem o mesmo valor de um branco, se um pobre é menos capaz que um rico. Coisas que caem por terra diante da doutrina da imago Dei que mostra que civilizado de verdade é quem reconhece como verdadeira e pratica essa doutrina.
 
O ódio presente no discurso não demora a degenerar em agressão física. A reflexão sobre a verdade da imago Dei conduz ao arrependimento.
 
Devemos muito mais do que imaginamos a essa doutrina basilar da fé cristã. Inclusive correções de rumo tão necessárias aos que, em nome de sua versão de cristianismo, desprezam e aniquilam o outro, expulsando de sua linguagem verbal e corporal a ternura de Jesus Cristo, categorizando-a como fraqueza e concessão inadequada.
 
É preciso voltar seguidamente à imago Dei, mergulhar nela, refletir sobre ela e suas consequências práticas, sabendo estar andando no caminho estreito e recompensador da obediência verdadeira a Jesus Cristo.
 
Porque se levarmos em consideração essa doutrina no nosso dia a dia, avenidas de justiça pessoal e social serão abertas. E o sonho de uma sociedade onde as pessoas serão julgadas pelo seu caráter, como dizia Martin Luther King Jr, se tornará realidade.

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Não é fácil assumir-se fraco. Não é nem um pouco confortável vivenciar a fraqueza. Ela causa dor, limita, envergonha, humilha, incomoda, nos encurrala. É, muitas vezes, o lugar do desânimo, da ansiedade, do desespero, da tristeza, da desorientação, do cansaço, da indiferença. Mas é também o lugar onde clamamos com toda a sinceridade pela força que vem de Deus. E ele nos atende!

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Saiba mais:
Ivan Abreu Figueiredo, médico, professor universitário, membro da Igreja Batista Plenitude, São Luís, MA.
  • Textos publicados: 14 [ver]

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