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Opinião

Gigantismo amorfo

O IBGE apresentou a semana passada os resultados do censo com respeito à religião no Brasil. Não foi surpresa encontrar traduzido em números o decréscimo dos católicos e o crescimento dos evangélicos na população brasileira. Agora somos 44 milhões de cristãos organizados (ou divididos) em um número sem conta de denominações, igrejas independentes e movimentos cristãos.
 
Há muito o quê comemorar. Os dias são favoráveis para o anúncio do Evangelho, gozamos de plena liberdade para a proclamação das Boas Novas e para o culto. Há muita facilidade para as mais variadas formas de organização eclesiástica, para-eclesiástica, ministérios e serviços cristãos no Brasil. Não existe mais aquela perseguição e hostilidade veemente de outros dias, não somos mais discriminados tacitamente e nem estigmatizados por causa de nossa profissão de fé como em um passado não muito distante. 
 
Todavia, os números suscitam outra inescapável reflexão. Valeria à pena perguntar onde estão estes 44 milhões? Como este contingente impactou a sociedade brasileira? Que transformações culturais e éticas ela proporcionou? À primeira vista, nada ou muita pouca coisa mudou. Aquelas dificuldades e aqueles escândalos que reputávamos como “privilégio” de outros arraiais também frequentam os nossos acampamentos. Não são poucos os casos de ministros que escandalizam a igreja e a sociedade com pecados morais. A mídia expõe à exaustão o pecado dos evangélicos no sórdido mundo da corrupção política. O Brasil testemunhou a infame oração da propina naquele episódio de Brasília e a cada dia nos deparamos com casos de fraude, charlatanismo e exploração da boa fé do povo, por lobos transvestidos de pastores que fazem do púlpito um balcão de negócios. 
 
Já conhecemos até o nefasto slogan: “Pequenas igrejas, grandes negócios. Grandes igrejas, lucros portentosos.” Deveríamos reproduzir a célebre oração do profeta Daniel no capítulo 9 de seu livro: corar de vergonha e clamar por misericórdia. Todavia, cremos em um Deus soberano e Senhor da história, a quem pertence de fato e de direito a Igreja. Ele deu o Senhor Jesus Cristo por cabeça e chefe e é ele quem a conduz em triunfo em meio os mares revoltos da história, apesar da inconsistência do povo e dos líderes desta mesma igreja.
 
Entretanto, o Senhor não nos exime de nossas responsabilidades, não afasta de nós as altíssimas exigências do nosso padrão ético, moral e espiritual a que fomos chamados com santa vocação. Para que o crescimento da Igreja Evangélica no Brasil não se degenere num “gigantismo amorfo”, alguns princípios devem ser recobrados pelos crentes, e com urgência.
 
1. “Volta radical ao ensino Bíblico”. Devemos abrir mão de toda experiência religiosa, quer devocional, quer no culto, que não possua claro e inequívoco fundamento e ordenamento bíblico. Precisamos ter a coragem de não ceder ao modismo e de não permitir que velhas práticas revivam em nosso meio, como as indulgências, a venda de perdão, a troca e a barganha de bens para a aquisição de bênçãos e o favor divino. 
 
2. “Devemos desejar, valorizar e exigir até que em nossos púlpitos a pregação seja expositiva, saturada de referências bíblicas, cristocêntrica, doutrinal e prática”. Temos a obrigação de rejeitar que nossos púlpitos abriguem ensinamentos, doutrinas e orientações que não se acomodem aos padrões das Escrituras. Longe de nós o psicologismo, os chavões religiosos e toda superficialidade que outra coisa não faz que deformar a nossa consciência. 
 
 
3. “Cada cristão precisa consagra-se de maneira integral e incondicional no seguimento de Cristo, no caminho da obediência e do discipulado”. Precisamos romper com o formalismo religioso, estéril e que conduz à morte espiritual. Necessitamos romper com um estilo de vida cristã “ligth”, informal demais, irreverente demais, descomprometido demais e negligente demais. Temos a urgência de sermos matriculados na história dos grandes santos, mártires, confessores da fé, bandeirantes do Evangelho, verdadeiros titãs da Igreja. 
 
4. Por último, mas sem esgotar todas as demandas, “cada um de nós deve comparecer para o trabalho e colocar à disposição da Igreja, dos irmãos, dos demais homens e mulheres e da sociedade em geral, os dons que recebemos de Deus”. Fomos convocados para sermos o povo da bênção, transformados que transformam, renascidos que comunicam vida, embaixadores de Cristo e de seu Reino. Não enterre seu talento na areia, não abra mão de sua primogenitura, seja pedra vivente na construção da Igreja, hoje peregrina, amanhã vitoriosa.
 
 
“Portanto, vocês já não são estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus...” (Ef 2.19)
 

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Luiz Fernando dos Santos (1970-2022), foi ministro presbiteriano e era casado com Regina, pai da Talita e professor de teologia no Seminário Presbiteriano do Sul e no Seminário Teológico Servo de Cristo.
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