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Opinião

Festival de inverno - uma influência reconfortante, um unguento mental

Por Marleen Hengelaar-Rookmaaker

Durante os últimos anos de sua vida, Matisse (1869-1954) trabalhava apenas assentado devido a uma cirurgia. Estes também foram os anos de criação dos seus recortes de guache. Ele recortava em diferentes formas folhas de papel pintado e depois as colava sobre papel branco para formar composições equilibradas e dinâmicas. Nuit de Noel (Véspera Natalina) é um desses recortes, a partir do qual posteriormente foram feitas muitas litografias. Estas demonstram bem o que Matisse queria representar nas suas obras: cor, luz, padrões decorativos e composições harmoniosas. A simetria é impressionante: no canto superior direito e esquerdo há duas estrelas, abaixo destas, à direita e à esquerda, duas estrelas pretas e duas estruturas brancas, no meio, uma estrela preta maior, e acima e abaixo desta novamente duas estrelas brancas. Tudo isso junto forma a decoração daquela grande estrela amarela que irrompe no centro superior. Você também pode começar a observar o trabalho pela parte inferior. Um pedestal azul sobe pelo eixo da folha, passando pelas estrelas centrais até a estrela amarela no topo, da qual irrompem, como uma fonte, estrelas dançantes que, depois, convertem-se em flocos de neve gigantes e, ainda mais abaixo, em fios semelhantes a confetes. Um verdadeiro festival de inverno de cor, neve e luz.

Matisse foi um artista que queria mostrar o valor do ser humano e a beleza da vida a partir de um ponto de vista humanístico. Ele disse, “Eu me esforço para criar uma arte de equilíbrio e pureza. Uma arte que não causa inquietação ou confusão. Gostaria que as pessoas que estão cansadas, tensas, quebrantadas, encontrassem descanso e paz nas minhas pinturas”. Matisse queria que o seu trabalho fosse “uma influência reconfortante, um unguento mental –algo como uma boa poltrona." Para isso, passou, ao fim de sua vida, a focar em obras de arte cada vez mais abstratas, embora ainda usasse de formas concretas reconhecíveis, permitindo, assim, que a obra ainda engajasse com a realidade vista ao nosso redor.

A obra Véspera Natalina foi inicialmente elaborada para formar um vitral, por isso tem formato de janela e linhas horizontais pretas. Até onde eu sei, o vitral nunca foi feito. Todavia, talvez você conheça aquela outra bela janela de Matisse chamada Árvore da Vida, presente na Capela do Rosário em Vencé, perto de Nice, na França. Essa capela foi inteiramente projetada por Matisse e hoje é considerada uma de suas obras mais importantes. O fato de lhe ter sido atribuída esta tarefa, apesar de não-cristão, estava totalmente de acordo com as ideias do movimento Arte Sacra, que ganhou destaque em meados do século passado. Esse movimento foi uma tentativa de implementar uma melhor arte visual nas igrejas ao envolver os melhores artistas, muitas vezes não-crentes, com alguns resultados maravilhosos.

A forma da janela confere ao trabalho de Matisse uma qualidade sagrada. Assim, ela aponta para algo maior do que a festividade e a alegria do inverno. A estrela nos mostra o caminho para a única luz real capaz de invadir nossa escuridão e nosso inverno e banhá-los com um brilho transcendente. A estrela nos mostra o caminho para o menino Jesus. Luz que se renova toda vez que nos encontramos na escuridão.

  • Marleen Hengelaar-Rookmaaker tem doutorado cum laude em musicologia pela Universidade de Amsterdã, nos Países Baixos. Por muitos anos trabalhou como editora, tradutora e escritora. Editou o título The Complete Works de seu pai, o historiador de artes Hans Rookmaaker, e produziu a revista LEV para a L"Abri holandesa. Escreveu vastamente sobre música popular, liturgia e artes visuais. É casada e tem três filhos crescidos.
Publicado originalmente no site Artway. Publicado com permissão da autora.
Traduzido por Maria Clara Martino, bióloga, teóloga e tradutora.
Imagem: Matisse, Nuit de Noel, 1952, litho.


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