Eugene Peterson (1932-2018) – Lamento

Por Gerson Borges

Acabei de saber e escrevo chorando: o amadíssimo Rev. Eugene Peterson cumpriu sua "Longa obediência na mesma direção" e agora está no Descanso eterno dos justos.

Choro porque desde que o conheci, o amei , amo e amarei. Muito, como quem ama e chora por um velho amigo.

Ele, que me fez voltar apaixonado à Bíblia, e sua doutrina-poesia-narrativa da Graça – A Mensagem;

Ele que me exortou a ser pastor mesmo, não um " gerente de um negócio religioso";

Ele que ensinou e provou que o pastorado pode ser uma vocação criativa;

Ele, que me ensinou a buscar na literatura, nos romancistas e poetas, mentores para a manutenção da integridade da vocação pastoral, ele que me reencantou na leitura e respeito de teólogos como Calvino e Karl Barth, entre tantos outros;

Ele, que me ensinou que a verdadeira leitura é a releitura – insistente, cuidadosa e obsessiva, ele, que me redefiniu a espiritualidade cristã, ao lado de James Houston (a quem sucedeu no Regent College), Dallas Williard, Richard Foster , C. S. Lewis, Osmar Ludovico (" Espiritualidade é prestar atenção");

Ele, que matriculou na escola de oração-adoração que são Os Salmos;

Ele, que pastoreou-ensinou meus amigos Guilherme Kerr e Ricardo Barbosa também no Regent College, onde estive em 2006;

Ele, que mudou minha mente e imaginação sobre o sentido mais bíblico da vocação pastoral;

Ele, que me ensinou a aconselhar orando "O que o Senhor está fazendo nessa vida? Como posso participar?"

Ele, com quem nunca estive pessoalmente, mas que conheço intimamente por seus livros maravilhosos, poéticos-teológicos, encantadores, eruditos e orantes;

Ele, que me ajudou a ser um seguidor de Jesus mais dedicado e comprometido, ele, que ao se aproximar da hora final, disse " Vamos!" e, segundo a família e a revista Christianity Today, "recuperou suas origens pentecostais e orou em línguas"... 

Choro por que me sinto só, meu amigo, meu pastor! Mas só, por enquanto:

Quando enfim chegar o dia,
Pela Graça de Jesus eu lá estarei.

Até sempre, meu querido.

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