Opinião
06 de julho de 2010- Visualizações: 5831
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Diálogo inter-religioso: o que eu tenho com isso?
Jorge Camargo
Em se tratando de teologia, eu me sinto como o Belchior, célebre compositor cearense em um de seus clássicos, “Apenas um Rapaz Latino-Americano”: “Por favor, não saque a arma no saloon: eu sou apenas o cantor!”.
Ocorre que eu vivo num mundo interconectado, integrado, multiplural. E, acima de tudo, como ser humano sou livre para expressar meus pensamentos e sentimentos relacionados à vida, a Deus e ao próximo. E a partir disso, concluo: a hegemonia política do cristianismo é passado.
A força de sua mensagem, pra mim, permanece intocável. Amor sem medida, misericórdia, compaixão, generosidade, fome e sede de justiça. Em se tratando de instituição religiosa, no entanto, há muito os representantes oficiais da fé cristã têm perdido credibilidade e relevância. E nós muitas vezes confundimos Cristo com cristianismo, o que se trata de um pecado quase imperdoável.
Thomas Merton (1915-1968), sobre quem escrevi em meu livro “Somos Um”, foi um monge católico que bebeu na fonte da mística cristã em São João da Cruz e que no fim da vida promoveu o diálogo interreligioso com monges tibetanos, não para renegar sua fé, mas entendendo que sua herança cristã de dois milênios e o que ele não tinha a pretensão de conhecer por completo no tempo de uma única existência, poderiam beneficiar-se do diálogo com outra herança igualmente rica, uma vez que Deus não é cristão, kardecista, muçulmano, adepto das religiões afro, hindu, e a grandeza de seu mistério é simplesmente insondável.
Eu tenho a nítida sensação e a firme convicção de que o futuro da fé e a força da mensagem cristã passam por uma atitude de abertura ao diferente, uma postura de abnegação e de serviço ao outro, seja este quem for.
Ainda sonho com um mundo melhor. E um mundo melhor significa diálogo.
“Mas se depois de cantar
Você ainda quiser me atirar
Mate-me logo
À tarde, às três
Que à noite eu
Tenho um compromisso
E não posso faltar...”
• Jorge Camargo, mestre em ciências da religião, é intérprete, compositor, músico, poeta e tradutor. www.jorgecamargo.com.br
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Em se tratando de teologia, eu me sinto como o Belchior, célebre compositor cearense em um de seus clássicos, “Apenas um Rapaz Latino-Americano”: “Por favor, não saque a arma no saloon: eu sou apenas o cantor!”. Ocorre que eu vivo num mundo interconectado, integrado, multiplural. E, acima de tudo, como ser humano sou livre para expressar meus pensamentos e sentimentos relacionados à vida, a Deus e ao próximo. E a partir disso, concluo: a hegemonia política do cristianismo é passado.
A força de sua mensagem, pra mim, permanece intocável. Amor sem medida, misericórdia, compaixão, generosidade, fome e sede de justiça. Em se tratando de instituição religiosa, no entanto, há muito os representantes oficiais da fé cristã têm perdido credibilidade e relevância. E nós muitas vezes confundimos Cristo com cristianismo, o que se trata de um pecado quase imperdoável.
Thomas Merton (1915-1968), sobre quem escrevi em meu livro “Somos Um”, foi um monge católico que bebeu na fonte da mística cristã em São João da Cruz e que no fim da vida promoveu o diálogo interreligioso com monges tibetanos, não para renegar sua fé, mas entendendo que sua herança cristã de dois milênios e o que ele não tinha a pretensão de conhecer por completo no tempo de uma única existência, poderiam beneficiar-se do diálogo com outra herança igualmente rica, uma vez que Deus não é cristão, kardecista, muçulmano, adepto das religiões afro, hindu, e a grandeza de seu mistério é simplesmente insondável.
Eu tenho a nítida sensação e a firme convicção de que o futuro da fé e a força da mensagem cristã passam por uma atitude de abertura ao diferente, uma postura de abnegação e de serviço ao outro, seja este quem for.
Ainda sonho com um mundo melhor. E um mundo melhor significa diálogo.
“Mas se depois de cantar
Você ainda quiser me atirar
Mate-me logo
À tarde, às três
Que à noite eu
Tenho um compromisso
E não posso faltar...”
• Jorge Camargo, mestre em ciências da religião, é intérprete, compositor, músico, poeta e tradutor. www.jorgecamargo.com.br
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