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Conheça “O Reino do Aqui”: um livro sobre crianças, refúgio, acolhimento e esperança

Por Phelipe Reis

“Um canto de esperança”. Assim Silvana Bezerra define o livro infantil O Reino do Aqui, lançado em 2020, em meio à pandemia. Escritora e professora universitária, com ampla experiência de trabalho em contextos migratórios e temas relacionados à infância, Silvana é autora e ilustradora do livro que aborda a temática da migração infantil. A obra foi escrita em português e traduzida para o espanhol por um casal venezuelano.

Uma iniciativa do projeto internacional Retalhos de Esperança, o livro O Reino do Aqui nasceu a partir do encontro com crianças venezuelanas em situação de refúgio, em 2019. O texto foi inspirado pelas imagens de resiliência, histórias de dificuldades da viagem, angústias, falta de pertencimento, perdas, dores e esperanças compartilhadas. A construção da obra se deu a partir da metodologia de acolhimento, acompanhamento e escuta de crianças em contextos migratórios, denominada de “Metodologia do Reino do Aqui”.

Silvana conta sobre a impressão dos primeiros exemplares: “Imprimimos uma quantidade pequena de livros, apenas 300. Fizemos essa primeira remessa a partir de ofertas. Decidimos fazer assim, para que pessoas próximas participassem com pequenas quantias. Uma parte é destinada à venda para levantar fundos para o projeto, outra parte para levantar fundos para a primeira viagem que será a Pacaraima, quando a pandemia minimizar. Há alguns exemplares do livro disponíveis para venda na internet, para quem quiser comprar e apoiar o trabalho” (clique aqui).

O processo de criação, produção, impressão e distribuição do livro é fruto do esforço das diversas mãos que participam do Projeto Retalhos de Esperança. Zaza Lima, idealizadora do projeto e entusiasta do livro, explica que Retalhos é uma rede de pessoas unidas com a vocação do encontro. Embora não seja um grupo tão grande, foi possível fazer o livro com a oferta de cada pessoa que compõe essa colcha de retalhos. Queremos ajudar ou inspirar outras pessoas a acreditarem que é possível servir o outro em prol do bem comum. Por meio do livro O Reino do Aqui, o Retalhos de Esperança ganhou prêmio de reconhecimento pelas ações realizadas com pessoas refugiadas.

Zazá diz que a obra carrega nas entrelinhas a compreensão de um Deus migrante, que chega na terra e se encarna, desmistificando aquela ideia triunfalista. O livro se fundamenta na escuta de uma criança, na sua dor e na sua esperança. Tem a ver com a dignidade humana que cada pessoa tem. Tem a ver com encontros, não enxergando o outro como ameaça, e sim como oportunidade para exercermos nossa humanidade, pois os encontros fazem de nós pessoas melhores.

Conversamos com Silvana Bezerra para saber detalhes sobre O Reino do Aqui.

Como nasceu o livro?
Em 2019, estive em Pacaraima, Boa Vista. Uma visita de trabalho pela Visão Mundial. Aquela viagem me impactou profundamente. O encontro com as crianças, o impacto que elas traziam da travessia, das dificuldades, o bullying nas escolas, a dificuldade de se sentir parte, ao mesmo tempo a resiliência. O contato com os migrantes foi uma experiência que mexeu muito comigo. Na ocasião, eu ouvi uma história que me marcou muito, contada por João Diniz, diretor regional da Visão Mundial na América Latina. Ele me contou a história da Maria. Uma venezuelana que deixa seu país em busca de esperança e uma vida melhor. Carregando seu bebê de colo, passa por muitas dificuldades e, mãe e filho, não conseguem chegar ao destino esperado. A travessia é interrompida de uma forma muito triste. Essa história habitou minha alma por muito tempo e acabou resultando num quadro que pintei (você pode ler a histórica completa e ver o quadro aqui). Durante a pandemia, fortaleceu em mim uma vontade que já tinha, de escrever alguma coisa, mas pensando nessas crianças e para essas crianças, para que as histórias fossem diferentes e que as Marias pudessem atravessar pontes. No livro, eu conto a história da Maria, uma menina venezuelana que, aos poucos, vai vendo sua vida mudar, a cidade perder a cor, até que os pais precisam ir embora e ela fica com a avó. Posteriormente, ela vai e faz essa travessia até chegar ao reino do aqui.

Por que o “reino do aqui”?
Minha filha, jovem, estava conversando com uma criança refugiada venezuelana, uma menininha de 5 anos. Esta menina chegava e falava assim: “Bia, como você chegou aqui?” A Bia me contou isso e nós ficamos conversando muito sobre isso. A menina pensa que todos fizeram uma travessia, como ela. Não só ela veio da Venezuela. Todos vieram de algum lugar. E ela tem razão: nós viemos de algum lugar e nós vamos para algum lugar. É daí que vem o nome do livro O Reino do Aqui, inspirado na conversa com essa menina venezuelana refugiada, de 5 anos. Trazendo a ideia do reino do aqui e do ainda não, um reino de peregrinos.

O livro e o projeto
O final do livro está aberto para o leitor pensar, refletir e escrever sobre que lugar é esse, o reino do aqui? E a partir da ideia da travessia, estamos construindo um projeto para trabalhar oficinas com crianças refugiadas, com toda uma fundamentação da sociologia da infância e de outros referenciais teóricos. Nessas oficinas, o livro vai ajudar a criança a pensar o antes, o agora e o depois, uma metáfora da travessia, que é a palavra central do livro-projeto.

A ideia é que esse livro chegue, junto com essa metodologia, aos projetos que acolhem crianças refugiadas. Estamos planejando colocar o material disponível numa plataforma para quem quiser trabalhar com ele e receber um curso online para desenvolver as oficinas. O livro também pode ser trabalhado com crianças não refugiadas em igrejas e escolas, para que essas crianças possam se identificar com as histórias das crianças migrantes.

Leia mais: 
» Retalhos de esperança [galeria de imagens]
» Em meio à pandemia, projeto Cantos de Esperanza quer aproximar as pessoas por meio da arte
É natural do Amazonas, casado com Luíze e pai da Elis e do Joaquim. Graduado em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e mestre em Missiologia no Centro Evangélico de Missões (CEM). É missionário e colaborador do Portal Ultimato.
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