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Opinião

Como surgiu a Associação de Missões Transculturais Brasileiras?

Por Bertil Ekström

A Associação de Missões Transculturais Brasileiras (AMTB) é a principal organizadora do VIII Congresso Brasileiro de Missões (CBM). O primeiro congresso foi realizado em 1993 em cooperação com a Associação de Professores de Missões no Brasil. Outros CBMs foram realizados em 1998, 2001, 2005, 2008, 2011 e 2014. Neste texto faremos uma breve resenha histórica do surgimento da AMTB .

A AMTB não nasceu num vazio histórico. O surgimento da AMTB em meados dos anos 70 foi uma consequência natural do despertamento missionário da época e do desenvolvimento de estruturas missionárias ao longo das seis décadas anteriores. Destaco quatro fatores essenciais para entendermos a história da associação.

O movimento missionário brasileiro nasceu no começo do século. Fruto de imigração e de esforço missionário, a igreja evangélica no Brasil tinha se estabelecido na segunda metade do século XIX. O trabalho missionário, propriamente dito, chegou ao Brasil através dos Metodistas já em 1836. Os Congregacionais vieram em 1855, os Presbiterianos em 1859, e os Batistas em 1881 . Aos poucos surgiram estruturas nacionais, com a formação de igrejas e convenções lideradas por brasileiros, mesmo mantendo por anos uma íntima relação com as missões de origem. Na organização destas estruturas, o propósito missionário era evidente e o resultado visto nos anos seguintes. Havia, portanto, uma base em muitas igrejas locais e em estruturas denominacionais, mesmo sem a ênfase em missões transculturais, que caracteriza o movimento a partir dos anos 70.

Um segundo elemento que influenciou o movimento missionário no Brasil, foi a vinda de missões interdenominacionais que atualizaram o desafio missionário e estabeleceram centros no país. A primeira foi a Missão Evangélica Caiuá, que em 1928 iniciou o seu trabalho entre povos indígenas no Brasil. Foi seguido pela Missão Evangélica da Amazônia (MEVA), organizada no Brasil em 1948. Outros seguiram, como: Mocidade Para Cristo do Brasil (MPC), em 1952; Missão Novas Tribos do Brasil (MNTB), em 1953; Organização Palavra da Vida, em 1957; Aliança Bíblica Universitária do Brasil (ABUB), em 1963; A Missão de Evangelização Mundial (AMEM - WEC International), em 1963; Asas de Socorro (ASAS), em 1964; Missão Evangélica Betânia, em 1964; Missão Evangélica aos Índios do Brasil (MEIB), em 1967; e Jovens com Uma Missão (JOCUM), em 1976 .

Podemos também destacar a vinda dos barcos da Operação Mobilização (OM), que como organização, somente apareceu no Brasil em 1986. Porém, sua influência foi anterior e o recrutamento de jovens brasileiros para as equipes de evangelização mundial remonta dos anos 70 .

Um terceiro elemento que antecedeu o surgimento da AMTB e que influenciou os rumos do movimento missionário foi a realização de congressos de evangelização e de simpósios missionários nas décadas de 50 a 70.

A Conferência Mundial de Evangelização em Lausanne na Suiça, no ano de 1974, onde o tema “Toda a Igreja levando todo o evangelho a todo o homem em todo o mundo”, também serviu de inspiração para o movimento missionário no Brasil. Vários líderes brasileiros participaram da conferência e trouxeram ao Brasil o desafio da evangelização mundial através da tradução das palestras, da declaração de Lausanne e de uma nova ênfase em seu ensino à igreja.

Em 1976, a ABUB convocou para um Congresso Missionário em Curitiba. O propósito principal era de incentivar a evangelização do interior do Brasil através dos jovens universitários. Deste congresso, nasceram vocações missionárias, com o surgimento de missionários transculturais e de líderes atuais de missões.

Um quarto elemento importante foi a presença de missionários estrangeiros com uma visão fortemente voltada para a evangelização mundial e a visita de líderes de outros países, também marcou esta recrudescência do movimento missionário.

Houve, portanto, um trabalho de conscientização missionária dos missionários estrangeiros junto à igreja brasileira, além de uma benéfica influência de literatura e encontros internacionais. Logo surgiram líderes nacionais que assumiram a responsabilidade pelo movimento e trabalharam lado a lado com os missionários de fora.

O processo de organização da AMTB

A associação teve início em reuniões informais entre pessoas interessadas em missões. O primeiro encontro foi realizado na cidade do Rio de Janeiro em 1976 patrocinado pela Missão Informadora do Brasil (MIB). O desafio inicial era reunir o maior número de líderes possível e para alcançar este objetivo a estratégia foi traçada após oração e diálogo, com a participação dos principais líderes denominacionais. O resultado foi positivo e a reunião foi um tempo de comunhão e de troca de informações sobre as iniciativas missionárias de cada organização.

O segundo encontro realizou-se em Belo Horizonte em 1977, na Lagoa dos Ingleses. A intenção desta reunião era reunir as missões para ajudar uns aos outros, criar um foro de debate de temas comuns e manter um espírito de cooperação. Constatou-se, nesta reunião, que haviam 136 missionários latino-americanos fora de seus países, dos quais 105 eram brasileiros.

A iniciativa de reunir os líderes de missões a encontros periódicos foi a estratégia utilizada para trabalhar as questões comuns concernentes a missões transculturais. Estes encontros, no início completamente informais, foram dando corpo e forma ao movimento, gerando mais tarde a organização estrutural da AMTB.

Seis encontros anuais, de 1976 a 1981, reunindo os principais líderes de missões no Brasil, formaram a base para a organização da AMTB. Havia um entendimento da necessidade de ajuda mútua e de um foro de discussão sobre os temas missionários. As reuniões tinham promovido informação sobre o trabalho das missões, compreensão dos desafios para a igreja brasileira e dos recursos disponíveis no país para missões transculturais.

Os temas desenvolvidos, nestes encontros, mostravam uma mudança de atitude em relação à abertura de discutir as necessidades das missões e de buscar formas de cooperação missionária. A presença de lideranças de várias denominações e de representantes das diversas linhas teológicas, reforçava a importância destes conclaves. Buscou-se, também, um envolvimento cada vez maior de líderes nacionais, com o propósito de que a associação que estava para nascer, fosse genuinamente brasileira.

Os estudos da formação da AMTB vinham sendo feitos há anos, sendo que no último encontro, em 1981, discutiu-se a questão como parte da agenda. Em 27 de fevereiro de 1982, em reunião especialmente convocada pelo pastor Jonathan dos Santos, a AMTB foi oficialmente organizada. O pastor Jonathan foi eleito como o primeiro presidente da associação. Gilberto Pickering foi eleito vice-presidente, Tim Halls tesoureiro e Luiz Henrique Mello primeiro secretário. Esta foi a primeira assembleia da AMTB.

Em 12 de abril de 1984, foi aprovado o estatuto e eleita nova diretoria, tendo como presidente o missionário Roberto Harvey. No mesmo ano foi feito o registro da entidade com sede em Belo Horizonte, e a associação passou a existir também de direito .

Não houve discussões acirradas sobre questões teológicas e ideológicas, que ficaram num segundo plano. O desejo de todos era encontrar uma base de cooperação e de diálogo quanto ao trabalho missionário e não de questionar as doutrinas de cada organização. Havia no grupo de líderes da emergente associação, tanto representantes de linha mais tradicional como do movimento de renovação, que havia crescido fortemente nos anos 60 e 70. Certamente isto espelhava uma diversidade tanto da Igreja Brasileira na época, como do próprio movimento missionário, que contava com o trabalho das denominações históricas, de agências missionárias inter-denominacionais vindas do exterior de linha geralmente tradicional, e de novas missões brasileiras com ênfase carismática.

A fundação legal da entidade

Os fatores que influenciaram a tomada de decisão a favor da organização de direito foram vários. Por um lado, havia uma caminhada de seis anos com um paulatino aumento de participação de organizações missionárias, denominações e líderes de missões. Por outro, a eficácia de uma associação dependia de sua existência legal, podendo exercer uma atividade oficial e reconhecida, à medida que expressava o esforço comum do movimento missionário. Assim como em outras partes do mundo, a organização de uma associação estaria evidenciando o desejo de cooperação e a busca conjunta de melhor qualidade do trabalho missionário.

A influência de fora não pode ser negada, mesmo que tenha sido enfatizado desde o princípio que o movimento era brasileiro e que eram os líderes de missões com sede no Brasil que deveriam participar ativamente. Os missionário estrangeiros que aqui trabalhavam sentiam a necessidade e conheciam o valor do diálogo e da cooperação em outros países. Certamente, estes modelos, tanto da América do Norte como da Europa e da Ásia, serviram de inspiração para a formação da AMTB.

Tratava-se, entretanto, de um processo natural. Os encontros informais de líderes tinham sua limitação em termos de representação e de poder decisório. Com uma associação, à qual as organizações missionárias estariam voluntariamente filiadas, haveria a possibilidade de tomada de resoluções quanto a uma orientação do movimento missionário e de dar recomendações às missões existentes e emergentes.

Os objetivos da associação

A AMTB tem por finalidade a concentração de esforços para a mobilização das igrejas evangélicas para missões transculturais, promovendo diálogo e cooperação, prestando serviços técnicos e assistenciais, desenvolvendo material, incentivando e instalando cursos e provendo os recursos necessários para estes fins.

Após a organização oficial da AMTB, o trabalho se desenvolveria debaixo de uma entidade registrada e estruturada. Além da continuidade dos encontros anuais, a diretoria se reunia para deliberar sobre o andamento do trabalho e preparar propostas para as assembléias. Muitos bons propósitos foram delineados, porém nem sempre havia recursos e pessoas para concretizarem os planos.

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• Bertil Ekstrom é diretor executivo da Comissão de Missões da Aliança Evangélica Mundial.

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