Por Escrito
- 18 de agosto de 2017
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A carta de uma reformadora subversiva
Genebra, 15 de abril de 1560.
Queridas irmãs em Cristo em 2017, M.D. deseja salvação e crescimento na graça de Jesus Cristo.
Que alegria saber que mesmo vivendo eu aqui em Genebra, tão distante de vocês não somente no espaço físico, mas também no tempo, posso fazer com que escutem a minha voz.
Quero me apresentar a vocês. Chamo-me Maria Dentiere, nasci na cidade de Tournai, na Bélgica, em 1495, portanto 522 anos nos separam. Fui freira agostiniana e passei boa parte da minha vida em um convento, chegando a ser abadessa, ou seja, uma supervisora. Com acesso livre à biblioteca, encontrei ali os escritos de Lutero.
Como foi importante ler a Palavra de Deus e os textos bíblicos usados pelo grande reformador, que confrontavam a superstição adotada pela igreja romana, abriram meus olhos. Realmente a verdade nos liberta: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.” (João 8.32). “A Tua Palavra é a verdade.” (João 17.17).
Eu havia passado muito tempo na escuridão da hipocrisia, e somente Deus foi capaz de fazer-me enxergar minha condição e conduzir-me à luz verdadeira. Finalmente, eu confiei exclusivamente em Cristo para minha salvação e grande foi a minha alegria.
Mas, é claro, que não pude permanecer naquele convento, precisei fugir e fui para Estrasburgo, um ponto de encontro de huguenotes (protestantes franceses) e outros protestantes que eram perseguidos em suas nações.
Meu envolvimento com a causa reformada, foi total, desde o início. Não consigo fazer nada pela metade e, principalmente, em relação ao compromisso com a verdade da Palavra de Deus, sei que não devo me omitir.
Depois de quatro anos em Estrasburgo, casei-me, em 1529, com o pastor Simon Robert, que também havia sido um agostiniano, portanto, falávamos a mesma língua e tínhamos vivido a mesma experiência.
Foi então que Guilherme Farel, sim, o mesmo que desafiou Calvino a se comprometer com a causa da Reforma em Genebra, nos convidou a ir para aquela cidade. Foi um tempo bom aquele, aprendíamos mais sobre a doutrina reformada e pregávamos o Evangelho da Graça. Porém, cinco anos depois, meu esposo faleceu. Meu segundo esposo foi Antônio Froment, diácono de Farel em Genebra, que também se tornou pastor.
Deus me deu um espírito de ousadia e destemor, que espero que vocês, queridas irmãs, também tenham. Sei que os tempos são outros, aí no futuro. Mas, sei que enfrentam também grandes desafios e temem falar de Cristo porque podem ser consideradas inconvenientes. A pressão a que se acomodem ao modo de pensar de sua época é bem grande.
Quanto a mim, podem imaginar tempo mais perigoso? A igreja idolatrada por toda a Europa era a católica, e fora dela não havia salvação, mas eu me atrevi a entrar no convento das clarissas e lhes falar sobre os textos bíblicos que jamais lhes foram explicados. Eles davam base às doutrinas reformadas e integravam as mulheres à sociedade e à liberdade de servirem a Cristo além dos muros.
Não diz a Bíblia que não devemos esconder a luz? Não afirma que somos sal da terra e luz do mundo? Como podemos brilhar escondidas dentro dos muros de um convento? Ou dentro das paredes de nossas casas? Ou mesmo caladas nas igrejas?
Pela graça de Deus e pela força do Seu Espírito Santo, não me calei mais. E minha principal palavra foi em defesa das mulheres que permaneciam sem direito a pregar. Eu comecei a criticar de forma aberta as lideranças protestantes por limitarem o ensino das Escrituras aos homens.
Conhecer a Palavra de Deus, para mim, foi tão libertador e importante, que queria que todas as mulheres em meu tempo tivessem também acesso a ela.
Escrevi uma carta em março de 1539 para a rainha Margarida de Navarra, na qual defendi uma participação mais ativa das mulheres na sociedade e na igreja. Usei muitos argumentos bíblicos em defesa do ministério da pregação e ensino feminino, como: a mãe de Moisés, que desafiou a lei para proteger seu filho; a mulher samaritana, que se tornou pregadora após encontrar-se com Jesus e as mulheres que foram ao sepulcro vazio onde foram convocadas pelo próprio mestre a divulgarem a ressurreição.
Eu não tenho lido nada na Bíblia sobre mulheres como falsas profetisas e, com ousadia, ainda afirmo que não foi uma mulher que vendeu e traiu Jesus Cristo, mas sim um homem: Judas.
Eu creio, com todo o meu coração, que se Deus concedeu graça a algumas boas mulheres, revelando-lhes algo santo e bom através de sua Sagrada Escritura, elas não deveriam abster-se de escrever, falar ou declarar tal graça, mesmo encontrando oposição, pois não devem enterrar seus talentos.
Vocês também creem assim, queridas irmãs? Também entendem que devem contar a história de Jesus e levar almas à salvação? Ou são reprimidas pela sociedade em que vivem, que não tem a mesma convicção de vocês?
Eu defendo a doutrina reformada do “sacerdócio universal dos crentes” e, para mim, todos, homens e mulheres salvos por Cristo tem a graça e a responsabilidade da pregação do evangelho. Nós temos dois evangelhos: um para os homens e outro para as mulheres? Ou, um para os sábios e outro para os tolos? Não somos todos um em Jesus Cristo? E em qual nome somos batizados, no de Paulo ou de Apolo? No do Papa ou de Lutero? Não é no nome de Cristo?
Em minha epístola eu conclamei a irmã do rei da França a aconselhá-lo a acabar com todas as divisões religiosas em seu reino, pois ele havia sido comissionado por Deus para aquele governo.
Minha obra foi considerada subversiva porque nela declarei que os verdadeiros pregadores do Evangelho, entre os quais, Calvino, haviam sido desrespeitados, quando foram expulsos da cidade pelos atuais governantes que eram fracos, intrigantes, disseminadores de dissenção e só cuidavam de seus próprios interesses financeiros.
Será que na época de vocês, os governantes são justos e não buscam seus próprios interesses?
Meu texto foi confiscado pelo governo de Genebra e o gráfico que o imprimiu foi preso. O protestantismo me fez, portanto, a sua primeira vítima de censura, a exemplo da prática da igreja romana que, em seu Index, listava os livros proibidos à fé cristã.
Mesmo assim, não me calei e acabei irritando Farel, que transferiu meu esposo para a cidade vizinha de Massongy. Senti-me muito injustiçada, e a ingratidão daqueles reformadores a quem defendera, feriu meu coração.
Na minha carta para a rainha de Navarra, eu escrevera que “embora não fossemos autorizadas a pregar em assembléias e igrejas públicas, não nos era proibido escrever e aconselhar umas às outras, com todo amor”. Eu lhe declarei que meu desejo era o de encorajar as mulheres a não terem medo de serem exiladas por causa da Palavra de Deus. Nós podemos ser caluniadas, injustiçadas e discriminadas, mas Deus nos honra e nos ama.
Eu queria tanto que as mulheres lessem e entendessem os escritos sagrados. Minha esperança era que no futuro as mulheres não fossem tão desprezadas como no passado... em todo o mundo.
Vocês, agora, têm mais informações históricas e podem descobrir que faleci em Genebra, em 1561, reputada como joio na minha igreja e como má conselheira para o meu marido. Em meu leito de morte, porém, recebi elogios de Calvino e, posteriormente, a história considerou minha epístola como um tratado teológico. Em 2002, meu nome foi gravado no Muro dos Reformadores daqui de Genebra, ao lado de grandes vultos da Reforma, como: Calvino, Farel, Knox e Zwínglio.
Nunca foi meu objetivo obter reconhecimentos humanos, ou fama, ou poder. Eu só queria que todas nós mulheres, a uma só voz, unidas no tempo e no espaço, erguêssemos nossas vozes para dizer que só Jesus Cristo salva. Eu desejava que nada nos limitasse, mas eu me entristecia com tantos impedimentos.
Porém, também me alegro, porque sei que as mulheres são especiais e diferentes, elas não amam o poder, não almejam cargos, nem altas posições eclesiásticas; elas adoram verdadeiramente a Jesus Cristo e seu único desejo é servi-Lo e divulgar as Suas boas novas.
Queridas irmãs, continuem amando e servindo a Cristo, a história posterior a vocês também narrará seus feitos como narra os meus. E, lembrem-se do que é mais importante: nos céus todas seremos galardoadas pelo bom trabalho realizado na seara do nosso mestre.
Só a eternidade poderá aquilatar a perda para o Reino de Deus com o silêncio das vozes femininas, causado por nós mesmas, quando nos calamos, ou por outros quando não permitem que exerçamos nossos dons espirituais.
Minha última recomendação a vocês, juntamente com meu abraço de despedida, é para que não se apeguem a este mundo, mas sim acumulem tesouros nos céus, porque serão eternos e imperdíveis. E prossigam sempre firmes e pródigas na obra do Senhor. Que Ele abençoe a todas.
Com carinho,
Maria Dentiere
Nota: Carta fictícia escrita por Rute Salviano a partir da biografia de Maria Dentiere.
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Que alegria saber que mesmo vivendo eu aqui em Genebra, tão distante de vocês não somente no espaço físico, mas também no tempo, posso fazer com que escutem a minha voz.
Quero me apresentar a vocês. Chamo-me Maria Dentiere, nasci na cidade de Tournai, na Bélgica, em 1495, portanto 522 anos nos separam. Fui freira agostiniana e passei boa parte da minha vida em um convento, chegando a ser abadessa, ou seja, uma supervisora. Com acesso livre à biblioteca, encontrei ali os escritos de Lutero.
Como foi importante ler a Palavra de Deus e os textos bíblicos usados pelo grande reformador, que confrontavam a superstição adotada pela igreja romana, abriram meus olhos. Realmente a verdade nos liberta: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.” (João 8.32). “A Tua Palavra é a verdade.” (João 17.17).
Eu havia passado muito tempo na escuridão da hipocrisia, e somente Deus foi capaz de fazer-me enxergar minha condição e conduzir-me à luz verdadeira. Finalmente, eu confiei exclusivamente em Cristo para minha salvação e grande foi a minha alegria.
Mas, é claro, que não pude permanecer naquele convento, precisei fugir e fui para Estrasburgo, um ponto de encontro de huguenotes (protestantes franceses) e outros protestantes que eram perseguidos em suas nações.
Meu envolvimento com a causa reformada, foi total, desde o início. Não consigo fazer nada pela metade e, principalmente, em relação ao compromisso com a verdade da Palavra de Deus, sei que não devo me omitir.
Depois de quatro anos em Estrasburgo, casei-me, em 1529, com o pastor Simon Robert, que também havia sido um agostiniano, portanto, falávamos a mesma língua e tínhamos vivido a mesma experiência.
Foi então que Guilherme Farel, sim, o mesmo que desafiou Calvino a se comprometer com a causa da Reforma em Genebra, nos convidou a ir para aquela cidade. Foi um tempo bom aquele, aprendíamos mais sobre a doutrina reformada e pregávamos o Evangelho da Graça. Porém, cinco anos depois, meu esposo faleceu. Meu segundo esposo foi Antônio Froment, diácono de Farel em Genebra, que também se tornou pastor.
Deus me deu um espírito de ousadia e destemor, que espero que vocês, queridas irmãs, também tenham. Sei que os tempos são outros, aí no futuro. Mas, sei que enfrentam também grandes desafios e temem falar de Cristo porque podem ser consideradas inconvenientes. A pressão a que se acomodem ao modo de pensar de sua época é bem grande.
Quanto a mim, podem imaginar tempo mais perigoso? A igreja idolatrada por toda a Europa era a católica, e fora dela não havia salvação, mas eu me atrevi a entrar no convento das clarissas e lhes falar sobre os textos bíblicos que jamais lhes foram explicados. Eles davam base às doutrinas reformadas e integravam as mulheres à sociedade e à liberdade de servirem a Cristo além dos muros.
Não diz a Bíblia que não devemos esconder a luz? Não afirma que somos sal da terra e luz do mundo? Como podemos brilhar escondidas dentro dos muros de um convento? Ou dentro das paredes de nossas casas? Ou mesmo caladas nas igrejas?
Pela graça de Deus e pela força do Seu Espírito Santo, não me calei mais. E minha principal palavra foi em defesa das mulheres que permaneciam sem direito a pregar. Eu comecei a criticar de forma aberta as lideranças protestantes por limitarem o ensino das Escrituras aos homens.
Conhecer a Palavra de Deus, para mim, foi tão libertador e importante, que queria que todas as mulheres em meu tempo tivessem também acesso a ela.
Escrevi uma carta em março de 1539 para a rainha Margarida de Navarra, na qual defendi uma participação mais ativa das mulheres na sociedade e na igreja. Usei muitos argumentos bíblicos em defesa do ministério da pregação e ensino feminino, como: a mãe de Moisés, que desafiou a lei para proteger seu filho; a mulher samaritana, que se tornou pregadora após encontrar-se com Jesus e as mulheres que foram ao sepulcro vazio onde foram convocadas pelo próprio mestre a divulgarem a ressurreição.
Eu não tenho lido nada na Bíblia sobre mulheres como falsas profetisas e, com ousadia, ainda afirmo que não foi uma mulher que vendeu e traiu Jesus Cristo, mas sim um homem: Judas.
Eu creio, com todo o meu coração, que se Deus concedeu graça a algumas boas mulheres, revelando-lhes algo santo e bom através de sua Sagrada Escritura, elas não deveriam abster-se de escrever, falar ou declarar tal graça, mesmo encontrando oposição, pois não devem enterrar seus talentos.
Vocês também creem assim, queridas irmãs? Também entendem que devem contar a história de Jesus e levar almas à salvação? Ou são reprimidas pela sociedade em que vivem, que não tem a mesma convicção de vocês?
Eu defendo a doutrina reformada do “sacerdócio universal dos crentes” e, para mim, todos, homens e mulheres salvos por Cristo tem a graça e a responsabilidade da pregação do evangelho. Nós temos dois evangelhos: um para os homens e outro para as mulheres? Ou, um para os sábios e outro para os tolos? Não somos todos um em Jesus Cristo? E em qual nome somos batizados, no de Paulo ou de Apolo? No do Papa ou de Lutero? Não é no nome de Cristo?
Em minha epístola eu conclamei a irmã do rei da França a aconselhá-lo a acabar com todas as divisões religiosas em seu reino, pois ele havia sido comissionado por Deus para aquele governo.
Minha obra foi considerada subversiva porque nela declarei que os verdadeiros pregadores do Evangelho, entre os quais, Calvino, haviam sido desrespeitados, quando foram expulsos da cidade pelos atuais governantes que eram fracos, intrigantes, disseminadores de dissenção e só cuidavam de seus próprios interesses financeiros.
Será que na época de vocês, os governantes são justos e não buscam seus próprios interesses?
Meu texto foi confiscado pelo governo de Genebra e o gráfico que o imprimiu foi preso. O protestantismo me fez, portanto, a sua primeira vítima de censura, a exemplo da prática da igreja romana que, em seu Index, listava os livros proibidos à fé cristã.
Mesmo assim, não me calei e acabei irritando Farel, que transferiu meu esposo para a cidade vizinha de Massongy. Senti-me muito injustiçada, e a ingratidão daqueles reformadores a quem defendera, feriu meu coração.
Na minha carta para a rainha de Navarra, eu escrevera que “embora não fossemos autorizadas a pregar em assembléias e igrejas públicas, não nos era proibido escrever e aconselhar umas às outras, com todo amor”. Eu lhe declarei que meu desejo era o de encorajar as mulheres a não terem medo de serem exiladas por causa da Palavra de Deus. Nós podemos ser caluniadas, injustiçadas e discriminadas, mas Deus nos honra e nos ama.
Eu queria tanto que as mulheres lessem e entendessem os escritos sagrados. Minha esperança era que no futuro as mulheres não fossem tão desprezadas como no passado... em todo o mundo.
Vocês, agora, têm mais informações históricas e podem descobrir que faleci em Genebra, em 1561, reputada como joio na minha igreja e como má conselheira para o meu marido. Em meu leito de morte, porém, recebi elogios de Calvino e, posteriormente, a história considerou minha epístola como um tratado teológico. Em 2002, meu nome foi gravado no Muro dos Reformadores daqui de Genebra, ao lado de grandes vultos da Reforma, como: Calvino, Farel, Knox e Zwínglio.
Nunca foi meu objetivo obter reconhecimentos humanos, ou fama, ou poder. Eu só queria que todas nós mulheres, a uma só voz, unidas no tempo e no espaço, erguêssemos nossas vozes para dizer que só Jesus Cristo salva. Eu desejava que nada nos limitasse, mas eu me entristecia com tantos impedimentos.
Porém, também me alegro, porque sei que as mulheres são especiais e diferentes, elas não amam o poder, não almejam cargos, nem altas posições eclesiásticas; elas adoram verdadeiramente a Jesus Cristo e seu único desejo é servi-Lo e divulgar as Suas boas novas.
Queridas irmãs, continuem amando e servindo a Cristo, a história posterior a vocês também narrará seus feitos como narra os meus. E, lembrem-se do que é mais importante: nos céus todas seremos galardoadas pelo bom trabalho realizado na seara do nosso mestre.
Só a eternidade poderá aquilatar a perda para o Reino de Deus com o silêncio das vozes femininas, causado por nós mesmas, quando nos calamos, ou por outros quando não permitem que exerçamos nossos dons espirituais.
Minha última recomendação a vocês, juntamente com meu abraço de despedida, é para que não se apeguem a este mundo, mas sim acumulem tesouros nos céus, porque serão eternos e imperdíveis. E prossigam sempre firmes e pródigas na obra do Senhor. Que Ele abençoe a todas.
Com carinho,
Maria Dentiere
Nota: Carta fictícia escrita por Rute Salviano a partir da biografia de Maria Dentiere.
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A Reforma: O que você precisa sabe e por quê [John Stott | Michael Reeves]
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Perguntas da Reforma para calvinistas e arminianos
Vozes femininas da Reforma no berço do catolicismo
Vozes femininas na Reforma
Mestre em teologia e pós-graduada em história do cristianismo, é autora de Vozes Femininas nos Avivamentos (Ultimato), além de Vozes Femininas no Início do Cristianismo, Uma Voz Feminina Calada pela Inquisição, Uma Voz Feminina na Reforma e Vozes Femininas no Início do Protestantismo Brasileiro (Prêmio Areté 2015).
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