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A banalização do mal contra crianças e o papel da Igreja

Diante dos últimos acontecimentos de ataques violentos a crianças em ambientes escolares, sentimos uma mistura de espanto e medo. Viver em um ambiente constante de violência, no entanto, nos coloca diante de uma tentação: a banalização do mal. Esse e outros temas fizeram parte da live “Crianças em Perigo: por que estão atacando as escolas?”, realizada pelo Diálogos de Esperança no último dia 25 de abril, às 19h, nos canais de transmissão da Editora Ultimato.  Os convidados Beatriz Rezende (professora) e Daniel Guanaes (pastor e psicólogo) compartilharam suas experiências sobre como lidar com tal realidade tanto em Blumenau (a Beatriz) quanto no Rio de Janeiro (o Daniel). Claudia Moreira e Valdir Steuernagel foram os “âncoras” da conversa.
 
O paradoxo: banalidade e espanto

“Viver em um contexto de violência nos coloca diante de um efeito colateral, que mesmo sendo um mecanismo de sobrevivência, é muito preocupante: cauterizar nossa consciência. Quando a violência é uma experiência cotidiana numa cidade complexa como o Rio de Janeiro, ela tende a ser normalizada e aceita. Então, quando episódios como o de Blumenau ocorrem, parece que há uma espécie de despertamento para a gravidade da banalidade da vida”, opina Daniel. “Nos chamou atenção a frieza com que o homem que invadiu a escola e matou as 4 crianças lidou com o ocorrido. Ele se entregou logo à polícia e confessou o crime”, lembra Beatriz. 
 
“Quando a violência chega na escola, esse ‘lugar sagrado’, é porque na sociedade ela já está muito mais espalhada. Como disse Nelson Mandela, ‘a forma como a sociedade trata as crianças reflete a alma da sociedade’. Isso é uma coisa muito forte”, lamenta Valdir. Daniel lembra também uma frase do rabino Jonathan Sacks: “uma sociedade é julgada pela forma como ela trata os seus membros mais vulneráveis”. E acrescenta: “A violência chegar a esse lugar é um sintoma de uma desconstrução em todos os outros graus, porque a infância - e o seu espaço - é o lugar sagrado entre os lugares sagrados”, afirma Daniel. 
 
Por que estão atacando as escolas?

Essa foi uma das perguntas feitas aos entrevistados. “Há muitos fatores que contribuem para que esse cenário tão dantesco ocorra. Quem ataca as escolas sabe que lá há um público indefeso, que apresenta menos resistência. Do ponto de vista simbólico, um ataque à escola tem um potencial de terror muito maior para aqueles que tornaram a barbárie um fetiche. Outro fator simbólico é o desmantelamento de um dos mais importantes espaços civilizatórios da sociedade, que é a escola. Muitos que cometem violência nesses espaços, assim o fazem no desejo de reparar supostas injustiças que eles acham que sofreram. Portanto, essa é uma realidade que pode ser lida a partir de diferentes camadas, mas todas elas apontam ao mesmo fato: para a constatação de que é uma experiência de malignidade profunda”, opina Daniel.
 
Para Beatriz, “o que a gente tem visto é que o uso desenfreado da tecnologia tem afastado as crianças da realidade”. Ela acrescenta que a desvalorização do ambiente escolar, seja por falta de regras quanto por ausência de segurança pública, prejudica muito o trabalho dos professores e gestores das escolas. “Eu acho que essa experiência da virtualização da vida tem um grau significativo de influência sobre alterações em nosso padrão de comportamento, e ela se explica também somada a outros fatores que acabam gerando cenários dessa natureza”, afirma Daniel. 
 
E o papel da igreja, qual é?

“A igreja precisa ser essa comunidade profética que denuncia a violência. Como? Não admitindo a violência como uma linguagem social e religiosa; não admitindo a violência como uma forma de ler a ética do Evangelho. Por outro lado, precisamos construir cotidianamente uma pastoral de esperança. O nosso papel não pode ser apenas o da denúncia, mas também o de tecer uma rede de esperança. Se a igreja não é esse espaço de esperança para pessoas atravessadas pela violência, onde ele será?”, questiona Daniel. 
 
Claudia compartilhou sobre uma das prioridades globais da Tearfund chamada “sociedades reconciliadas”, que desenvolve e apoia projetos de construção de ambientes comunitários de paz. “Quando falamos sobre paz e sobre o que são sociedades reconciliadas, partimos da compreensão teológica de que os relacionamentos quebrados precisam ser reconciliados, e, em última instância, são reconciliados em Cristo. Há quatro dimensões relacionais que precisam dessa reconciliação: com Deus, comigo mesmo, com o próximo e com a Criação. Esses tipos de relacionamento estão quebrados, e mesmo que já tenham sido reconciliados em Cristo, precisamos viver essa reconciliação hoje. Para isso, há várias metodologias e formas de criar espaços de cuidado e proteção em nossas igrejas. A violência de hoje é estrutural e não acontece no vácuo”, ressalta Claudia. “Essa construção do espaço de escuta e de fala é fundamental. Começa nas casas das famílias, nas escolas, mas também nas igrejas”, afirma Daniel. “A igreja, por sua natureza, também é essa ‘casa’ de paz para as famílias”, ressalta Valdir.
 
“Uma das formas da igreja ser relevante é alcançando as pessoas e os espaços importantes de seus bairros. Um dos projetos em que atuamos é na Capelania Escolar. Por meio da igreja, a capelania escolar já está presente em duas escolas em Blumenau” relata Beatriz. Ela conclui afirmando que “precisamos acreditar na obra da cruz e não permitir que o medo se instaure”. 
 
Outros assuntos abordados na live

Você pode conferir outros assuntos abordados na live a respeito do tema, entre eles:
 
- A relação entre pais e filhos
- A violência dentro das igrejas
 
Assista, na íntegra, à live “Crianças em Perigo: por que estão atacando as escolas?” aqui.
 
Playlist do Diálogos de Esperança
Assista a todas as lives já realizadas aqui.
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