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Palavra do leitor

“... Você conversa mesmo com os que já morreram? ...”

Claro, evidente que sim!

Há aqueles que conversam com plantas, como certo príncipe Inglês, outros conversam por ‘telepatia’ com família distante, discursam consigo mesmos (solipsismo). Outros são ventríloquos.

Eu converso com todo mundo inclusive com os mortos. Qual o problema?

Acho até que um certo rei de Israel fez uma tremenda bobagem: enquanto o filho era vivo, penitenciou-se, quando morto, lavou as mãos e foi cuidar da vida. Nem memória a criança deixou ou ele cultivou!

Esqueceram que morto tem memória, um legado, uma herança? Esse é o meu ponto de saída.

Lembram-se daquele texto de Hebreus, “... mesmo depois de morto ainda fala...”? Pois é, eu converso com os mortos porque eles falam. Não, não sou Espírita, nunca fui. Converso, não padeço de auto-engano.

Estou só esperando passar alguns dias até que Dom Robinson seja devidamente entronizado nas mansões celestiais do projeto Minha Casa Minha Vida [Eterna] e, liberado dos procedimentos burocráticos lá para que eu possa contar as últimas daqui.

Entre outras coisas direi que enquanto em vida muita gente não dava muito crédito a ele. Agora, depois que se foi, uma multidão descobriu seu legado. Depois que se foi, até adversários teológicos declarados tecem loas!

Entre uns e outros há um grupo que se calou depois de sua morte. Quero informa-lo disso também. Afirmam que o acontecido em Olinda fez e faz parte da vontade soberana de Deus que decretou tudo aquilo desde toda a eternidade, muito antes mesmo da invasão Holandesa em Pernambuco; que aquilo tudo que ele e Miriam passaram estava escrito desde toda eternidade.

Esse pessoal anda meio calado. Acho que estão consternados e confusos. A explicação teológica deles é como cobertor curto: cobre a cabeça mas descobre os pés.

Não conseguem entender como é que Deus permite que certas coisas acontecem, e acontecem de maneira tão brutal: assassinados, esfaqueados... E depois do culto! No ano errado! Justamente na hora que uma nova Aliança Evangélica estava se formando!

Tem outro grupo, vou conversar com Robinson, que está pensando, e se pudessem, em fazê-lo mártir, imagina!

Talvez o primeiro mártir Protestante Nordestino! Se o cineasta Glauber Rocha ressuscitasse aquela sua educação Protestante da qual nunca abandonou, quem sabe até um novo filme poderia ter Dom Robinson como ator principal e o outro ‘Dom’, Hélder Câmara, como coadjuvante!

Conversaremos também sobre o fato de que Protestante faz coisas meio esquisitas. Cerca de 500 anos atrás se separaram de um outro grupo de Cristãos e de lá para cá fizeram história. Mas têm um saudosismo daquele tempo incrível!

Basta alguém se destacar dentre os mortais, logo querem fazer dele um herói Protestante, um santo, um nobre de fina cepa. Até penso que, se pudessem, reintroduziriam a ideia de canonização. Robinson era Bispo. Meio caminho andado!

Outra esquisitice, essa vem da cultura Africana. O Protestante enxerga Deus em tudo e todos. Os Maçons também.

A tal cultura animista então, nem se fala. Valdemiro e Malafaia nestes últimos dias têm um cardápio para todo tipo de gosto! Tem até um bispo daquela famosa corporação espiritual, o ‘Império Macedão’, cujo sobrinho foi escolhido Ministro da Pesca! Haja milagre, vai acabar andando sobre as águas!

Imagina Robinson, que felicidade para o bloco desses patetas! Peixe atrás de peixes políticos! Eu sei que você está triste. Esse amancebar-se de política com religião aqui lhe causava dor. Mas chega a ser cômico, não?

Tem coisa boa também. Dias depois que você e sua esposa se foram, mais de 3.000 pessoas mandaram condolências pelo portal da ULTIMATO, que você dedicou quase três décadas de sua existência. Até o Washington Post dedicou-lhe algumas linhas!

Mas não se assuste, vai demorar um pouco mais aparecer 3.000 valentes para acessar a sua obra cultivada ao longo dos anos na revista que você amou e deu-se por ela e que ela está montando na forma de um MEMORIAL.

Infelizmente, pouca gente acessou o MEMORIAL! Quantos? Melhor não dizer, você tem uma eternidade para apreciar coisas incríveis aí, deixe os números para a gente cá ‘em baixo’.

Você sabe muito bem que esse sentimento de brasilidade, esse choro espontâneo que nós temos ao ponto de derramar lágrimas copiosas pelo seu Náutico e pelo Galo da Madrugada nem sempre é transferido para apreciar o legado da obra que você deixou.

Em geral traduzimos ‘posteridade’ por ‘postergar’, ou, no popular, ‘empurrar com a barriga’! Poucos lerão.

Tenho a esperança, porém, de que alguma alma corporificada e com saldo bancário haverá de criar uma espécie de ‘endowment’, um fundo, uma doação, algo generoso mesmo, à sua altura, e a gente correrá atrás contribuindo também para que outros usufruem do seu legado e muitos sejam beneficiados.

Quero conversar isso tudo com ele.

E quando puder e tiver mais tempo, quero saber de como foi seu encontro com Santo Agostinho, Calvino, Tomás de Aquino e aqueles irmãos Metodistas, os Wesley, C.S. Lewis e John Stott.
P - RN
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