Uma (nada) santa oração

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O caso da oração da propina chocou a muitos e atraiu a atenção de modo muito especial de boa parte da nação pela atitude de homens que imbuídos de poder, e devendo trabalhar em prol de todos e não de alguns, beneficiaram-se de meios ilícitos para consolidar seus planos e projetos pessoais.

Não me escandaliza este fato, até porque a fé desde muito tempo, tem se tornado um forte meio de apelo e comoção de pessoas e um eficiente meio de fazer com que grupos religiosos tornem-se parte de projetos políticos pessoais.

Isso já virou coisa comum em nossos dias quando muitos que almejam projeção pessoal e benefícios de toda sorte, utilizam-se das suas prerrogativas de lideres espirituais para levarem a cabo seus propósitos eminentemente pessoais e interesseiros.

Vinculam seus discursos de batalhas espirituais às suas disputas partidárias. Enchem-se de fé aparente caindo na defesa de suas vontades usando temas bíblicos e chavões evangélicos para comoverem fiéis e para se convencerem de que não estão fazendo nada de errado.

Isto já tem se tornado cada vez mais comum em nosso país e de certo modo deveria ser olhado com maior critério e cuidado por todos.

Toda política que venha atrelada a placas denominacionais e bandeiras de igrejas deve ser enxergada com precaução, afinal, não se é eleito para atender o interesse de alguns poucos e sim de todos aqueles sob os quais o detentor da autoridade está imbuído do dever.

Com o crescimento massivo das religiões Fast-food, aquelas aonde você vai até determinada igreja que lhe apresente melhores propostas e opções de serviços espirituais, vem atrelado a ela um crescimento substancial do uso da fé para a consecução dos mais espúrios interesses.

A fé em nossos dias (2009) se tornou um produto vendável. Associado a isto, Pastores e lideres são formados, sem qualquer ou nenhum preparo, no fundo de quintais e moldados semelhantemente para sustentar a opulência religiosa e propósitos meramente materiais de líderes.

É bom que se saiba, e certamente o leitor consciente já é sabedor, que nem todas as denominações religiosas podem ser equiparadas e colocadas em um mesmo pé de igualdade, como normalmente acaba se fazendo.

A Bíblia em muitos momentos se refere aos lideres de uma nação como pastores. Fala de que muitos deles falharam no uso de suas atribuições, pois cuidam deles mesmos, mas nunca tomam conta do rebanho! (Ez 34:10).

Chama-me a atenção de que o próprio Cristo afirmou certa feita que os “pastores de si mesmos” são os mercenários e não os verdadeiros pastores. São aqueles que pastoreiam em causa própria e não por amor e vocação.

Estão mais interessados no dinheiro que as ovelhas lhes dão e nos benefícios conquistados através delas do que na sua própria função.

A oração da propina deve ficar bem gravada na mente da nação e deve ser vista e lembrada por todos aqueles que vinculam seus discursos religiosos às suas pretensões pessoais e políticas.

Que o povo aprenda e acima de tudo não esqueça de que mais importante do que as grandes falações vazias e revestidas de religiosidade aparente, a verdadeira transformação e mudança advém de um testemunho pessoal. Testemunho que nem sempre é visto pelos outros, mas que pode, eventualmente, ser flagrado por uma câmera escondida.

Pense nisso! Fique em Paz!

http://matheussantiago.blogspot.com/

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Opinião do leitor