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Palavra do leitor

Quem, eu nos ares, entre nuvens?

Há momentos em que sonhamos e há momentos em que sonhamos; o primeiro se dá quando dormimos, não estamos no pleno domínio de nossos pensamentos, sentimentos, desejos, planos etc. – o segundo ocorre quando estamos acordados, plenamente conscientes, no inteiro domínio de nossas ações, atitudes, realizações.

Certa noite sonhei com algo que não é sonho, mas desejo, meta, plano, vontade, no íntimo do meu ser, algo futuro; algo futuro que é promessa de Deus para com os seus filhos; sonhei algo que desejo que se realize: vi-me, repentinamente, em um piscar de olhos, sendo levado para a morada que o Senhor Jesus nos prometeu preparar:

"Não se turbe o vosso coração, credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também" (Jo 14.1-3).

Eu me vi subindo [foi algo empolgante] como um pássaro, bem veloz, o Senhor Jesus me segurava pela mão para me sentir seguro, me sentir feliz porque Ele veio me buscar para morar onde Ele mora [Arrebatamento: 1Ts 4.16-17] e o Pai é dono de todas aquelas moradas, as moradas do Altíssimo.

Como é lindo esse lugar, constatei na reta de chegada; a marcha foi sendo reduzida para pousarmos sobre as nuvens clarinhas e macias, que bênção! - a viagem foi longa, distante do planeta terra milhões de km - incrível, mas vero!

À direita, um coral celestial, formado pelos anjos de Deus, que cantam em seu louvor; lá nos sopranos, minha mãe que chegou há 27 anos; sim, uma orquestra, meu pai toca o violino, sua paixão – meu sogro no belo órgão de tubos; minha sogra adorando a Deus através da música; ela anota as presenças como fazia em Juiz de Fora.

Vejo, também, meus dois irmãos, o mais velho e o mais novo - não cantam no coral, mas lá estão - o mais velho, honra a Deus pelo trabalho de preservação do belo colorido das flores: rosas, violetas, lírios, todas! O caçula fotografa tudo o que vê, vai editar o "Guia Turístico Celestial"; tudo é eterno porque perfeita é a criação do Pai: "Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom" (Gn 1.31).

Dois cunhados, que vieram antes, devem estar por aqui - sim lá está um cuidando de registrar em um "livro de atas" todas as maravilhas que contempla; o outro, cuidadoso, meticuloso, está selecionando candidatos ao Exército de Deus, com uniformes de gala, branquinhos como as nuvens pelas quais passei.

No meu grupo também veio minha esposa, onde está? Sim ali, não poderia ser em outro lugar, preparando aulas bíblicas para recordação das criancinhas, das quais é o Reino dos Céus, bem como das senhoras idosas, sempre sedentas em aprender mais da Palavra de Deus.

Aquele grupinho ali, eu não conheço; informaram-me que é a equipe perdoadora, que perdoou seus ofensores, enquanto viva; até porque, depois que se perde a vida, nada mais se pode fazer, de bem ou de mal, para melhorar o "currículo".

As obras já não são possíveis: eram resultado da salvação pela graça, mediante a fé no Senhor Jesus; se fossem possíveis, seriam infrutíferas, pois o preço já foi pago na cruz, pelo nosso único e suficiente Senhor e Salvador, Jesus, que afirmou:

"Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim" (Jo 14.6); lá na terra, ninguém mais fez isso, qual seja, dar a própria vida por nós: apenas Ele, o Senhor Jesus.

Voltando aos perdoadores, sem dúvida, estão lá porque foram perdoados, da mesma forma como perdoaram seus ofensores – o perdão é recíproco – quem perdoa os seus ofensores, em vida, será perdoado por suas ofensas, por seus pecados.

Afirmou o Senhor Jesus: "Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai Celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens [as suas ofensas], tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas" (Mt 6.14-15).

Agora o pior, bem distante, no outro lado do abismo, há choro e ranger de dentes - o sofrimento é cruel - rogam para que alguém daqui vá pingar um gotinha d’água em seus lábios para aliviar-lhes a sede, a dor; impossível, foi-lhes dito, pois os que estão de um lado não podem atravessar para o outro - inimaginável - nem clamar para que alguém vivo, na terra, faça algo para lhes minorar o sofrimento; também não dá, pois nada do que for feito, pelos vivos, em favor dos mortos surtirá efeito.

Vida eterna com Deus [salvação] e vida eterna sem Deus [condenação] são conquistas pessoais, em vida, para os que obedecem ao Senhor Jesus (Hb 5. 9); após o óbito nada mais é possível para corrigir o "status" pelos erros ou acertos cometidos.

A decisão pessoal, em vida, intransferível, de receber o Senhor Jesus como único e suficiente Senhor e Salvador, nos dá "o poder de sermos feitos filhos de Deus, não da vontade da carne, nem do sangue, nem da vontade do homem, mas de Deus" (Jo 1.12-13).

Que todos recebam o Senhor Jesus, no coração, enquanto há tempo!
São Paulo - SP
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