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Palavra do leitor

O Tumulto de Wittemberg

O monge atravessa a praça apressado em direção à porta da capela de Wittemberg (Alemanha). Lembra dos últimos anos e das situações que lhe encheram o coração de reflexão e... indignação! A extrema riqueza do clero, em contraste com a extrema pobreza do povo alemão. A ocultação do conhecimento pela Igreja, enquanto o povo iletrado não tinha acesso às Escrituras e era manipulado pelo medo, na mais completa ignorância intelectual e espiritual. A promiscuidade do clero, principalmente em Roma, na qual, diziam, havia bordéis específicos para padres. O podre comércio das relíquias e peregrinações aos lugares “santos”, nos quais se vendiam ossos de “santos” e pedaços da “legítima cruz de Cristo”. Quem visse uma relíquia ganhava milhares de anos a menos no Purgatório. Uma piada corrente dizia que, dos 12 apóstolos, 18 estavam enterrados na Espanha. E cada ”túmulo” de “santos” e “apóstolos” era lugar de peregrinação, desde que você pagasse para ver ou tocar.

Mas a gota d’água foi o escandaloso comércio das indulgências, doutrina com a qual se obtinha o perdão de qualquer pecado por meio de pagamento à Igreja. O Papa Leão X precisava construir a Basílica de São Pedro em Roma e, para arrecadar dinheiro, reacendeu a doutrina das indulgências, ou como dizem os historiadores, “colocou o céu à venda”. Esta doutrina tinha no famigerado Tetzel o seu maior mercador, o qual tinha até uma tabela de preços: bruxaria = 2 ducados, poligamia = 6 ducados, assassinato = 8 ducados, sacrilégio = 9 ducados, perjúrio = 9 ducados. Bastava pagar e se estaria “livre” da culpa do pecado.

O monge lembrou da visita que fez à Roma, com o intuído de resgatar um parente do Purgatório. Deveria pagar certo preço, subir longa escadaria de joelhos rezando um Pai Nosso em cada degrau, no fim da escadaria essa “graça” seria obtida. O monge fez isso e, no fim da escadaria, sentiu-se decepcionado, ridículo... e revoltado! Algo o incomodava. Para quê esse sacrifício se Cristo já se sacrificou? Pra quê pagar se Cristo já pagou tudo?
Passou a buscar intensamente a Deus e estudar a sua Palavra, pois não tinha paz interior e sentia-se atormentado pela culpa. Um dia, leu nas Escrituras: “...visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: o justo viverá por fé” (Rm 1:17), não por indulgências, nem sacrifícios, nem peregrinações, nem boas obras, e muito menos... dinheiro! A partir deste evento seus olhos abriram-se e conseguiu achar a tão sonhada paz de espírito que buscava. Somente as Escrituras, agora, dirigiam a sua vida.

O estudo e reflexão nas Escrituras levaram o monge a escrever 95 questionamentos, principalmente contra o comércio das indulgências. O monge não tinha ideia dos eventos que suas 95 teses iriam desencadear. Em poucos dias essas teses estariam impressas e espalhadas em toda a Europa, desencadeando o nascimento do Protestantismo Reformado. O monge não tinha certeza do que suas teses fariam, mas tinha certeza que a verdade das Escrituras jamais deveria ser negada, ao contrário, deveria ser pregada, mesmo que isso custasse seu corpo na fogueira. Por isso mesmo, começa as suas teses assim: “Por amor à Verdade...”

O monge atravessa a praça, pega o martelo e prega as suas teses na porta da capela de Wittemberg. Um tumulto começa a se formar ali na porta. E o Soberano Deus das Escrituras, faria com que esse tumulto se espalhasse pela história e suas marteladas ecoassem até nos dias de hoje.

E era 31 de outubro de 1517.

Presb. Aldair Ribeiro dos Santos
aldairrr@hotmail.com
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