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Palavra do leitor

O evangelho perdido de Jesus

Não. Esse não é mais um achado arqueológico sobre um possível evangelho escrito pelo próprio Jesus. Até que numa época de achados históricos como o Evangelho Perdido de Judas, até que seria interessante um escrito pelas mãos do Carpinteiro de Nazaré. Mas, esse Evangelho de Jesus perdeu-se ao longo desses dois mil anos de cristianismo, perdeu-se em nossa compreensão ao lermos os evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João.

O evangelho ou palavras de Jesus descritas pelos evangelistas do século I causavam o que o Apóstolo Paulo vai chamar de escândalo. Ou seja, as palavras de Jesus eram difíceis de digerir. E não era para menos. Os evangelhos apresentam um Jesus que ensinava a vender tudo e repartir com os pobres, dar a outra face, amar a amigos e inimigos, renunciar a tudo por Ele, tomar a cruz e segui-lo, humilhar-se perante os outros, ser amigo do pecador, ser próximo do caído pela estrada e uma série de outras exigências para se tornar seu discípulo. E enquanto Jesus curava e alimentava, as multidões o seguiam. Mas, ao deflagrar suas reais intenções e exigir fidelidade, logo dispersaram. Até os apóstolos vão afirmar que duro era o discurso de Jesus.

E é justamente aí que o Evangelho de Jesus se perde. Pois, o que será que aconteceu que as palavras de Jesus hoje soam para nós tão confortáveis? Porque nos sentimos tão à vontade sendo discípulos de Jesus? Infelizmente, conseguimos travestir os mandamentos de Jesus em mandamentos como ser membro de uma igreja evangélica, ir ao culto no domingo, dar o dízimo mensalmente, fazer um jejum anual e cantar músicas evangélicas. Se fizermos tudo isso, o céu está garantido. E quem não se submeter a essa maneira ocidental de ser cristão está fadado ao fogo eterno. Ou seja, para nós evangélicos pós-modernos as palavras de Jesus soam dóceis e de fácil assimilação e para os “pecadores mundanos” são palavras de condenação eterna.

Mas na época de Jesus as coisas não pareciam ser bem assim. Um protótipo de um evangélico na época de Jesus era um fariseu. Eles iam ao templo, davam o dízimo, jejuavam, prestavam o culto e faziam longas orações. E era para esse grupo de pessoas para quem Jesus direcionava suas mais duras palavras. Pois esses rituais da religião eles cumpriam a risca. Mas os preceitos mais importantes da lei como o amor e a generosidade eles ignoravam. O resultado de tudo isso era um relação conflituosa de Jesus e os fariseus. Em contrapartida a prostituta, a impura, o cobrador de impostos, a viúva pobre, o ladrão da cruz e os discípulos instáveis eram as pessoas que Jesus estabelecia não relacionamentos conflituosos, mas, relacionamentos baseados na graça.

Por tudo isso, é preciso recuperar o Evangelho de Jesus que se perdeu com o tempo. Pois, é impossível que em nosso mundo muito mais consumista, egoísta e capitalista que a Palestina do primeiro século, as palavras de Jesus baseadas na renúncia e dedicação ao outro, sejam facilmente digeridas. É preciso recuperar o Evangelho que escandalizava. É preciso que nós cristãos sejamos novamente confrontados com evangelho de Jesus. É preciso que denunciemos o que o escritor Paulo Brabo disse sobre “Jesus exige muito mais e pede muito menos”. É preciso resgatar a essência do chamado radical ao discipulado e deixar de focar somente em exigências ritualísticas da religião que Jesus nunca deixou como parâmetro do verdadeiro discípulo, pelo contrário, é o que Ele mais confrontava. E principalmente, é preciso resgatar a singularidade de Jesus em ser “do mundo”, ou seja, como seus discípulos precisamos abraçar o mundo em todas as suas dimensões e sinalizarmos o Reino de Deus que é baseado na graça e não em méritos religiosos. É preciso recuperar o Evangelho Perdido de Jesus.
Rio De Janeiro - RJ
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