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Palavra do leitor

O discurso demagógico pelos pobres

"Então Maria, tomando um arrátel de unguento de nardo puro, de muito preço, ungiu os pés de Jesus, e enxugou-lhe os pés com os seus cabelos; e encheu-se a casa do cheiro do unguento. Então, um dos seus discípulos, Judas Iscariotes, filho de Simão, o que havia de traí-lo, disse: Por que não se vendeu este unguento por trezentos dinheiros e não se deu aos pobres? Ora, ele disse isto, não pelo cuidado que tivesse dos pobres, mas porque era ladrão e tinha a bolsa, e tirava o que ali se lançava. Disse, pois, Jesus: Deixai-a; para o dia da minha sepultura guardou isto; Porque os pobres sempre os tendes convosco, mas a mim nem sempre me tendes" (João 12:3-8).

Jesus, nesse texto, desmascara o discurso demagógico de Judas em relação aos pobres: "pobres sempre tereis convosco". O evangelista João aponta para as motivações avarentas de Judas Iscariotes. Como podemos então entender a palavra de Jesus e a suposta preocupação social de Judas com os pobres.

Jesus disse: "pobres sempre tereis convosco". Essa frase lida fora do contexto aparentemente mostraria uma insensibilidade social de Jesus. Só que não. O que ele faz aqui é uma constatação e não uma aprovação, uma descrição e não uma recomendação. Posso descrever um assalto, mas isso não significa que eu seja cúmplice ou conivente com ele.

A pobreza e a miséria é uma realidade social incontestável durante várias séculos na história da humanidade cujas causas são complexas e multifatoriais. A pobreza pode ser oriunda de causa pessoal como a preguiça condenado na Bíblia: "A preguiça faz cair em profundo sono, e a alma indolente padecerá fome" (Pv. 19:15). O livro de provérbios ainda adverte: "Vai ter com a formiga, ó preguiçoso; olha para os seus caminhos, e sê sábio" (Pv. 6:6). Essa, porém, não é a única causa e a Bíblia mostra também causas sociais como a opressão, a desigualdade, a exploração e a corrupção como denunciadas pelo profeta Amós: "Portanto, visto que pisais o pobre e dele exigis um tributo de trigo, edificastes casas de pedras lavradas, mas nelas não habitareis; vinhas desejáveis plantastes, mas não bebereis do seu vinho. Porque sei que são muitas as vossas transgressões e graves os vossos pecados; afligis o justo, tomais resgate, e rejeitais os necessitados na porta" (Amós 5:11,12).

Tendo causas pessoais ou sociais, a pobreza é uma realidade. Diante disso, Jesus diz que a pobreza sempre existirá nessa terra enquanto durar a maldade e a degeneração humana e poderá ser sempre objeto de compaixão, solidariedade e filantropia, mas ela não é querida e desejada por Jesus e, muito menos, ela pode servir para desmotivar ato de celebração, adoração e oferta como aquele de Maria que derramou um vaso de alabastro aos pés de Jesus, ainda que, para Judas, fosse um desperdício.

O ponto que Jesus critica de Judas é o seu discurso demagógico e suas motivações gananciosas disfarçadas por trás de uma fala hipócrita de preocupações sociais.

Atualmente, alguns partidos políticos também se apropriam do mesmo discurso dissimulado com intuitos eleitoreiros e desejos escusos e fazem dos pobres uma massa de manobra (assim como outros grupos identitários e sociais como os negros, os homossexuais, os índigenas e as mulheres) escondendo os seus interesses ideológicos.

Sendo assim, os pobres acabam sendo, não alvo de amor, mas objeto de assistencialismo ocasionando uma dependência escravizante e não emancipatória.

Uma espiritualidade equilibrada contempla uma adoração intensa a Deus que nos leva a intimidade com Ele, como fez Maria, irmã de Marta e Lázaro; e uma ação social efetiva que nos permita cumprir o mandamento de amor ao próximo, desde que não seja motivado por interesses egoístas, egocêntricos e ideológicos. O evangelho, encarnado na Pessoa e Obra de Jesus, é maior que interesses pessoais, ideologias e partidos políticos e veio para resgatar o homem todo e todo o homem, reconciliando-o com Deus.
Campos Dos Goytacazes - RJ
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