Nada é o BASTANTE

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"Eu lhe dei o reino e as mulheres dele; tornei você rei de Israel e de Judá. E, se isso não bastasse, eu lhe teria dado duas vezes mais". 2 Sm 12.8
(baseado em Davi e outros mais)

Nada parece ser suficiente e bastante ao coração perdido em suas vontades e embevecido pelo fascínio dos seus desejos.

Que o diga Davi. Rei abastado e suprido em tudo o que se pode imaginar e desejar. Riquezas, bens, autoridade, poder, prestígio, bom êxito e a devoção obcecada de uma nação rendida às suas habilidades e talentos pessoais.

Não obstante a tudo isto, o monarca se corrompe, falseia, mente, mata, sem que isto provocasse o mínimo de constrangimento ou tristeza.

Que o diga Adão e Eva que num paraíso sobrecarregado e abastecido de todo fruto imaginável, acabam por se render aos alarmes de sua vontade, dando preferência à tirania e urgência de seus anseios.

Que o diga a mulher de Samaria, perdida entre poços e a rotina de buscar água. Seis homens não lhe foram suficientes. Nem outros seis lhe seriam. O coração continuava vazio e por consequência exigente e escravo de suas paixões. Um coração que nada basta, marcado por quereres espalhafatosos e insaciáveis.

Que o diga cada um de nós. Seres incontidos e que em seu recôndito oferece abrigo aos mais duradouros desejos. Para este não basta o carro novo, porque bem cedo, ele será vencido por outro mais moderno. Não basta o emprego com salário, porque antes mesmo do que se espera, ele se faz como desgosto, cansaço e aborrecimento. Não bastam as roupas adesivadas pelas grandes marcas e etiquetas, porque o coração continua nu e desvestido de satisfação.

Bem. Tomara que em meu ser exale as palavras experientes do famoso rei: "O Senhor é o meu pastor e eu não sinto FALTA DE NADA". Sl 23.1
Tomara, haver em mim, consciência profunda daquilo que realmente importa, como fez o calejado Moisés: "Se a Tua presença não vai comigo, não nos faça subir deste lugar". Ex 33.15

Tomara, que, depois de se ver "bastante" o coração, haja abundante alegria; contentamento; prazer; e especialmente o transbordar da gratidão. Sim! É isto que eu mais preciso!
E depois disto, que este mesmo coração seja preservado em paz, mantido em serenidade, assentado em descanso. Que estes novos tempos formoseie o meu semblante com um riso cravado na alma, de onde ninguém e coisa alguma podem tirar.

Se abastado algum dia eu viver, que meus lábios e coração orem conjunta e infindavelmente, pelo resto dos seus dias, a oração, do mesmo rei, agora mudado em seu íntimo:
"SENHOR, não é soberbo o meu coração, nem altivo o meu olhar; não ando à procura de grandes coisas, nem de coisas maravilhosas demais para mim. Pelo contrário, fiz calar e sossegar a minha alma; como a criança desmamada se aquieta nos braços de sua mãe, como essa criança é a minha alma para comigo". Salmo 131.1s

Pr. Ismar Junior
(Henrico – VA – USA)

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Opinião do leitor