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Palavra do leitor

Evangelho dos Excluídos

É preciso, disse o papa Francisco, "aprender a sair de nós mesmos para chegar aos outros, para irmos até as periferias da existência, para darmos o primeiro passo em direção aos nossos irmãos e irmãs, especialmente os que estão longe, os que são esquecidos. na Igreja não existe periferia, porque onde está Cristo, está o centro de tudo. A Igreja viva, a Igreja das pequenas comunidades, a Igreja paroquial, os movimentos, deveriam formar centros dentro das periferias. Nós vimos e vemos no Evangelho que, para Deus, não há periferia. A Terra Santa, no vasto contexto do Império Romano, era periferia; Nazaré era periferia, uma cidade desconhecida. Mas aquela realidade era, na verdade, o centro que mudou o mundo. Muitos participantes da missão estavam eles próprios, na periferia da vida, esmagados pela falta de sentido, sujeitos “à escravidão do pecado e do demônio”, como diz a Carta aos Hebreus, por medo da morte. A Igreja protestante precisa urgentemente abrir as suas portas para aqueles que são desprezados pela sociedade e que são tratados como desiguais. A igreja atual fechou-se nos seus problemas internos. Cadê a Igreja que evangeliza os que estão a margem da sociedade?

O Evangelho de Lucas, por exemplo, enfatiza pelo menos duas coisas mais do que os outros três evangelhos. A primeira coisa: a atuação do Espírito Santo, a segunda coisa: o relacionamento de Jesus com os excluídos pela sociedade judaica (os perdidos). Em Lucas, Jesus está sempre se relacionando com: publicanos, pecadores, enfermos, leprosos, mulheres, gentios, samaritanos, viúvas, pobres ou crianças. Todas essas classes de pessoas eram desprezadas pela sociedade judaica do 1º século e era simplesmente um absurdo que um Mestre judeu se preocupasse em estar na presença de algumas dessas pessoas. Interessante é notar como o Espírito Santo age na vida de alguns desses grupos: criança, mulheres, viúvas, pobres, quebrantados, cativos, cegos, oprimidos. O evangelho de Lucas é o Evangelho da inclusão, da quebra de paradigmas, da valorização humana, do amor de Deus pelo perdido (15:20), do Deus que festeja quando um pecador decide mudar de vida (15:7).

Jesus não estava dizendo que o pobre por ser pobre, ou a criança por ser criança, merece o reino de Deus, ele não está aqui dizendo, como muitos afirmam que a criança é pura e por isso o reino de Deus é dela, ou que o pobre por ser sofredor tem vaga garantida no reino. Para entendermos o que Jesus quis dizer precisamos entender a mentalidade do 1º público a quem ele se dirigiu, no caso, os judeus que o ouviram falar. Para o judeu, não existia o nosso atual conceito de "infância" como a idade da fé simples, pureza e simplicidade, o judeu cria que para merecer o reino de Deus a pessoa precisava ter méritos, credenciais, créditos diante de Deus, e o que lhes conferia isso era a observância da lei (isso na cabeça deles). Quando Jesus cita a criança, ele está confrontando essa mentalidade de mérito próprio, porque a criança não tinha mérito pela lei. Elas participavam de certos rituais da lei, porém a vida religiosa dos judeus as excluía em muitos aspectos. Eles viam as crianças, não como modelo de fé e pureza, mas como INÚTEIS! Para um judeu a "infância" só era tolerada como algo necessário para se tornar adulto, quando realmente a pessoa passava a ter valor. Entendendo tudo isso pode concluir que Jesus cita a criança apenas para demonstrar que não é pelos méritos próprios que alguém recebe o reino de Deus, pois a criança não os tem, mas o reino vem para todos! Em Lucas, um mestre da lei pergunta a Jesus quem era o próximo dele e Jesus responde com a conhecida parábola do bom samaritano (10:25-37), apenas para mostrá-lo que o samaritano era também seu próximo, e hoje, será que nós conseguimos ver "o samaritano" como nosso próximo? Conseguimos ver os homossexuais, os drogados, as prostitutas, os bandidos como "nosso próximo"? Pois para um judeu, um samaritano era menos ainda que uma prostituta.

Fico imaginando como nós hoje, como igreja, temos uma "espiritualidade" que exclui as pessoas. Lucas demonstra que as multidões de pecadores gostavam de estar com Cristo, mesmo ele os chamando muitas vezes de geração má e incrédula, porque as pessoas não gostam tanto de estar na igreja hoje? O que nós temos feito que tenha excluído as pessoas do reino ao invés de atraí-las? Porque nós colocamos tantos empecilhos para as pessoas fazerem parte desse reino? A lista do não pode isso, não pode aquilo. Segundo o Pastor Billy Gran, o certo é a Igreja ir ao encontro dos pecadores e não os pecadores irem a encontro da igreja. Precisamos sair da caixa, das quatro paredes da Igreja institucional para irmos ao encontro dos pecadores. Disse Jesus: Ide por todo mundo e pregai o Evangelho a toda criatura.

É algo a se pensar.
Fortaleza - CE
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