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Palavra do leitor

Eu e o finado Comblim rogando por liberdade de acesso a Deus

Deus realmente existe? Se existe, pode uma divindade possuir certa dose de limitação à sua força? É por acaso equacionada a fraqueza divina? Boa parte do ateísmo contemporâneo baseia-se na objeção enunciada com muita força no passado por Sartre e retomada pelos seus discípulos: “Se Deus existe, eu não sou nada”. Se existe um Deus onipotente, o que ainda sobra para mim? Essa presença ao meu lado do poder absoluto torna irrisórias todas as minhas ações. Diante do infinito, todo o finito torna-se irrelevante. Há muitas maneiras de enunciar o argumento.

Algumas seitas tem gerado uma certa desconfiança sobre a existência de Deus. A mercadoria divina leiloada nos cultos dominicais desrespeitam o ser humano e estrapolam o poder divino expondo-o ao ridículo. Não é ridículo um Deus que só é visitado, e que só recebe músicas em troca de favores. Então Deus não tem liberdade de ser o que é. Tiraram a liberade de Deus (rsrs). Fazendo Dele um todo-poderoso que exige dinheiro, exige obediência clerical, exige que se tenha medo.

A objeção foi formulada desde a Idade Média, mas não conseguiuc onvencer. A resposta diz que Deus e o homem não se situam no mesmo plano, como duas liberdades em competição. A resposta não convenceu porque durante séculos os teólogos debateram a questão da predestinação, isto é, da compatibilidade entre a liberdade de Deus todo-poderoso e a liberdade humana. Assim fazendo, situaram no mesmo plano as duas liberdades. Se os teólogos – tomistas, dominicanos e jesuítas – tomaram essa posição durantes séculos, não é estranho que filósofos façam a mesma coisa.

O conflito entre a sua vontade, o seu desejo e o que diz que é a vontade de Deus, que a reação parece inevitável. Os sartreanos sustentam que, para ser livre, é necessário negar a existência de Deus. A verdadeira resposta está na fraqueza de Deus. O nosso Deus é um Deus “escondido” – tema constante da tradição espiritual cristã (COMBLIM, 1998, p.65). É um Deus que se manifesta no meio da nuvem, que se faz perceptível, mas não impõe a sua presença. Precisamos da fraqueza divina para que a liberdade humana dê espaço e lugar para Deus. Paradoxal.

Conforme observa Comblim, "a liberdade consiste justamente nisto: diante do outro, a pessoa pára, econhece e aceita que exista. Abre espaço, acolhe. Longe de dominar, escuta e permite que o outro fale primeiro. Assim Deus suspende o poder de Deus." (COMBLIM,1998, p.65)

Veja só, Ele, Deus, nos permite fazer e deixa fazer. Deus respeita o outro na sua alteridade e permite (com isso até Agostinho concordou e se Calvino estivesse vivo brindaria com um bom Cabernet). No livro de comblim, achamos a liberdade de Deus na liberdade humana:

"A liberdade de Deus consiste em permitir e ajudar a liberdade do menor dos seres humanos. A liberdade de Deus reprime o poder. Torna-se fraca para que possa manifestar-se a força humana."

Um Deus que pede para as pessoas sairem fora do seu quadrado. Tomando refrigerante, ouvindo poesia e brincando com cachorros. A limitação imposta pelo evangeliquez foi dtonado à dois mil anos. Fareisaísmo é uma atitude de outra tribo. O Jesus histórico nunca entrou nessa onda de obedecer a leis e regras. A regra era Ele. A regra é clara: sejam livres! Comblim explica melhor: "É desta maneira que Deus se dirige às pessoas: sem intimidação, sem poder, na dependência de seres humanos, entregando a própria vida nas mãos de criminosos.A liberdade de Deus autolimita-se. Diante da sua criatura,Deus limita sua presença. Deus preferiu antes deixar que crucificassem o seu Filho a intervir para impedir tal justiça. Trata-sede fraqueza voluntária.

É verdade que durante muitos séculos, sobretudo na pregação popular, os pregadores apresentaram uma concepção bem diferente de Deus" (COMBLIM, 1998, p.67). Puro terrorismo gospel que aumentam as receitas eclesiais, trazem resultados imediatos, talvez esse é o novo problema da igreja: convencer às pessoas que Deus existe, mas que não se apresenta (apesar de ser) tão forte, por que é fraco e forte. Pois Ele, "Deus, torna-se fraco porque ama. Quem mais ama é sempre mais fraco" (COMBLIM, 1998, p. 67-68).

Ele não usa a força para arrombar. Quer ser um visitante que não apresenta problemas: “Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele e ele comigo" (BÍBLIA, 2008, p. 2146). Posso concluir comas palavras de José Combim: "Deus bate na porta e aguarda ... Deus torna-se pedinte, suplicante. É assim o paradoxo da graça, da fraqueza de Deus.

REFERENCIAS
COMBLIM, José. Vocação para a liberdade. São Paulo: Editora Paulus, 1998.
JOÃO. Apocalipse 3.20. In: A Bíblia de Jeruzalém. São Paulo: Editora Paulus, 2008
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