Eleições 2010: uma ditadura eleitoral evangélica?

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Enfim já se foi o primeiro turno das eleições presidenciais de 2010. Aí foi observado que os institutos de pesquisas erraram feio prevendo a vitória de Dilma Roussef já na primeira etapa. Dia 31 de outubro voltaremos as urnas. Mas quero ir além, observando o comportamento da igreja nessa eleição.

Os cristãos saíram do armário. Dos templos. Foram para a Internet defender os princípios que norteiam o povo de Deus. Utilizaram os meios possíveis para dizer o pensam e isso é extremamente positivo. Nunca na história dos evangélicos no Brasil viu-se uma unidade em torno de um objetivo. Se unirem-se assim em prol do evangelismo, não tenho dúvidas que em pouco tempo o Brasil seria liberto da escravidão do pecado! Congratulo-me com as igrejas e pastores!

Mas não posso deixar de falar de algumas coisas que observei também como o IX mandamento foi enormemente descumprido. Nunca se mentiu tanto! Quantos absurdos eu recebi por e-mail. Quantos falsos testemunhos. Distribuição de DVD´s alertando os cristãos foram produzidos. Mas os cristãos genuínos, inocentes, não checavam as informações recebidas e no afã de prevenir contra os “filhos de satã”, abortistas e outros, essas informações foram passadas vorazmente sem passar pelo crivo da checagem. E muitos aproveitam o momento para nessa inocência abocanhar votos

Deus já deu provas que está com seu povo e havendo um justo ele poupa. Em Isaías 45 vemos Deus chamando Ciro, um rei persa, de meu escolhido! Observemos que Ciro não era um rei de Israel e nem de Judá, mas um gentio que Deus escolheu para reerguer Jerusalém e retornar o povo para lá.

Mas na minha opinião, esses líderes usaram de seu tempo livre na TV pago com ofertas de pessoas que o fazem para que a Palavra de Deus chegue a todos e o que vemos foram essas pessoas fazendo de suas congregações verdadeiros currais eleitorais, pedindo votos para seus irmãos, filhos, missionários e pastores, fazendo aí uma ditadura evangélica prejudicial a liberdade de pensamento e a imposição de suas vontades. Não se podia nunca pensar, mas votar naquelas pessoas porque o pastor mandou.

A propósito, um dos pontos mais debatidos do famigerado Plano Nacional de Direitos Humanos 3 (PNDH3), do qual sou contra em grande parte de seu conteúdo (quase que total), é justamente a liberdade de opiniões e religiosa. O próprio Jesus disse que a verdade é libertadora. Mas o que vi foi líderes opressores que não pregam a liberdade que há em Cristo Jesus.

A Igreja Evangélica no Brasil precisa passar por um avivamento espiritual que nos levará a um avivamento racional e intelectual. A Bíblia precisa ser a última palavra em questão de vida e prática. Só assim poderemos votar segundo nossa mente e nos livrar das garras desses que só nos induzem para que eles continuem a desfrutar de privilégios políticos. Não deixemos que decidam nosso voto, pois este também é livre!

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Opinião do leitor