Apoie com um cafezinho
Olá visitante!
Cadastre-se

Esqueci minha senha

  • sacola de compras

    sacola de compras

    Sua sacola de compras está vazia.
Seja bem-vindo Visitante!
  • sacola de compras

    sacola de compras

    Sua sacola de compras está vazia.

Palavra do leitor

Educação em saúde como direito do paciente

"Apenas o homem foi feito nu, fraco, delicado, inerme, com a carne macia e a pele sutil, e nos membros nada que possa parecer adequado à luta ou à violência... Os outros animais quase desde o nascimento bastam-se para se manterem, ao passo que apenas o homem, durante muito tempo, depende do auxílio de outros. Não sabe falar, nem andar, nem se alimentar; é capaz apenas de pedir socorro com seus vagidos, de modo que também a partir disso podemos compreender que apenas ele nasce para a amizade, que se funda e se desenvolve principalmente no apoio recíproco. Foi, portanto, a própria natureza que quis que o homem fosse devedor do dom da vida, não tanto a si próprio, mas a benevolência de outrem; foi a natureza que o fez compreender que ele nasceu para a gentileza e para o amor" (Erasmo de Rotterdam). 

Neste trecho, Erasmo nos lembra de como somos vulneráveis. De como a proteção, o cuidado, o desejo do outro e o amor, são fundamentais para a sobrevivência do homem sobre a terra. Por ser tão vulnerável, ele é também passível de exploração pelos que detêm o poder e as condições para tanto. Certamente a fragilidade não é a única característica do homem que se sobressai. Em situações de poder, o ser humano também é capaz de dominar o outro de forma tirânica e exploradora. Exatamente por este motivo, faz-se necessário que as mentes pensantes na sociedade, trabalhem por condições de informação e manutenção de eqüidade para os seres humanos, sobretudo no que diz respeito às condições de saúde e vida e as devidas informações sobre tudo isso. É importante combater a vulnerabilidade e oferecer proteção, e isto deve fazer parte de um processo de tomada de consciência e informação sobre a vida e as condições humanas para a mesma. Educação, informação e participação nas tomadas de decisões deveriam ser condições primordiais na vida sobre a terra. O autor Hans-Martin Sass, faz uma comparação da falta de respeito aos seres humanos com as cobaias não humanas, sobretudo nas questões de pesquisa clínica. Para ele, a única diferença entre ambos, é que os humanos recebem um “consentimento informado” para esta participação, e os animais, não. Entretanto, acho esta comparação um tanto infeliz. Creio, que enquanto os homens não tiverem pela vida como um todo, animais e planeta, o mesmo respeito que lhe é devido, jamais poderá ter pelo seu semelhante, mais semelhante algum respeito. A diferença existe. Mas em minha opinião, longe de ela ser usada para estabelecer diferenças nas atitudes de respeito, deve ser usada apenas para o estabelecimento de diferentes abordagens que levem em consideração as características de cada ser.

Acho mesmo, que o ser humano precisa ser alfabetizado em amor e respeito antes de qualquer coisa. Quando isto acontecer, naturalmente as questões de saúde, condições de vida, moradia, alimentação, dignidade, estarão sendo contempladas também, com certeza. Como Erasmo bem coloca: “Apenas o homem foi feito nu, fraco, delicado, inerme, com a carne macia e a pele sutil, e nos membros nada que possa parecer adequado à luta ou à violência. Os outros animais quase desde o nascimento bastam-se para se manterem, ao passo que apenas o homem, durante muito tempo, depende do auxílio de outros”. Sim. Somos animais também. Mas por sermos mais frágeis do que os demais, e portanto mais necessitados de cuidados, não podemos também nos prevalecer do dom da razão que temos para além dos demais, e de forma desequilibrada mantê-los submissos ao nosso bel prazer. Antes de tudo, a questão é educar o homem para a humildade. Humildade de ser que não se basta a si só. Que precisa do outro animal, do outro vegetal do outro mineral, pois sem eles nada consegue fazer. Quando esta humildade existir, quando o homem parar de achar que é o super-homem que passou a se crer à partir da idade moderna, certamente será capaz de pensar não somente em si, mas considerará que não está sozinho sobre a face da Terra. Então vai parar de brincar de Deus. De um Deus que não é o nosso Deus amoroso, mesmo que justo. Mas um deus tirânico e mal intencionado.
Curitiba - PR
Textos publicados: 1 [ver]

Os artigos e comentários publicados na seção Palavra do Leitor são de única e exclusiva responsabilidade
dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI.

Ultimato quer falar com você.

A cada dia, mais de dez mil usuários navegam pelo Portal Ultimato. Leem e compartilham gratuitamente dezenas de blogs e hotsites, além do acervo digital da revista Ultimato, centenas de estudos bíblicos, devocionais diárias de autores como John Stott, Eugene Peterson, C. S. Lewis, entre outros, além de artigos, notícias e serviços que são atualizados diariamente nas diferentes plataformas e redes sociais.

PARA CONTINUAR, precisamos do seu apoio. Compartilhe conosco um cafezinho.


Opinião do leitor

Para comentar é necessário estar logado no site. Clique aqui para fazer o login ou o seu cadastro.
Ainda não há comentários sobre este texto. Seja o primeiro a comentar!
Escreva um artigo em resposta

Ainda não há artigos publicados na seção "Palavra do leitor" em resposta a este texto.