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Palavra do leitor

Deixe o que está morto, morto

"A maior aflição e mais inquietante violência que atinge parcela majoritária das pessoas se encontra na busca por uma felicidade irreal e por haver uma insistência por persegui-la".

Texto de Lucas 5:1-11

As narrativas bíblicas ao serem desfiadas, com honestidade, expressamente, descrevem os fatos da vida e, peço desculpas pela redundância, da vida crua e nua, de gente, como eu e você. Anota-se, aborda os enredos de pessoas com suas inquietações e vazios, com seus momentos de solidão e de abandono, com seus momentos de, apesar de estar afortunado pelo sucesso, em ser bem-sucedido, com recursos e poder, ainda assim, prossegue a se perguntar: "É só isso? Então, não há mais nada a ser esperado"? Decerto, não nos encontramos, assim ou muitos ao nosso redor? Ou será que redijo lorotas ou conversas triviais e de palavrórios pueris ou fúteis? Afinal, os avanços proporcionados pela capacidade humana, como pode ser observado pela cultura digital, ainda assim, não serviu e acredito não servirá para ser uma conexão no tocante a uma existência que faça com que a vida valha. Vou adiante, indo ao texto de Lucas 05. 01 a 11, enfoco o momento quando Jesus se retira da multidão, da cacofonia de interesses e curiosidades e vai à direção de homens no exercício de sua rotina, de sua realidade cotidiana e, ao se aproximar, ali, uns cumpriam a função de limpar as redes e, depois disso, há o chamado para adentrar ao barco. Sem delongas, chego à conclusão específica, objetiva e clara de o quanto mudanças e modificações não acontecem no nevoeiro de ideias e palavras, como também na importância de limpar as redes, de remover o que está morto, de retirar inutilidades, de se desfazer do que não serve para nada, do que não presta. Quiçá, quantos entulhos de situações ocorridas e acabadas, mas, ainda assim, estão como conselheiras de nossas escolhas, quantos mortos ou momentos de rupturas (de quem partiu, de quem não merece tanto peso, em nossas vidas), quantos fantasmas do que foi e nos valemos de tais para permanecer nas trincheiras, hibernados, escondidos e com justificativas das mais esfarrapadas. Ao se aproximar, as redes estavam no momento de serem limpas e Jesus pede passagem, pede entrada, pede para participar daquela realidade, mesmo diante de todo o cenário (quem sabe, rachaduras; quem sabe, vazio; quem sabe, havia nos cantos e recantos daquela embarcação, restolhos ou restos, aqui, na configuração de eventos que nos envergonham, que nos faz nos sentir o pior dos moicanos). Sem se valer de nenhum processo e procedimento de regressão, de compensações de faça a tal campanha, de faça a tal oração forte, de faça a tal terapia, de faça sei lá mais o que, simplesmente, orienta a lançarem as redes e numa direção. É bem verdade, Pedro escutou e, sejamos sérios e sinceros, embora não acreditasse na condição de um desfecho diferenciado, fê – lo, e isto nos ensina de que se torna mais efetivo, mais eficiente, mais eficaz e mais elevado obedecer, permitir a própria Fé das Bem-Aventuranças ou o próprio Jesus Cristo nos ajuda a caminhar para um novo tempo, para um tempo de direção, para um tempo de renovação e criação, para um tempo voltado a nos fazer se levantar. Atentemos, constata-se o afastar-se das poluições ou de pessoas tóxicas, o remover aquilo que não gera vida, permitir o adentrar da esperança efusiva e da força criadora do Deus Ser Humano Jesus Cristo, reconhecer de que o mesmo não quer participar para o ou a diminuir, o ou a rebaixar, o ou a depreciar, o ou a jogar na sua face (olha: lembra-se o que eu fiz, o quanto o ou a ajudei, não se esqueça de ser grato e etc.), considerou e lançou as redes (abriu-se para novas oportunidades, novos eventos, novas experiências e novos momentos) e teve um retorno, acima do esperado, com mais uma lição: teve de chamar outros, ou seja, aprenda a partilhar e compartilhar). Por fim, deixe o que está morto, não finja de se, porventura, o barco se apresenta com fragilidades, com vulnerabilidades, com fraquezas, com deficiências, porque Ele adentra em favor da sua vida e não das circunstâncias, há um chamado para novas oportunidades (não posso dizer, como antes, mas visam resgatar sua dignidade e o respeito por sua vida), há um chamado para conceber essa obediência, como um novo tempo e veja os benefícios sem descartar o outro.
São Paulo - SP
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