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Palavra do leitor

Cadê a esperança em meio a pandemia?

"Tenha a coragem para perceber o quanto nossas escolhas nos definem, embora não seja uma certeza, porque sempre há o se refazer, enquanto estivermos aqui’’.

Texto de Mateus 6.10

A pandemia de ordem mundial ora causada pelo Covid-19, já ultrapassou um ano. Desde os primeiros casos diagnosticados, as medidas de restrições, os efeitos causados, em todas as estruturas (sociais, econômicas, políticas, familiares, profissionais, científicas e outras), inclusive com uma inquestionável mudança, sobre a maneira como líamos a realidade e nós mesmos. Nessa linha de exposição, cadê a esperança, em meio a pandemia? Não digo a esperança banal, tola, mais parecida como um esconderijo da realidade, da concreta situação humana e de cada um de nós. É bem verdade, para muitos, falar de esperança pode soar e ressoar como um desperdício. Afinal de contas, não passará a esperança de um estado de bem-estar, de satisfação, de ser bem sucedido ou como uma força orientadora, como um elemento direcionador e de integração, sem negar o que está, aí, a nossa frente? Seja nas situações mais simples; seja nos eventos marcados por colapsos, por rupturas, por deformações sociais e humanas; seja diante da pobreza, da violência, do abuso, da arbitrariedade, da corrupção, da alienação, se não houvesse essa palavra, esperança, as nossas escolhas não nos levariam para o futuro, as nossas tensões, as nossas inquietações, os nossos receios seriam vagos, vazios e indefinidos. Então, poder-se-á falar de esperança, de esperança para o amanhã, no porvir, em nós, no outro, no próximo, na fé que professamos? Ora, os mais ferrenhos opositores do evangelho questionam como pode Jesus se o Cristo, se nada mudou? Além disso, os seus porta-vozes, muitas vezes, imprimem as digitais de uma esperança mórbida?

Indo aos textos de Jó 14. 7,19, 1 Pedro 1.3 e Romanos 8. 24-25, apontam para pessoas atingidas pelo conformismo e não por um novo estado de mudanças, um novo eon, um Kairós, embora não na totalidade, mas em pequenas porções para esperar e a espera em boas notícias. Será que a oração do Pai nosso (seja feita a Tua vontade, aqui na terra como no céu) se resume a uma figura metafórica? De certo, a esperança do tolo o mantém na certeza pelo fim de tudo, sem nenhuma atenção para esse novo estado de situações, para ir adiante, movido por uma afirmação não perfeita, não falível, não certa, mas possível e isto implica o que poderá vir a ser, na espera de um começo ou daquilo que pode acontecer. Destarte, se continuarmos a ler a esperança, dentro do fim de tudo, sem reconhecer o quanto essa espera não significa passividade, conformismo, preguiça, não se permitirá a abertura para o Reino de Deus, em favor do ser humano. Vou adiante, nos turbilhões da pandemia provocado pelo Covid-19, o que esperamos, o que se espera? A espera genuína, verdadeira, específica nos inquieta, nos desafia, nos faz reflexivo e críticos, nos faz trazer essa esperança, esse superabundar, esse encarar sobre a questão de sermos sinceros, diante das nossas tensões e dos nossos receios, por mostrar um novo estado de situações. Deveras, todo o ímpeto pelo sucesso, toda crença inabalável na razão, todos os amplos avanços tecnológicos, todos os feitos notórios da ciência tem levado a outro estágio e, simultaneamente, outro mal surge, outro mal de injustiça, de impiedade, de iniquidade. Por tal modo, sem essa força orientadora, sem esse aspecto direcionador, sem esse ponto de equilíbrio, acabamos por nos desintegrarmos, trancafiados em nossos desesperos, em nossas indiferenças, em nossa espera, covarde e acovardada.

A pandemia covid-19 não desmoronou a esperança, caso assim fosse, apregoaríamos uma cartilha de esperança vazia, vaga, indefinida, banal, tola, estúpida, ou seja, a esperança da arrogância, a arrogância de sermos os salvos e os demais condenados; a esperança de se impor sobre os outros; a esperança patética de se apropriar de Deus, de sua palavra, de sua revelação, de suas promessas. Abro um adendo, sem o Reino de Deus, a esperança não passa de ilusão, porque esse novo estado de situações quer se apresentar, no tempo presente, em cada escolha movida pelo amor e pela fé, pela verdade e pela alegria, pela justiça e pela misericórdia, pela vivacidade do sagrado, em prol daqueles desiludidos, desanimados, desajustados.
São Paulo - SP
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