A supervalorização das eleições

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Hoje, e durante toda esta semana, não vai se falar outra coisa. No próximo domingo será o grande dia: o dia das eleições.

Não se fala em outro assunto, ou pelo menos não se preocupa com outro tema por mais importante que ele seja. Só se fala em eleições, só se respira eleições, só se discute eleições. Daí eu fiquei me perguntando: será que esse assunto é tão importante assim?

Já asisti, participei e votei em muitas eleições desde 1974, o primeiro ano que eu votei. Naquele tempo só haviam dois partidos: Arena e MDB. Eu que era muito jovem na época votei no Partido que prometia mudanças, renovação e melhores dias, ou seja, no MDB. De lá para cá tornei-me um estudioso do assunto e um articulista. Escrevi centenas de artigos sobre eleições, embora nunca tenha sido filiado a nenhum partido.

Hoje, 36 anos após, esse tema continua soando e cada vez mais forte: ELEIÇÕES... Já assisti muitos debates na televisão, já torci por esse ou aquele candidato, mas parece que foi tudo em vão. Na verdade, pouca coisa mudou, e quando muda é para pior. Dizem que o nosso País melhorou, então eu pergunto: melhorou em que sentido? Sejamos sinceros, melhorou a educação pública? melhorou a saúde pública? melhorou a segurança pública? A violência hoje está tão grande que quase todas as noites sonho com ela. A educação pública está uma lástima, a saúde pública, essa até dispensa comentários. Mas dizem que tudo melhorou. Só se for para os políticos.

As eleições hoje são tão "importantes" que existem até igrejas se dividindo por causa delas. Um pastor apóia determinado candidato, o outro apóia outro candidato e cada um pede votos para o seu candidato. As lideranças evangélicas estão leiloando os cerca de 30 milhões de votos entre os candidatos dos diversos cargos eletivos. Na minha cidade há propaganda de diversos candidatos ligados a várias igrejas. Todos esses candidatos vieram de fora e vão levar os votos que seriam dos candidatos locais. Depois eles somem, se elegendo ou não, e os candidatos da cidade não conseguem se eleger. Será que esses pastores ganham algum dinheiro para serem cabos eleitorais desses candidatos forasteiros?

É assim que acontece, e já faz muito tempo. Domingo termina tudo. É o dia das eleições. Vamos eleger novos deputados, senadores, governadores e o presidente da Republica. E tudo vai continuar como está ou talvez piorar ainda mais. Assisto isto há 36 anos e sei que é tudo balela. Em 2012 teremos eleições de novo, para prefeitos e vereadores. As eleições em nosso País ocorrem de dois em dois anos. Já tem pastor pensando em 2012, como possível candidato ou cabo eleitoral. E a igreja, como fica nessa dança política? Ah, a igreja fica como está, ou pode até piorar. Isto me lembra as palavras de Jesus escritas em Lucas 18 versículo 8: "Digo-vos que depressa lhes fará justiça. Quando porém vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?". Fé e política não devem se misturar, principalmente quando se vende as igrejas para os políticos. Não devemos nos esquecer: a igreja já foi comprada pelo sangue de Jesus. Ela não está à venda. Isto é um crime. Cuidado!

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Opinião do leitor