A renúncia do papa não é o fim do mundo

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De repente o mundo parou para ouvir a notícia: "O papa renunciou". As transmissões foram interrompidas, os plantões foram acionados e todos informaram "em primeira mão" a notícia que parou o mundo por alguns instantes. A principio, ninguém acreditou, mas depois todos não só acreditaram como também queriam saber os detalhes da noticia, e cada um tinha a sua versão para informar os motivos que levaram o Papa a tomar a decisão.

Uma notícia desta merece destaque. É uma decisão tão rara na história que ninguém pode perder a oportunidade de noticiá-la. Eu fico pensando como vai ser quando o mundo acabar. Todos os meios de comunicação vão querer dar a noticia em primeira mão. Mesmo sem entender nada do ocorrido muitos vão comentar e dar a sua versão dos fatos. Fico imaginando como será este acontecimento "que nunca houve nem haverá outro igual". O mundo ficará sobressaltado.

Mas a renúncia do papa não é o fim do mundo. Vários motivos o levaram a tomar esta decisão, e isto é um direito dele. Qualquer governante tem direito de renunciar, como fez o presidente Jânio da Silva Quadros, que renunciou a presidência da República Federativa do Brasil. O papa é um governante, um líder religioso e político: governa ao mesmo tempo uma igreja e um país. Para muitos, o papa é um santo, um ser infalível que também é chamado de "Sua santidade" e "representante de Cristo aqui na terra". Mas, sobretudo, ele é um ser humano, pecador e falível como todos os demais. Por isto não vejo motivos para tanta especulação.

Mas, por que o papa renunciou? Ele, a princípio, alegou cansaço, falta de disposição e de condições físicas para viajar e dar atenção para tantos governantes e para tanta gente. Sabemos que em muitos paises ele foi muito mais vaiado do que aplaudido, e isto também é desgastante. A sua passagem por alguns paises foi quase despercebida, ou seja, ele não tinha grande popularidade. Aqui no Brasil, a sua visita foi considerada por muitos um verdadeiro fiasco, embora a Rede Globo tenha feito a cobertura com todo estardalhaço que lhe é peculiar. De lá para cá as coisas foram só piorando, e a sua renúncia passou a ser só uma questão de tempo. Em outras palavras, ele estava sendo "fritado" já havia muito tempo. Não dá para governar assim.

Provavelmente no mês de março, os cardeais vão se reunir para eleger um novo papa. Quem será o novo papa? Qual será o seu perfil? Ele será conservador ou progressista? Progressista, com certeza, ele não será, mas deverá ser menos conservador, afinal, os tempos são outros. Se eu pudesse dar uma dica eu diria que a idade do novo papa é mais importante do que o seu perfil. Que tal eleger um papa com no máximo 60 anos? Por que os papas precisam ser tão idosos? As igrejas evangélicas, que hoje fazem tanto sucesso no mundo, geralmente são dirigidas por pastores jovens e cheios de disposição. Um papa mais jovem, ou menos velho, seria uma inovação e uma chance de, finalmente, renovar literalmente a velha e tradicional igreja católica romana. Isto é só um palpite. Não é nada pessoal.

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Opinião do leitor