A Bíblia

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Sou do tempo em que no segundo domingo de Dezembro se comemorava o Dia da Bíblia. Penso que pouca gente ainda se lembra dessa data. Eu sempre fui avesso a comemorações, na verdade eu não comemoro nem o meu aniversário. Mas a Bíblia é o livro de todo dia, todo dia é o dia da Bíblia. Fui criado num lar evangélico com todo cuidado e tradição onde se lia a Bíblia diariamente e se fazia oração. Por este motivo, a Bíblia se tornou uma espécie de farol e guia para a minha vida. Incentivado por meu querido e saudoso pai, que mais tarde se tornou pastor, eu comecei a ler a Bíblia assim que me alfabetizei. Eu era ainda adolescente e já viajava com ele ajudando e também pregando lá no interior de Minas, mas precisamente no Leste de Minas, na região de Manhuaçu. A Bíblia era a minha companheira inseparável. A primeira eu eu tive foi um presente que ganhei no ano de 1964 quando eu tinha apenas 9 anos. Eu a tenho até hoje e a guardo com muito carinho. Quando o assunto é Bíblia eu geralmente me emociono porque é um livro diferenciado, sagrado, o mais amado e também desconhecido e odiado. A Bíblia é um farol, é um alimento, é um remédio, é um abrigo, é a presença de um amigo, é o nosso sustento, o nosso alimento e a nossa luz. Na Bíblia encontramos Jesus que disse: "Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida". (João 8.12).

Cresci lendo e amando a Bíblia. Fiz vários cursos bíblicos, participei de vários seminários, cursei Teologia, mas não me considero um teólogo. Alguém já disse: "Quando a pessoa se forma em alguma coisa geralmente para de estudar". Paradoxalmente, as pessoas graduadas muitas vezes são relaxadas e acabam esquecendo o que aprendeu no seu meio acadêmico. Por isto as pessoas hoje precisam se graduar e se pós graduar, além de continuar os estudos de forma permanente e ininterrupta. Se é assim na vida secular, imagina como é na vida espiritual! Depois da graduação vem a pós graduação, o doutorado, o mestrado e os cursos paralelos de atualização para aprimorar o seu aprendizado. É como quem escreve: tem que estar sempre praticando e aprendendo, acompanhando e se dedicando porque a escrita é viva e está sempre em constante mutação. Ser escritor é diuturnamente ser um estudante e um praticante. Carlos Drummond de Andrade escrevia praticamente todo dia e se tornou, não apenas o maior poeta e escritor, mas também aquele que mais escreveu. Ainda hoje existem textos, crônicas e poemas dele que são inéditos. Foi o maior poeta brasileiro e um dos maiores e mais respeitados do mundo. Mas eu falava da Bíblia, que para muitos ainda é um segredo e um grande mistério. Quanto mais a lemos, tanto mais aprendemos - e a figura central e principal da Bíblia é o Senhor Jesus. Ele mesmo falou dele e todos os profetas falaram dele. É a coisa mais incrível falar dele. Certa vez eu fui convidado para "dar uma palavra" numa igreja e eu não tinha um tema específico e não me preocupei com isto, simplesmente abri a boca e comecei a falar de Jesus. Fiquei tão maravilhado com aquela exposição que acabei extrapolando e se me deixassem continuar eu ia passar da meia noite só falando de Jesus. Desde então cheguei à conclusão que falar de Jesus preenche tudo, esgota todos os assuntos e nos alimenta de uma forma especial e completa. Enfim, ele é tudo em todos. Os profetas falaram dele e quando ele se humanizou e aqui chegou esse mundo mudou, multidões o seguiram, autoridades o perseguiram, religiosos o cercaram, doutores o procuraram e com ele falaram, mestres o indagaram e a todos ele recebeu e abençoou.

Esse Jesus está na Bíblia, de Gênesis a Apocalipse e Ele continua vivo na vida daqueles que o buscam, o amam e o adoram.

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Opinião do leitor