Opinião
- 31 de dezembro de 2021
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Uma pequena oração para todo o ano
Por Ricardo Barbosa de Sousa
O bispo africano do quarto século Atanásio dizia que “a maior parte das Escrituras fala a nós, os Salmos falam por nós”. Os Salmos são nossa escola de oração por excelência. A melhor forma de orar é com as Escrituras. Podemos fazer isso com a oração que Jesus nos ensinou, o Pai-Nosso. Podemos usar a oração sacerdotal de Jesus como um precioso guia para nossas orações do fim do dia. As bem-aventuranças são também um bom roteiro para nossas orações, pois nos colocam diante daquilo que nos define como povo de Deus. No entanto, os salmos são, por excelência, nosso livro de oração. Nele aprendemos a expressar nossos desejos, emoções, lamentos, gratidão e louvor.
Gostaria de sugerir, no início de mais um ano, uma pequena oração que possa nos acompanhar e orientar durante todo o novo ano. É uma oração curta, fácil de ser memorizada e profunda em seu conteúdo. Uma oração que você pode fazer enquanto trabalha, descansa e se locomove de um lugar para outro. Esta oração está na primeira parte do verso 94 do Salmo 119: “Sou teu; salva-me”.
O Salmo 119 tem 176 versículos, 22 estrofes (uma para cada letra do alfabeto hebraico) e oito versos em cada estrofe. É um salmo que celebra a lei de Deus, a Torah. O salmista entende que a revelação da lei de Deus é a revelação de toda a realidade (sobre Deus, sobre nós e sobre o mundo). Por isso ele celebra. Os 176 versos do capítulo é uma resposta do salmista à revelação de Deus.
“Sou teu; salva-me.” É uma pequena oração que nos ajuda a lembrar daquilo que Deus, por meio de Jesus Cristo, já fez por nós e tudo aquilo que ele ainda fará. Podemos orar assim: Senhor, sou teu porque me criaste à tua imagem e semelhança. Não sou um acidente biológico. O Senhor me fez único e isso é maravilhoso. Sou teu porque me escolheste e me chamaste. Sinceramente não sei como isso funciona, mas sei que fui escolhido por ti e não é mais possível viver longe de ti. Sou teu porque fui redimido, liberto e salvo por ti. O Senhor veio até mim, entrou em meu mundo quebrado pelo pecado. Pagou um alto preço pela minha redenção. Fui justificado e reconciliado. Nada disso é mérito meu, tudo me foi dado pela sua graça. Sou teu porque por meio de teu Santo Filho Jesus Cristo me adotaste como um filho amado. Pelo poder e presença do teu Espírito, posso chamar-te de Pai e ter a certeza de que me amas como amas teu eterno Filho. Sou teu porque fizeste em mim a tua habitação. Não existe nenhum momento ou lugar em que não estejas comigo.
“Sou teu; salva-me”. Salva-me de mim mesmo. Da minha arrogância e orgulho, da mentira e do engano, do egoísmo e da vaidade. Salva-me das armadilhas da sedução e tentação. Dá-me forças para resistir ao maligno e sabedoria para discernir as forças e poderes que atuam no mundo. Salva-me das “obras da carne” e de tudo aquilo que promove a morte, a divisão e a destruição de tua boa criação. Salva-me da apatia, do desânimo, do tédio e da futilidade. Salva-me do medo e da ansiedade.
“Sou teu; salva-me.” É uma oração simples e profunda. Pode ser feita todos os dias, em qualquer lugar. Ao afirmar “sou teu; salva-me”, afirmo minha identidade básica. Sei quem sou e a quem pertenço. Num tempo de tantas incertezas, precisamos urgentemente ter uma compreensão clara de nossa identidade em Cristo e manter diante de nós uma afirmação tão simples e, ao mesmo tempo, tão completa, que nos ajuda a não perder a perspectiva. “Sou teu; salva-me.”
Artigo publicado originalmente na edição 393 (janeiro/fevereiro 2022) de Ultimato.
Leia mais:
» Só a graça é suficiente
O bispo africano do quarto século Atanásio dizia que “a maior parte das Escrituras fala a nós, os Salmos falam por nós”. Os Salmos são nossa escola de oração por excelência. A melhor forma de orar é com as Escrituras. Podemos fazer isso com a oração que Jesus nos ensinou, o Pai-Nosso. Podemos usar a oração sacerdotal de Jesus como um precioso guia para nossas orações do fim do dia. As bem-aventuranças são também um bom roteiro para nossas orações, pois nos colocam diante daquilo que nos define como povo de Deus. No entanto, os salmos são, por excelência, nosso livro de oração. Nele aprendemos a expressar nossos desejos, emoções, lamentos, gratidão e louvor.
Gostaria de sugerir, no início de mais um ano, uma pequena oração que possa nos acompanhar e orientar durante todo o novo ano. É uma oração curta, fácil de ser memorizada e profunda em seu conteúdo. Uma oração que você pode fazer enquanto trabalha, descansa e se locomove de um lugar para outro. Esta oração está na primeira parte do verso 94 do Salmo 119: “Sou teu; salva-me”.
O Salmo 119 tem 176 versículos, 22 estrofes (uma para cada letra do alfabeto hebraico) e oito versos em cada estrofe. É um salmo que celebra a lei de Deus, a Torah. O salmista entende que a revelação da lei de Deus é a revelação de toda a realidade (sobre Deus, sobre nós e sobre o mundo). Por isso ele celebra. Os 176 versos do capítulo é uma resposta do salmista à revelação de Deus.
“Sou teu; salva-me.” É uma pequena oração que nos ajuda a lembrar daquilo que Deus, por meio de Jesus Cristo, já fez por nós e tudo aquilo que ele ainda fará. Podemos orar assim: Senhor, sou teu porque me criaste à tua imagem e semelhança. Não sou um acidente biológico. O Senhor me fez único e isso é maravilhoso. Sou teu porque me escolheste e me chamaste. Sinceramente não sei como isso funciona, mas sei que fui escolhido por ti e não é mais possível viver longe de ti. Sou teu porque fui redimido, liberto e salvo por ti. O Senhor veio até mim, entrou em meu mundo quebrado pelo pecado. Pagou um alto preço pela minha redenção. Fui justificado e reconciliado. Nada disso é mérito meu, tudo me foi dado pela sua graça. Sou teu porque por meio de teu Santo Filho Jesus Cristo me adotaste como um filho amado. Pelo poder e presença do teu Espírito, posso chamar-te de Pai e ter a certeza de que me amas como amas teu eterno Filho. Sou teu porque fizeste em mim a tua habitação. Não existe nenhum momento ou lugar em que não estejas comigo.
“Sou teu; salva-me”. Salva-me de mim mesmo. Da minha arrogância e orgulho, da mentira e do engano, do egoísmo e da vaidade. Salva-me das armadilhas da sedução e tentação. Dá-me forças para resistir ao maligno e sabedoria para discernir as forças e poderes que atuam no mundo. Salva-me das “obras da carne” e de tudo aquilo que promove a morte, a divisão e a destruição de tua boa criação. Salva-me da apatia, do desânimo, do tédio e da futilidade. Salva-me do medo e da ansiedade.
“Sou teu; salva-me.” É uma oração simples e profunda. Pode ser feita todos os dias, em qualquer lugar. Ao afirmar “sou teu; salva-me”, afirmo minha identidade básica. Sei quem sou e a quem pertenço. Num tempo de tantas incertezas, precisamos urgentemente ter uma compreensão clara de nossa identidade em Cristo e manter diante de nós uma afirmação tão simples e, ao mesmo tempo, tão completa, que nos ajuda a não perder a perspectiva. “Sou teu; salva-me.”
Artigo publicado originalmente na edição 393 (janeiro/fevereiro 2022) de Ultimato.
Leia mais:
» Só a graça é suficiente
Pastor da Igreja Presbiteriana do Planalto e coordenador do Centro Cristão de Estudos, em Brasília (DF). É colunista da revista Ultimato e autor de A Espiritualidade, o Evangelho e a Igreja, Pensamentos Transformados, Emoções Redimidas e O Caminho do Coração.
- Textos publicados: 55 [ver]
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