Opinião
14 de janeiro de 2022- Visualizações: 6089
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Para não perder o foco em 2022
Por Luiz Fernando dos Santos
O apóstolo Paulo escreveu que tudo quanto foi escrito no Antigo Testamento, para a nossa instrução foi escrito. O livro dos Números, dentre as suas muitas e preciosas lições, nos ensina que é possível perdermos o foco e distorcer a realidade a partir de nossas impressões pessoais. No capítulo 14 do referido livro, encontramos o episódio em que Moisés tem que lidar com uma forte sedição na congregação de Israel, em face do relatório apresentado pelos espias que haviam sido enviados à Canaã, para fazer um levantamento da terra. Apenas Calebe e Josué destoavam do sentimento geral dos demais espias. Os homens enviados para Canaã se deixaram impressionar pelo tamanho e pela força dos habitantes e mediram as suas chances tendo como padrão referencial a sua própria capacidade, ou ainda que muito eficiente, a liderança humana de Moisés e Arão. Perderam o foco na medida em que voltaram os olhos para as suas possibilidades, para o que tinham em mãos e foram tomados de incredulidade, perplexidade e um pavor paralisante. O desespero foi tal que não bastasse murmurar contra Moisés e Arão, murmuraram diretamente contra Deus.
» Uma pequena oração para todo o ano
“Mas os meus olhos estão fixos em ti, ó Soberano Senhor; em ti me refugio; não me entregues à morte” (Sl 141.8).
O apóstolo Paulo escreveu que tudo quanto foi escrito no Antigo Testamento, para a nossa instrução foi escrito. O livro dos Números, dentre as suas muitas e preciosas lições, nos ensina que é possível perdermos o foco e distorcer a realidade a partir de nossas impressões pessoais. No capítulo 14 do referido livro, encontramos o episódio em que Moisés tem que lidar com uma forte sedição na congregação de Israel, em face do relatório apresentado pelos espias que haviam sido enviados à Canaã, para fazer um levantamento da terra. Apenas Calebe e Josué destoavam do sentimento geral dos demais espias. Os homens enviados para Canaã se deixaram impressionar pelo tamanho e pela força dos habitantes e mediram as suas chances tendo como padrão referencial a sua própria capacidade, ou ainda que muito eficiente, a liderança humana de Moisés e Arão. Perderam o foco na medida em que voltaram os olhos para as suas possibilidades, para o que tinham em mãos e foram tomados de incredulidade, perplexidade e um pavor paralisante. O desespero foi tal que não bastasse murmurar contra Moisés e Arão, murmuraram diretamente contra Deus.Calebe e Josué foram os únicos que tiveram uma leitura correta do contexto para o qual foram enviados. Leram Canaã através dos acontecimentos do Egito. Em nenhum momento fizeram comparação entre Israel e os filhos de Anaque. Não colocaram em perspectiva os gigantes daquela terra e os ‘gafanhotos’ do Senhor. Não mediram forças. Calebe e Josué, lembrados que estavam de como o Senhor havia humilhado o panteão dos deuses egípcios e de como havia derrotado de maneira maravilhosa o Faraó, puxaram pela memória a imagem impressa em suas retinas do mar aberto à sua frente e então compararam os moradores daquela terra, sua altura, sua força, suas cidades fortificadas e seus carros de guerra com o braço do Senhor. Não foi difícil concluir: Quem poderá resistir a Yaweh?
Calebe e Josué tinham a perspectiva correta das coisas e dos fatos, logo não se impressionaram e nem se desesperaram. Essa é uma boa lição para nós hoje em nosso tempo difícil. Os nossos inimigos se agigantam a cada dia. Desemprego, dívidas, inflação, pandemia, violências de toda sorte, crise em muitas igrejas e decepções com muitos líderes religiosos. Não bastasse tudo isso, há ainda a nossa própria vulnerabilidade espiritual, moral e física que enche o nosso coração de pavor e muitas vezes paralisa a nossa vida. Também aqui é uma questão de foco e de perspectiva.
Se dirigirmos o nosso olhar e deter muita a nossa atenção em tudo o que está à nossa frente, certamente teremos muitos motivos para a desesperança. Se medimos os nossos inimigos com as nossas possibilidades humanas, como inteligência, formação profissional, política, políticos, religião aí sim teremos razões para o desespero e logo, a murmuração. Mas, se o nosso foco está nos feitos e nas promessas do Senhor e se colocamos em perspectiva o mundo ao nosso redor, o tamanho de cada ‘adversidade’ com o tamanho do nosso Deus, veremos que a nossa luta se torna muito mais suportável e na verdade, se torna impossível a nossa derrota final.
Outra lição que podemos aprender deste episódio é que a murmuração é um pecado insuportável, abominável para Deus. Além de culpar Deus pelos nossos ‘males’ e atribuir a Deus impotência ou incapacidade para enfrentar os nossos inimigos a murmuração lança dúvidas sobre as reais intenções de Deus para conosco. Números 14.3 deixa isso muito claro: “E por que no traz o Senhor a esta terra, para cairmos à espada (...) Não nos seria melhor voltarmos para o Egito?”. A murmuração põe em xeque o caráter de Deus, a retidão de seus juízos e a santidade do seu amor e da sua vontade. Ao mesmo tempo, a murmuração é uma afronta à inteligência e à sabedoria do Senhor. A murmuração demonstra insatisfação pela maneira como Deus dispõe as coisas em nossa vida, assim, quando murmuro digo a Ele: ‘Eu, no seu lugar faria diferente porque faria melhor. Os meus planos são melhores que os teus. Eu daria um final melhor e mais feliz para a minha história’.
Queira Deus que em 2022 não percamos o foco, não olhemos em direção errada ou contrária à que Deus está. Que no ano novo a nossa perspectiva seja a de comparar, medir cada coisa e seu tamanho com a imensidão do nosso Deus e assim, descansar em sua soberania e em seu poder. Nele, somos mais que vencedores!
Leia mais:
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Luiz Fernando dos Santos (1970-2022), foi ministro presbiteriano e era casado com Regina, pai da Talita e professor de teologia no Seminário Presbiteriano do Sul e no Seminário Teológico Servo de Cristo.
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