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Opinião

Os evangélicos estão com medo? O que eles temem perder?

Por Michael Horton

Em uma reunião na segunda-feira com líderes evangélicos na Casa Branca, o presidente Trump alertou sobre a violência contra os cristãos conservadores se o Partido Republicano perder em novembro. Disse ele: "Os evangélicos estão a uma eleição de perder tudo".

Como evangélicos, faríamos bem em corrigir o presidente neste ponto. Se uma eleição pode nos fazer perder tudo, o que é exatamente que temos em primeiro lugar?

Certamente podemos ser gratos por qualquer servidor público que defenda a Primeira Emenda. E devemos aplaudir os irmãos que exercem sua educação e experiência como advogados para defender a liberdade religiosa (desde que eles não procurem privilegiar o cristianismo legalmente acima de outras religiões).

No entanto, a igreja não prega o evangelho dependendo da aprovação de qualquer administração ou se recusa a pregá-lo sob a desaprovação de outro governo. Nós pregamos sob a aprovação de Cristo. E nós não fazemos suas políticas, mas as comunicamos. Não é quando somos jogados aos leões que perdemos tudo; é quando pregamos outro evangelho. “Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma?” (Mateus 16:26).

E, no entanto, oscilando do triunfalismo para o desespero fervilhante, muitos pastores estão comunicando, a um enorme público, uma fé no poder político que está em forte oposição a tudo que dizemos acreditar. Para muitos de nossos vizinhos, os capelães da corte parecem mais Bobos da corte.

Algo tremendo está em jogo aqui: se os cristãos evangélicos colocam sua fé mais em César e seu reino do que em Cristo e seu reinado. Nesse sentido temos tudo a perder - neste mês de novembro e em todo e qualquer ciclo eleitoral. Quando buscamos favores políticos especiais para a igreja, comunicamos às massas que o reino de Cristo é apenas mais um grupo demográfico do eleitorado americano.

Vamos encarar os fatos. Liberais e conservadores, católicos e protestantes, cortejaram o poder político e alegremente se permitiram ser usados por ele. Isto sempre acontece quando a igreja confunde o reino de Cristo com os reinos da presente época. Jesus não veio para impulsionar a teocracia em Israel, muito menos para ser o pai fundador de qualquer outra nação. Mesmo durante seu ministério, dois discípulos - Tiago e João - queriam fazer um julgamento sobre uma aldeia que rejeitava a mensagem deles, mas “Jesus se voltou para eles e os repreendeu” (Lucas 9: 54-55). Ele não é um mascote para um reduto eleitoral, mas o salvador do mundo. Ele veio para perdoar pecados e trazer a vida eterna, para morrer e ressuscitar para que, através da fé nele, também possamos compartilhar sua nova criação.

Em seu julgamento, Jesus disse a Pôncio Pilatos que ele era realmente um rei - mas o herdeiro de um trono maior do que o governador romano podia imaginar. “Meu reino não é deste mundo. Se fosse, meus servos lutariam para impedir minha prisão pelos líderes judeus. Mas agora meu reino é de outro lugar” (João 18:36). Assim, não é Pilatos quem decide o destino de Jesus. “Ninguém tira [minha vida] de mim, mas eu a dou por vontade própria. Tenho poder para a dar e poder para tornar a tomá-la” (João 10:18).

Jesus predisse a destruição do Templo em Jerusalém e um longo período depois daquilo, que seria marcado simultaneamente por perseguição e expansão de seu reino. Como? Armados com nada mais do que o seu evangelho, o batismo e a Ceia, alimentados pela liberdade de graça e amor de todas as pessoas, as menores e as maiores, que precisam ouvir esta mensagem salvadora. Se alguém quiser falar sobre a violência real contra os cristãos, certamente a perseguição dos primeiros cristãos deve contar. No entanto, todo mandamento do Novo Testamento sobre o assunto nos chama a amar e orar por nossos inimigos com a confiança de que Cristo ainda está construindo sua igreja. Então, por que o apelo ao medo funciona tão consistentemente com muitos que afirmam estar na linha dos discípulos de Jesus, a quem ele disse: “Não tenha medo, pequeno rebanho, porque seu Pai tem o prazer de lhe dar o reino” (Lucas 12:32)?

Isso não quer dizer que não devamos nos preocupar com o estado de nossa nação. Em nenhum lugar do Novo Testamento os cristãos são chamados para evitar as responsabilidades de sua cidadania temporária, mesmo que nossa cidadania final esteja no céu (Fp 3:20). No entanto, muitos de nós parecem apostar tudo, não apenas nas liberdades constitucionais, mas também no respeito social, na aceitação e até mesmo no poder. Mas isso vem à custa de confundir o evangelho com o nacionalismo cristão.

A única nação cristã no mundo hoje é aquela reunida “de toda tribo e língua e povo e nação” (Ap 5:9) reconhecida por seu rei. Em sua Grande Comissão, Jesus deu autoridade à igreja para fazer discípulos, não cidadãos; para proclamar o evangelho, não opiniões políticas; para batizar pessoas em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, não em nome da América ou de um partido político; e ensinar tudo o que ele entregou, não nossas prioridades pessoais e políticas. E ele prometeu que sua presença conosco é algo que o mundo nunca pode tirar.

Quem quer que acredite que os cristãos evangélicos estão “a uma eleição de perder tudo” em novembro, esqueceu como cantar a advertência do salmista: “Não confieis em príncipes, nem em filho de homem, em quem não há salvação” (Salmos 146:3).

• Michael Horton
é professor de Teologia Sistemática e Apologética no Seminário Westminster na California.

Nota: Publicado originalmente por Christianity Today. Reproduzido com permissão.

Tradução: Gustavo Veríssimo


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