Opinião
18 de dezembro de 2025- Visualizações: 31
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Onde está o coração do Natal?
Por Theo Pemberton
A cada Natal, época de festas, nossos corações se alegram. Há quem monte presépios, outros enfeitam árvores de Natal, há quem coloque luzinhas brilhantes e enfeites natalinos alegres por todo lugar. Mas para outros, infelizmente, a sensação é de vazio, solidão e memórias de tempos agora longínquos. Para muitos, é tempo de cansaço, de orçamento curto, de viver no piloto automático e de cumprir compromissos sociais. No meio de tantas correrias e emoções, corremos o risco de esquecer, ou minimizar, o mais importante desta época do ano: o amor supremo de Deus revelado em Cristo Jesus.
O amor que entrou na história
O coração do Natal não está em nossas tradições, atividades ou emoções, muitas vezes passageiras, mas no que o apóstolo João nos revela: o amor de Deus manifestado em Cristo Jesus. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele” (Jo 3:16–17, 1 Jo 4:9).
Esse amor, antes eterno e invisível, entrou na história, assumiu forma humana e habitou entre nós (Jo 1:14). Em Cristo, o próprio Deus veio ao encontro de um mundo caído e cansado, não para oferecer alívio momentâneo, mas para transformar o coração humano e reconciliar-nos consigo mesmo (2Co 5:19). Nele, Deus se revela plenamente (Jo 14:9), cumpre as suas promessas (2 Co 1:10), vence o mal (Co 2:15) e inaugura o seu Reino (Mc 1:15). Por isso, o Natal não é apenas uma data comemorativa, mas a suprema revelação do amor infinito de Deus, que, na pessoa de Jesus Cristo, desceu, se doou, salva e transforma tudo o que toca.
O amor que excede todos os amores
O apóstolo Paulo, maravilhado diante dessa verdade, orou para que os crentes conhecessem “qual é a largura, o comprimento, a altura e a profundidade ... do amor de Cristo, que excede todo entendimento” (Ef 3:18–19). Foi esse amor que sustentou os santos de todas as gerações e inspirou John Bunyan, autor de O Peregrino, a escrever All Loves Excelling, no qual descreve o amor de Cristo como o mais excelente de todos os amores: inesgotável em sua origem, perfeito em seu proposito e transformador em seus efeitos. Bunyan ainda nos lembra que o amor divino ultrapassa qualquer medida humana, pois é gratuito, fiel e eterno. Compreender esse amor é mais do que um exercício teológico; é um ato de adoração e uma experiência espiritual profunda, pois quem realmente conhece o amor de Cristo conhece o próprio Deus (1 Jo 4:7-10).
O amor em quatro dimensões
Bunyan nos ajuda a compreender esse amor descrito em Efésios 3. Ele entende essas quatro dimensões como expressões humanas da grandeza insondável e ilimitada do amor de Deus, que excede todo o entendimento.
A largura desse amor alcança pessoas de todas as partes e condições, e não deixa nenhum pecador arrependido de fora. Onde o pecado abundou, a graça de Deus em Cristo superabundou (Rm 5:20). A grandeza do coração divino estende Seu amor até os confins da terra.
O comprimento desse amor percorre toda a história da redenção. Ele começou na eternidade (Ef 1:4–5), passou pela manjedoura (Lc 2:11), alcançou seu clímax na cruz (Fp 2:8) e permanece para sempre (Hb 1:1–3). É o amor “que não conhece começo nem fim” e continua alcançando os que ainda estão longe (Jo 10:16), trazendo-os ao Seu trono de graça.
A profundidade desse amor alcança os lugares mais fundos e sombrios da alma (Sl 130:1). Nenhum abismo é tão profundo quanto a misericórdia de Cristo. Esse amor “desce abaixo da culpa, da miséria e da queda”, alcançando-nos mesmo onde pensamos não haver mais esperança. É esse amor que ergue o caído “do monturo” (1Sm 2:8) e nos vivifica juntamente com Cristo (Cl 2:13).
A altura desse amor eleva os redimidos às regiões celestiais (Ef 2:6; Cl 1:13). O amor que se humilhou e desceu até a manjedoura é o mesmo que nos exalta para partilhar de Sua glória (Jo 17:22). Essa altura aponta não apenas para nossa salvação presente, mas para a nossa exaltação futura (Rm 8:30). O amor de Cristo nos perdoa e nos glorifica, conduzindo-nos a uma comunhão eterna com Deus.
Essas quatro dimensões nos revelam que o amor de Deus em Cristo Jesus é largo para abraçar o mundo inteiro, longo para alcançar toda a história, profundo para resgatar qualquer pecador e alto para conduzir-nos à Sua glória.
Em todas as estações
O Natal nos convida a sair da pressa e do ruído cotidiano para contemplar o Deus que nos amou com amor eterno. Cristo não veio apenas para mudar circunstâncias, mas para conquistar o coração humano e habitá-lo para sempre. Ele sabe exatamente quem somos e, ainda assim, nos ama da mesma maneira. Esse amor não se mede por sentimentos, mas por Seu sacrifício na cruz; não se esgota nas festas de dezembro, mas sustenta todas as estações de nossas vidas.
Pela graça de Deus, podemos descansar na certeza de que “nem a morte, nem a vida... absolutamente nada, poderá nos separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 8:38–39).
Ao Deus desse amor supremo, toda glória na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém (Ef 3:21).
REVISTA ULTIMATO – LEMBREM-SE: ‘DEIXO COM VOCÊS A PAZ, A MINHA PAZ LHES DOU”
Durante a última ceia com os discípulos, Jesus se despede com palavras de paz: “Deixo-vos a paz; a minha paz vos dou. Não a dou como o mundo a dá. Não vos perturbeis, nem vos atemorizeis”.
Por meio dos artigos de capa desta edição, Ultimato quer ajudar o leitor a se lembrar dessa verdade. Para fazer frente aos dias difíceis em que vivemos.
É disso que trata a edição 417. Para assinar, clique aqui.
Saiba mais:
» O Caminho do Coração - Meditações diárias, Ricardo Barbosa
» O Cultivo da Vida Cristã – Meditações em 1 João, Robert Koo
» Práticas Devocionais – Exercícios de sobrevivência e plenitude espiritual, Elben César
A cada Natal, época de festas, nossos corações se alegram. Há quem monte presépios, outros enfeitam árvores de Natal, há quem coloque luzinhas brilhantes e enfeites natalinos alegres por todo lugar. Mas para outros, infelizmente, a sensação é de vazio, solidão e memórias de tempos agora longínquos. Para muitos, é tempo de cansaço, de orçamento curto, de viver no piloto automático e de cumprir compromissos sociais. No meio de tantas correrias e emoções, corremos o risco de esquecer, ou minimizar, o mais importante desta época do ano: o amor supremo de Deus revelado em Cristo Jesus.
O amor que entrou na história
O coração do Natal não está em nossas tradições, atividades ou emoções, muitas vezes passageiras, mas no que o apóstolo João nos revela: o amor de Deus manifestado em Cristo Jesus. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele” (Jo 3:16–17, 1 Jo 4:9).
Esse amor, antes eterno e invisível, entrou na história, assumiu forma humana e habitou entre nós (Jo 1:14). Em Cristo, o próprio Deus veio ao encontro de um mundo caído e cansado, não para oferecer alívio momentâneo, mas para transformar o coração humano e reconciliar-nos consigo mesmo (2Co 5:19). Nele, Deus se revela plenamente (Jo 14:9), cumpre as suas promessas (2 Co 1:10), vence o mal (Co 2:15) e inaugura o seu Reino (Mc 1:15). Por isso, o Natal não é apenas uma data comemorativa, mas a suprema revelação do amor infinito de Deus, que, na pessoa de Jesus Cristo, desceu, se doou, salva e transforma tudo o que toca.O amor que excede todos os amores
O apóstolo Paulo, maravilhado diante dessa verdade, orou para que os crentes conhecessem “qual é a largura, o comprimento, a altura e a profundidade ... do amor de Cristo, que excede todo entendimento” (Ef 3:18–19). Foi esse amor que sustentou os santos de todas as gerações e inspirou John Bunyan, autor de O Peregrino, a escrever All Loves Excelling, no qual descreve o amor de Cristo como o mais excelente de todos os amores: inesgotável em sua origem, perfeito em seu proposito e transformador em seus efeitos. Bunyan ainda nos lembra que o amor divino ultrapassa qualquer medida humana, pois é gratuito, fiel e eterno. Compreender esse amor é mais do que um exercício teológico; é um ato de adoração e uma experiência espiritual profunda, pois quem realmente conhece o amor de Cristo conhece o próprio Deus (1 Jo 4:7-10).
O amor em quatro dimensões
Bunyan nos ajuda a compreender esse amor descrito em Efésios 3. Ele entende essas quatro dimensões como expressões humanas da grandeza insondável e ilimitada do amor de Deus, que excede todo o entendimento.
A largura desse amor alcança pessoas de todas as partes e condições, e não deixa nenhum pecador arrependido de fora. Onde o pecado abundou, a graça de Deus em Cristo superabundou (Rm 5:20). A grandeza do coração divino estende Seu amor até os confins da terra.
O comprimento desse amor percorre toda a história da redenção. Ele começou na eternidade (Ef 1:4–5), passou pela manjedoura (Lc 2:11), alcançou seu clímax na cruz (Fp 2:8) e permanece para sempre (Hb 1:1–3). É o amor “que não conhece começo nem fim” e continua alcançando os que ainda estão longe (Jo 10:16), trazendo-os ao Seu trono de graça.
A profundidade desse amor alcança os lugares mais fundos e sombrios da alma (Sl 130:1). Nenhum abismo é tão profundo quanto a misericórdia de Cristo. Esse amor “desce abaixo da culpa, da miséria e da queda”, alcançando-nos mesmo onde pensamos não haver mais esperança. É esse amor que ergue o caído “do monturo” (1Sm 2:8) e nos vivifica juntamente com Cristo (Cl 2:13).
A altura desse amor eleva os redimidos às regiões celestiais (Ef 2:6; Cl 1:13). O amor que se humilhou e desceu até a manjedoura é o mesmo que nos exalta para partilhar de Sua glória (Jo 17:22). Essa altura aponta não apenas para nossa salvação presente, mas para a nossa exaltação futura (Rm 8:30). O amor de Cristo nos perdoa e nos glorifica, conduzindo-nos a uma comunhão eterna com Deus.
Essas quatro dimensões nos revelam que o amor de Deus em Cristo Jesus é largo para abraçar o mundo inteiro, longo para alcançar toda a história, profundo para resgatar qualquer pecador e alto para conduzir-nos à Sua glória.
Em todas as estações
O Natal nos convida a sair da pressa e do ruído cotidiano para contemplar o Deus que nos amou com amor eterno. Cristo não veio apenas para mudar circunstâncias, mas para conquistar o coração humano e habitá-lo para sempre. Ele sabe exatamente quem somos e, ainda assim, nos ama da mesma maneira. Esse amor não se mede por sentimentos, mas por Seu sacrifício na cruz; não se esgota nas festas de dezembro, mas sustenta todas as estações de nossas vidas.
Pela graça de Deus, podemos descansar na certeza de que “nem a morte, nem a vida... absolutamente nada, poderá nos separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 8:38–39).
Ao Deus desse amor supremo, toda glória na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém (Ef 3:21).
- Theo Pemberton é administrador de empresas e economista, recentemente terminou seu mestrado em divindade no Reformed Theological Seminary em Orlando. É membro da Igreja Presbiteriana de Pinheiros onde serve em ministérios educacionais.
REVISTA ULTIMATO – LEMBREM-SE: ‘DEIXO COM VOCÊS A PAZ, A MINHA PAZ LHES DOU”Durante a última ceia com os discípulos, Jesus se despede com palavras de paz: “Deixo-vos a paz; a minha paz vos dou. Não a dou como o mundo a dá. Não vos perturbeis, nem vos atemorizeis”.
Por meio dos artigos de capa desta edição, Ultimato quer ajudar o leitor a se lembrar dessa verdade. Para fazer frente aos dias difíceis em que vivemos.
É disso que trata a edição 417. Para assinar, clique aqui.
Saiba mais:
» O Caminho do Coração - Meditações diárias, Ricardo Barbosa
» O Cultivo da Vida Cristã – Meditações em 1 João, Robert Koo
» Práticas Devocionais – Exercícios de sobrevivência e plenitude espiritual, Elben César
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