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Opinião

No retorno, um recomeço

Por Walter Feckinghaus
 
Versão ampliada do artigo publicado na seção "Sessenta+" da edição 402 da revista Ultimato.

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Estou deitado na cama de um hospital depois de ter passado pela segunda cirurgia e de ter recebido o segundo joelho mecânico. As dores estão sendo controladas pelos fortes remédios receitados.
 
Meus pensamentos se voltam para os últimos anos. Minha esposa e eu tivemos o privilégio de servir ao Senhor por mais de 41 anos no Brasil, plantando igrejas, iniciando e liderando várias obras de assistência e iniciando a Editora Esperança. 
 
Agora estamos na Alemanha, de onde fomos enviados como missionários para o Brasil há tantos anos. Deus nos concedeu muitas oportunidades de servi-lo e à igreja brasileira. Mas o que vai ser de nós agora? A maioria dos amigos do passado já não se encontra mais entre os vivos. O mesmo aconteceu também com os nossos pais e vários dos nossos irmãos. Não somos mais conhecidos nas igrejas que nos enviaram ou, se muito, por uns poucos idosos doentes.
 
 “Senhor, basta! Leve-me embora! A minha – a nossa – vida aqui não faz mais muito sentido!”. Senti-me quase como o profeta Elias ao fugir de Jezabel (1Rs 19). Não havia alguém me perseguindo, mas estava desanimado e cansado.
 
Nessa situação, abri como de costume pela manhã a minha Bíblia e li o texto de Jeremias 29. No verso 7, fui profundamente tocado: “Procurai a paz da cidade para onde vos desterrei e orai por ela ao Senhor; porque na sua paz vós tereis paz”.
 
Essa palavra me acompanhou também quando recebi alta e consegui, pouco a pouco, andar novamente com as minhas próteses nos dois joelhos.
 
Estando de volta em casa, recebemos um convite para conhecer o trabalho de “Tafel” – banco alimentar que entrega aos pobres alimentos que iriam para o lixo, um serviço presente em muitas cidades na Alemanha. O convite tinha a intenção de arregimentar mais voluntários para buscar, selecionar e entregar alimentos aos necessitados. Tendo ainda em mente a palavra de Jeremias, minha esposa e eu fomos conhecer esse trabalho e iniciamos a nossa cooperação na semana seguinte.
 
Depois de apoiarmos o projeto em várias áreas durante três anos, fomos convidados a assumir sua liderança. Contamos hoje com sessenta voluntários. Desses, sete têm entre 60 e 70 anos, 45 têm mais de 70 e oito têm mais de 80 anos. Praticamente todos aposentados. De segunda a sexta-feira, buscamos, com duas vans em supermercados, padarias e varejistas, alimentos descartados por eles para selecionar, separar e doar duas vezes por semana. Os necessitados a quem atendemos são refugiados de guerra, fugitivos da fome da África e migrantes do Oriente Médio, do Afeganistão e do Irã. 
Devido à alta dos preços de alimentos e de energia, estão chegando a cada semana também alemães em busca de alimentos.
 
No início de 2022, atendíamos 450 pessoas semanalmente com a ajuda de 35 voluntários. Com o início da guerra entre Rússia e Ucrânia e o aumento do custo de vida, esse número triplicou, chegando a mais de 1.200 pessoas.
 
Quando iniciamos a nossa ajuda, pensei: “Como podemos servir ao Senhor no meio deste povo, uma vez que neste trabalho não se pode fazer propaganda de religião nem convidar para cultos ou reuniões, uma vez que temos os mais diferentes credos, entre cristãos, muçulmanos, hindus e ateus?”.
 
Oramos pelas pessoas e percebemos pouco a pouco que tanto os voluntários quanto os atendidos com alimentos começaram a perguntar a respeito do que fizemos no Brasil e por que fizemos o que fizemos. Assim, temos tido muitas conversas e oportunidades de responder às perguntas, falar do amor de Deus e da salvação em Cristo. Algumas pessoas entre os refugiados foram perseguidas por sua fé. Vários voluntários vêm ao nosso encontro, contam de suas lutas e pedem oração. Perguntam: “O senhor ainda prega? Será que posso ir à igreja onde prega?” Ou pedem: “Não temos mais relação com igreja alguma, mas o senhor poderia nos dar uma palavra espiritual para as minhas bodas de ouro?”.
 
Assim percebemos que o Senhor ainda tem um lugar para os “velhinhos” e que para ele não existe desemprego.
 
Ao sair do Brasil nunca imaginei que iríamos cuidar de um trabalho deste tamanho aqui na Alemanha. Portanto, não podemos nos queixar do tédio.


 
  • Walter Feckinghaus, pastor.

REVISTA ULTIMATO | MAMOM VERSUS DEUS
 
Ao todo, Jesus contou 38 parábolas. Mais de um terço delas trata de assuntos ligados a posses e riquezas. Há cerca de quinhentos versículos sobre oração na Bíblia. Sobre dinheiro e posses são mais de 2.300.
 
As Escrituras se ocupam desse assunto porque ele é crucial para a fé. Trata-se de onde colocamos nossos afetos e a quem seguimos. Jesus adverte: “Onde estiver o seu tesouro, aí estará também o seu coração” (Mt 6.21).

É disso que trata a matéria de capa da edição 402 da Revista Ultimato. Para assinar, clique aqui.

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