Opinião
14 de dezembro de 2006- Visualizações: 4934
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"Existe em você algo de bom"
É de suma importância enxergar algo de bom na pessoa que consideramos má e algo de ruim na pessoa que consideramos boa. O pecador sempre tem algo de bom em seu comportamento ruim e o santo sempre tem algo de mau em seu comportamento bom. Ninguém é cem por cento mau nem cem por cento bom. Não é para deixar de lado os poucos defeitos que a pessoa de bem tem. Semelhantemente não é para deixar de lado as poucas virtudes que a pessoa de conduta repreensível tem. Se não, criaremos santos de um lado e demônios do outro.
Pobre daquele que, depois de uma vida exemplar, comete um descuido, pecado ou escândalo, de pequeno ou grande porte! Tudo o que ele fez de bom até então cai no esquecimento e o que ele acaba de fazer de mau é a única coisa que se comenta. Às vezes até com certa dose de prazer sinistro. A conduta cristã e restauradora exige equilíbrio entre a censura do ato reprovável do presente e a lembrança dos atos não-reprováveis do passado.
Esse equilíbrio extremamente necessário pode ser visto no pequeno discurso do profeta Jeú ao rei Josafá (de 872 a 848 a.C.): “Será que você devia ajudar os ímpios e amar aqueles que odeiam o Senhor? Por causa disso, a ira do Senhor está sobre você. Contudo, existe em você algo de bom, pois você livrou a terra dos postes sagrados e buscou a Deus de todo o seu coração” (2 Cr 19.2-3).
Josafá era o quarto rei de Judá depois da divisão da nação e governou as tribos do Sul por 24 anos (de 872 a 848 a.C.) Continuou e ampliou a reforma religiosa iniciada por Asa, seu pai. Ele buscou o Deus de seu pai, não imitou as práticas de Israel (o reino do Norte) e seguiu corajosamente os caminhos do Senhor. Para tanto, retirou de Judá os altares idólatras e os postes sagrados e nomeou uma equipe de dezesseis pessoas para percorrer todas as cidades de Judá e Benjamim com o objetivo de ensinar o povo na Lei do Senhor (2 Cr 17.1-9).
Depois, cometeu o erro de se aliar a Acabe, rei de Israel, por “laços de casamento”. Apesar da profecia de Micaías, contrária à guerra de reconquista de Ramote-Gileade, Josafá acompanhou Acabe nessa excursão bélica e só não perdeu a vida quando foi cercado pelo exército inimigo porque recorreu à oração (2 Cr 18.1-34).
Quando Josafá voltou em segurança ao seu palácio em Jerusalém, recebeu a visita de Micaías, que chamou sua atenção tanto para o estranho fato de ele ser “amigo dos inimigos do Senhor” (2 Cr 19.2, NTLH) como para o agradável fato de que havia nele algo de bom. Além de justa e correta, essa mistura tem alto valor pedagógico: não apóia a culpa de alguém nem arrasa o seu ânimo!
Com exclusividade ultimatoonline antecipa aqui a coluna “Pastorais” da edição de janeiro-fevereiro de 2007, que acaba de entrar em circulação. Receba em sua casa esta edição. Assine e tenha Ultimato em sua companhia até 2008.
Elben César é diretor-redator da revista Ultimato e autor de, entre outros, Refeições Diárias com o Sabor dos Salmos, Práticas Devocionais e Conversas com Lutero — História e Pensamento.
Pobre daquele que, depois de uma vida exemplar, comete um descuido, pecado ou escândalo, de pequeno ou grande porte! Tudo o que ele fez de bom até então cai no esquecimento e o que ele acaba de fazer de mau é a única coisa que se comenta. Às vezes até com certa dose de prazer sinistro. A conduta cristã e restauradora exige equilíbrio entre a censura do ato reprovável do presente e a lembrança dos atos não-reprováveis do passado.
Esse equilíbrio extremamente necessário pode ser visto no pequeno discurso do profeta Jeú ao rei Josafá (de 872 a 848 a.C.): “Será que você devia ajudar os ímpios e amar aqueles que odeiam o Senhor? Por causa disso, a ira do Senhor está sobre você. Contudo, existe em você algo de bom, pois você livrou a terra dos postes sagrados e buscou a Deus de todo o seu coração” (2 Cr 19.2-3).
Josafá era o quarto rei de Judá depois da divisão da nação e governou as tribos do Sul por 24 anos (de 872 a 848 a.C.) Continuou e ampliou a reforma religiosa iniciada por Asa, seu pai. Ele buscou o Deus de seu pai, não imitou as práticas de Israel (o reino do Norte) e seguiu corajosamente os caminhos do Senhor. Para tanto, retirou de Judá os altares idólatras e os postes sagrados e nomeou uma equipe de dezesseis pessoas para percorrer todas as cidades de Judá e Benjamim com o objetivo de ensinar o povo na Lei do Senhor (2 Cr 17.1-9).
Depois, cometeu o erro de se aliar a Acabe, rei de Israel, por “laços de casamento”. Apesar da profecia de Micaías, contrária à guerra de reconquista de Ramote-Gileade, Josafá acompanhou Acabe nessa excursão bélica e só não perdeu a vida quando foi cercado pelo exército inimigo porque recorreu à oração (2 Cr 18.1-34).
Quando Josafá voltou em segurança ao seu palácio em Jerusalém, recebeu a visita de Micaías, que chamou sua atenção tanto para o estranho fato de ele ser “amigo dos inimigos do Senhor” (2 Cr 19.2, NTLH) como para o agradável fato de que havia nele algo de bom. Além de justa e correta, essa mistura tem alto valor pedagógico: não apóia a culpa de alguém nem arrasa o seu ânimo!
Com exclusividade ultimatoonline antecipa aqui a coluna “Pastorais” da edição de janeiro-fevereiro de 2007, que acaba de entrar em circulação. Receba em sua casa esta edição. Assine e tenha Ultimato em sua companhia até 2008.
Elben César é diretor-redator da revista Ultimato e autor de, entre outros, Refeições Diárias com o Sabor dos Salmos, Práticas Devocionais e Conversas com Lutero — História e Pensamento.
Elben Magalhães Lenz César foi o fundador da Editora Ultimato e redator da revista Ultimato até a sua morte, em outubro de 2016. Fundador do Centro Evangélico de Missões e pastor emérito da Igreja Presbiteriana de Viçosa (IPV), é autor de, entre outros, Por Que (Sempre) Faço o Que Não Quero?, Refeições Diárias com Jesus, Mochila nas Costas e Diário na Mão, Para (Melhor) Enfrentar o Sofrimento, Conversas com Lutero, Refeições Diárias com os Profetas Menores, A Pessoa Mais Importante do Mundo, História da Evangelização do Brasil e Práticas Devocionais. Foi casado por sessenta anos com Djanira Momesso César, com quem teve cinco filhas, dez netos e quatro bisnetos.
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