Opinião
- 16 de agosto de 2022
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Capelania, o pastoreio em meio às multidões
Por Eleny Vassão
“Durante uma refeição na casa de Levi, muitos publicanos e pecadores estavam comendo com Jesus e seus discípulos, pois havia muitos que o seguiam. Quando os mestres da lei que eram fariseus o viram comendo com pecadores e publicanos, perguntaram aos discípulos de Jesus: ‘Por que ele come com publicanos e pecadores?’ Ouvindo isso, Jesus lhes disse: ‘Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes. Eu não vim para chamar justos, mas pecadores’” (Marcos 2.15-17).
Os mestres da lei deveriam estar certos! Quem poderia esperar que o Filho de Deus, o Emanuel, o Deus conosco, gastasse tempo com pessoas comuns, pecadores que não faziam parte do seu rebanho de fervorosos religiosos nas sinagogas, para sentar-se à mesa e comer com eles?
Mais ainda. Como poderia o Santo, o Filho de Deus, sujar suas mãos, inclinar-se em direção a pessoas comuns, sentar-se ao lado delas olhando em seus olhos e dando-lhes ouvidos? Como poderia ele gastar seu precioso e limitado tempo na Terra com pessoas que nem mesmo conheciam a história de Israel?
Ele demonstrava que valoriza a cada um, identificando suas necessidades, sofrendo suas dores e lhes demonstrando que Deus, o Seu Pai, em Sua compaixão, se inclinava em sua direção por se importar com cada uma destas vidas.
Ele só fazia isso porque Ele é Deus, retrata a imagem de seu Pai, e veio ao encontro de pecadores como você e eu.
Mas, ao dar a sua vida na cruz em nosso lugar, perdoar-nos e fazer-nos seus imitadores cheios de sua compaixão por um mundo perdido que precisa conhecer o Salvador, fez de nós seus imitadores. À medida que nosso relacionamento com ele se aprofunda, mais e mais desenvolvemos uma semelhança com ele.
Isso é ser cristão. Isso é desenvolver o ministério da compaixão. Isso é missão urbana. Isso é capelania: ir ao encontro das pessoas onde quer que estejam, observar a sua cultura, linguagem, dar ouvidos às suas dores e apresentar-lhes o Evangelho que traz o perdão, a cura, a restauração e transformação de vida e oferece a esperança para viver e para morrer.
Creio que isso é capelania: membros da família de Deus, comprados e lavados pelo sangue de seu Filho que, ao desenvolver um relacionamento com o seu Senhor através do conhecimento da Palavra e da conversa com ele na oração, ganham, aos poucos, o seu coração, desejando imitá-lo em tudo. Salvos que se dispõem a se importar com o que ele se importa e trabalhar em parceria com ele, saindo de seu lugar de conforto e indo ao encontro de tantos que caminham pela vida carregados por seus fardos de culpa, cansados e sobrecarregados e sem direção por não conhecerem o Salvador.
Ao ganharmos esta visão, o mundo é o nosso campo missionário. Onde o Senhor nos coloca, em nosso dia a dia, quer seja no local de trabalho, transporte público, internado em um hospital ou preso numa cadeia, a pessoa passa a ser vista com novos olhos. Desafiados para desenvolver novas estratégias, falando uma nova língua, tendo um olhar diferente de amor e compaixão para com pessoas a serem alcançadas.
Essa é a maior necessidade e o maior legado que podemos construir: pessoas que, através de nossas vidas refletindo o caráter de Cristo, tornaram-se apaixonadas pelo Salvador e decidiram segui-lo e servi-lo, fazendo a luz dele brilhar para que o mundo seja transformado.
Sim, Jesus comia com pecadores, e nós devemos fazê-lo também, com o propósito de lhes apresentar o Pão da Vida, que mata a fome da alma para sempre!
- Eleny Vassão, Capelã hospitalar pelo Supremo Concílio da IPB, em ministério nos hospitais há 39 anos, autora de 43 livros e Presidente do CPC-Conselho Presbiteriano de Capelania da IPB 2021-22.
A (RE)DESCOBERTA DA SERENIDADE – DEIXO COM VOCÊS A PAZ! NÃO FIQUEM AFLITOS | REVISTA ULTIMATO
"Serenidade” é definida como o estado da pessoa serena, que age de maneira calma e tranquila. Pode ser entendida também como a paz da mente, o equilíbrio emocional, o estado não perturbado, o domínio de si mesmo. Fúria, preocupação, inquietude e agitação são alguns de seus antônimos.
É disso que trata a matéria de capa da edição de 395 da revista Ultimato. Para assinar, clique aqui.
» A Vida Em Cristo, John Stott
» O Discipulado na Igreja Local, Randy Pope
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