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Opinião

Capelania, esperança em meio à dor

Por Eleny Vassão
 
Não era para ele ter escapado da morte, depois de ingerir sessenta comprimidos tentando o suicídio. Por muito pouco não morreu, mas ainda está decidido a tentar. Nada pode preencher o vazio de sua alma. Nem os dias passados no clube com os amigos, nem os grandes recursos financeiros que um dia teve, nem as mulheres a quem amou, nem o relacionamento com os filhos, nem mesmo a tentativa de comandar seu destino independente de Deus. Deitado num leito de hospital, sofre as dores angustiantes de um coração que não encontra sentido para continuar a lutar. Nada, nem ninguém conseguiu preencher o seu vazio interior. Como João, há muitas pessoas desesperadas ao nosso redor.
 
Como capelã hospitalar numa visita a chamado a um desconhecido, antes de ousar abrir a boca, fico ao lado de seu leito em silêncio, orando, pedindo que o Espírito do Senhor me mostre a maneira certa de abordá-lo. Peço-lhe que fale àquele homem idoso que, com olhos lacrimejantes, grita de desespero. Que abra os seus ouvidos e o faça olhar para o Alto, arrependendo-se de sua rebeldia e aceitando o amor de Deus através de Cristo.
 
Saio dali pensando que, muitas vezes, nós, cristãos, também nos deixamos levar pelas doces atrações que o mundo nos oferece, cedendo aos seus encantos e nos afastando do Deus vivo, assim como Asafe o fez, e teve a coragem de relatar no Salmo 73. A Igreja de Cristo, com a grande missão de ser sal da terra e luz do mundo, tem se deixado enredar por vãs sutilezas, permitindo-se desviar do Seu propósito e esfriar em sua compaixão e missão. 
 
Asafe, segundo a versão “A Mensagem” da Bíblia, diz: “Quase deixei de ver sua bondade. Porque eu estava olhando para o outro lado, observando as pessoas que alcançaram o topo, invejando os ímpios que tinham sucesso, [...] pretenciosos e arrogantes, [...] Mimados e fartos, enfeitam-se com as tiaras da tolice. Eles zombam, [...] Estão cheios de vazio, perturbando a paz com tagarelice” (Sl 73:2-9).


 
Somente o olhar para o Senhor, permitindo o seu moldar em nós de acordo com o caráter de Cristo nos faz ter a sua compaixão, desvia os nossos olhos das coisas inúteis (Salmo 119:37; 18) e nos leva ao encontro das pessoas para que, através de Seu bom perfume em nós, são atraídas ao Salvador. Precisamos admitir que, por vezes, temos seguido a mesma fase de loucura de Asafe, ao focar os nossos olhos naquilo que é passageiro, nas exigências e distrações do mundo que se desfazem como bolhas de sabão. 
 
Mas o Senhor desperta o Salmista, assim como o faz ainda hoje com cada um de seus filhos: “Até que entrei no santuário de Deus e, então, compreendi o destino deles. A estrada escorregadia em que os puseste, que termina com a colisão contra o muro das desilusões. Num piscar de olhos, o desastre! Uma curva séria na escuridão, e será o pesadelo! Acordamos, esfregamos os olhos e ... nada. Não há nada para eles. Nunca houve. [...] Eu estava sufocado e triste, consumido pela inveja. Mas fui um completo ignorante, um sonso diante de ti” (Salmo 73.16b-19, 21, 22).
 
Como é bom sermos despertados pelo Senhor, relembrados mais uma vez de quem somos em Cristo, e do privilégio que temos em crer e realmente experimentar as promessas da fidelidade do Pai quanto ao seu cuidado amoroso por seus filhos. Sermos lembrados da sua soberania, que tece planos para cada um de nossos dias e nosso futuro, fazendo-nos descansar nele. 
 
Nossa escolha deve ser como a de Asafe, no final de seu Salmo: “Mas agora pegaste minha mão. Sábia e amavelmente me conduzes, e me abençoas. Tu és tudo que desejo no céu e tudo que desejo na terra! Minha pele perde a firmeza, e meus ossos ficam fracos, mas o Eterno é firme como rocha e é fiel... Fiz do Eterno, o Senhor, a minha casa. Ó Deus, contarei ao mundo o que fazes!” (Sl 73.23, 16, 28)
 
Capelania hospitalar é um ministério que nos faz andar sempre de joelhos. Confrontados continuamente por Deus quanto aos nossos pecados, nos apropriamos a cada momento de Sua maravilhosa graça, compartilhando-a com aqueles que, colocados num leito de hospital, têm mais uma oportunidade de olhar para o Alto e conhecer o Senhor, ou estreitar ainda mais os seus laços com Ele. 
 
 
  • Eleny Vassão de Paula Aitken é casada com o Pr. Gavin L. Aitken, tem 6 filhos, é capelã-missionária pelo Supremo Concílio da IPB, Capelã Hospitalar há 40 anos e autora de 43 livros. Conheça mais sobre o ministério da ACS – Associação de Capelania na Saúde (www.capelanianasaude.org.br).

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