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Audiência Pública em Manaus discute infanticídio de crianças indígenas
No último dia 14 aconteceu na Assembleia Legislativa de Manaus (Aleam) uma Audiência Pública para discutir a prática do infanticídio de crianças indígenas com deficiência. A Audiência foi realizada pela Comissão Especial de Políticas Públicas de Acessibilidade da Aleam, presidida pelo deputado Luiz Castro (Rede).O encontro contou com representantes de povos indígenas, da Funai, antropólogos da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), da Sejusc, Ministério Público Federal (MPF), ONGs, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/AM), dos Conselhos Nacional, Estadual e Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, de juristas e de militantes dos Direitos Humanos, dentre outros.
O pastor Paulo Nunes de Carvalho, integrante do Conselho Nacional de Pastores e Líderes Indígenas (Conplei), que participou da audiência, contou como recebeu o apoio de advogados, líderes evangélicos indígenas e não indígenas, antropólogos, liderança civis e militares, que se manifestaram contra o infanticídio. “Apenas duas pessoas foram favoráveis a continuação da prática do infanticídio, mas o restante, que foi a maioria, disseram sim à vida. Aleluia! Pela primeira vez a FUNAI assumiu que existe sim infanticídio indígena, assim como o promotor federal, antropólogos e lideres indígenas”, descreveu Carvalho.
O Deputado Luiz Castro disse que, tanto as ONGs como o Estado, precisam promover medidas para evitar a morte das crianças indígenas com deficiência físicas e mentais, através da educação e do diálogo com as tribos.
Entre os encaminhamentos dados ao final da reunião, foi agendada uma segunda audiência para março de 2016 com objetivo de ouvir sugestões concretas para o tema. Também foi agendado um diálogo particular com as tribos do Vale do Javari, que ainda são favoráveis a prática do infanticídio justificando ser um aspecto cultural.
Infanticídio indígenaA morte de crianças recém-nascidas é praticada por diversas razões em algumas comunidades indígenas no Brasil, dentre elas estão: deficiência física ou mental, bebês gêmeos, crianças nascidas de relações extra-conjugais, ou consideradas portadoras de má-sorte para a comunidade. Em algumas comunidades, a mãe pode matar um recém-nascido, caso ainda esteja amamentando outro, ou se o sexo do bebê não for o esperado.
Segundo a ONG Atini, organização que tem entre seus objetivos promover a conscientização e a sensibilização da sociedade sobre a questão do infanticídio de crianças indígenas, há registros de crianças de 3, 4, 11 e até 15 anos mortas pelas mais diversas causas.
Segundo a pesquisa de Rachel Alcântara, da UNB, só no Parque Xingu são assassinadas cerca de 30 crianças todos os anos. E de acordo com o levantamento feito pelo médico sanitarista Marcos Pellegrini, que até 2006 coordenava as ações do DSEI-Yanomami, em Roraima, 98 crianças indígenas foram assassinadas pelas mães em 2004, em 2003 foram 68, fazendo dessa prática cultural a principal causa de mortalidade entre os yanomami.
A prática do infanticídio tem sido registrada em diversas etnias, entre elas estão os uaiuai, bororo, mehinaco, tapirapé, ticuna, amondaua, uru-eu-uau-uau, suruwaha, deni, jarawara, jaminawa, waurá, kuikuro, kamayurá, parintintin, yanomami, paracanã e kajabi.
Projeto aprovado na Câmara
Dia 26 de agosto deste ano a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei que busca evitar a morte de crianças indígenas por práticas tradicionais. Segundo a proposta, é dever de todos denunciar “práticas tradicionais nocivas”, como assassinato ou maus tratos de crianças com deficiência. O projeto também prevê que os órgãos responsáveis pela defesa de indígenas, como a Funai, poderão ser responsabilizados se não agirem ao detectarem situações de risco. O texto está em análise do Senado Federal.
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