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Palavra do leitor

Utopias: por que nossa história não pode ser fracassada?

Descobri esses dias, de uma forma muito sem querer, quem foi Silva Jardim.
Mais do que o nome de uma avenida no centro de Curitiba e talvez também de alguma cidadezinha no Rio, citada pela voz robótica-irritante do Waze, Silva Jardim foi uma frustração. Na transição império-república no Brasil, tentou ser influente na política e tinha o sonho de presidir a constituinte, em 1891. Fazia propaganda da república, mas não chegou nem a assumir algum cargo político. Protestou, denunciou irregularidades e fraudes da eleição, mas de nada adiantou. Decepcionado, foi pra Europa e visitou o Vesúvio, na Itália. Caiu numa fenda próxima à cratera. Foi tragado pelo vulcão.

É a típica história de vida que não queremos ter. Afinal, todos nós estudamos, trabalhamos e planejamos o nosso futuro fazendo o possível para evitar qualquer resquício de tragédia.
Contudo, não percebemos o quanto estamos imersos numa grande utopia. A utopia que nos faz pensar, egoisticamente, que tudo deve ser muito bom. E com isso sustentamos quem somos, nos tornamos ou queremos ser; pensamos que merecemos sair da universidade já estáveis em uma profissão; desejamos ter um relacionamento impecável, como os de cinema; queremos mostrar que não somos insignificantes. A insignificância nos perturba.

Nisso vem o evangelho para escandalizar com sua verdade: não há como se preocupar em ser servo e ao mesmo tempo em ter reputação. E diante de muitos exemplos bíblicos, dou destaque a Paulo, que sem dúvida foi, para o senso comum, um "fracassado" diante de tantas tragédias.
Paulo, já no primeiro capítulo de Romanos começa dizendo: "Paulo, servo de Cristo Jesus, chamado para ser apóstolo e enviado para anunciar as boas-novas..." (NVT), expressando que sua missão de viver o apostolado e de pregar as boas-novas era norteada pela afirmação de quem ele era: servo. O servo não se preocupa com sua reputação diante dos outros, mas apenas em agradar o seu senhor. Ele pode ter sonhos e planos, mas todos eles estão submissos a vontade de seu senhor.

Talvez a nossa vida já tenha todo um projeto. Se não, pelo menos temos algumas ideias. Entretanto, devemos dar menos prioridade àquilo que alimenta o ego – sucesso, estabilidade, satisfação constante – para encararmos o que é realidade. O evangelho é a realidade a ser vivida, que não nos promete a vida de utopias que desejamos, mas as "frustrações" advindas da obediência e da pregação do que é escândalo. Não há como fugir das tragédias! Mas como Paulo e tantos outros, temos a honra de viver com rumo e direção, pois a utopia nos deixa perdidos em um caminho sem sentido, de busca incessante por coisas que nunca acontecerão e, então, frustração.

E no fim, placas de ruas mudam, pessoas passam, vulcões entram em erupção. Porém, sempre há um legado a ser deixado, mas que não é sobre nós. Se somos servos, apontamos para o Senhor, que apesar da nossa irrelevância, nos dá direção e sentido para a vida. O mesmo Senhor que não é utópico, mas real.
Curitiba - PR
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