Palavra do leitor
12 de maio de 2025- Visualizações: 2275
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Sala de espera
Todos nós em algum momento da vida já estivemos sentados lá, aguardando nossa vez. Ali, podemos ver que não somos os únicos apressados, ansiosos por ouvir nosso nome surgir no monitor. Aos poucos vamos observando cada um ao nosso redor. Quantas histórias, quantas enfermidades. Alguns olhares perdidos. Cada um em busca de algo que traga cura às suas dores, paz ao coração e mente. Cada segundo no relógio parece uma eternidade, principalmente nesses dias acelerados, de mensagens rápidas e respostas instantâneas.
A sala de espera é um lugar de expectativas. O medo do que vamos ouvir nos incomoda e antecipa um sofrimento desnecessário ao coração.
O diagnóstico será a nosso favor? Qual o resultado do exame? Como será o tratamento? Nos perdemos nas asas da imaginação.
A sala de espera é um lugar de encontros de pessoas diferentes com agruras parecidas. Ali vemos o quanto somos iguais, o quanto somos limitados. Ali, a fadiga ou a doença que nos visita e nos assombra revela-nos nossa efemeridade. Nossas limitações físicas e mentais nos mostram nossa transitoriedade. A sala de espera pode ser também um lugar de reflexão, de descobrimento de si mesmo, de auto-esvaziamento. Às vezes, ela é uma parada obrigatória!
Há muito mais numa sala de espera do que simplesmente poltronas, chá, café e gente. Lá refletimos, fazemos prognósticos sobre o futuro. É um local onde a nossa ansiedade aflora.
Naturalmente, não gostamos de esperar, especialmente nesta era digital, onde tudo parece se movimentar com uma absurda liquidez, onde nos tornamos simples usuários cujas informações "relevantes" são coletadas pelos "pixels" que, como seres quase independentes, rastreiam cada passo, cada click, cada movimento seu e meu. Adeus privacidade!
Normalmente, algum tipo de sofrer nos levou ou nos levará à sala de espera. Todavia, ela também pode nos levar a uma outra consciência situacional, a um outro nível existencial. Ela pode nos humanizar mais, nos fazer perceber que estamos todos num mesmo barco – o barco de Deus –, onde todos a bordo estão sujeitos aos mares bravios e ao sol escaldante. Mas também todos a bordo podem ter a experiência de serem abraçados e acalmados por "Aquele cuja voz até os ventos ouvem".
Na sala de espera podemos fazer um exercício mental e percebermos qual o sentido daquele momento específico da existência, qual o porquê daquele vale ou deserto que estamos a atravessar. Veremos que pode haver sim um sentido positivo por trás e além da dor. E por que não sair dela mais fortes, mais humanos, mais resilientes, mais responsáveis pela nossa "missão"? Se assim não fizermos, cairemos num poço profundo de desesperança. E como disse tão bem o filósofo e médico Viktor Frankl, "Desespero é sofrimento sem sentido".
Na verdade, nossa vida é uma grande sala de espera onde aguardamos e nos preparamos para o lugar ao qual fomos criados: "o esconderijo do Altíssimo" (Sl 91.1). Lá estaremos livres dos pesos, dos fardos, dos vícios, dos remédios, das vãs promessas de esperança terrena e fugaz.
Quando estivermos na sala de espera, não sejamos meros espectadores. Vivamos ali o verbo "esperançar" que é diferente do verbo "esperar".
"Esperançar" implica uma ação, um movimento para frente, um esforço para buscar a esperança, um sentido para a existência; enquanto "esperar" demonstra uma atitude meramente estática e passiva diante da vida. Neste, apenas aguardamos o milagre aparecer. Naquele, corremos em direção à dádiva!
Esperançar é pedagógico. Esperançar é enxergar com os olhos da fé. Esperançar é lutar e não desistir jamais.
Finalizo com as palavras do apóstolo cuja vida nos inspira a olharmos para frente com uma esperança inabalável na vitória certa e plena já conquistada pelo único "que foi obediente até a morte, e morte na cruz" (Fp 2.8).
"E também nos alegramos nos sofrimentos, pois sabemos que os sofrimentos produzem a paciência, a paciência traz a aprovação de Deus, e essa aprovação cria a esperança". (Rm 5:3-4)
Tony Oliveira - Autor dos livros "Pingos da Graça" e "Cartas do Atlântico".
Para outros textos do autor, acesse: https://pingosdagraca.wordpress.com/
Contato: faos.ead@gmail.com INSTAGRAM: @tonyoliveira_69
A sala de espera é um lugar de expectativas. O medo do que vamos ouvir nos incomoda e antecipa um sofrimento desnecessário ao coração.
O diagnóstico será a nosso favor? Qual o resultado do exame? Como será o tratamento? Nos perdemos nas asas da imaginação.
A sala de espera é um lugar de encontros de pessoas diferentes com agruras parecidas. Ali vemos o quanto somos iguais, o quanto somos limitados. Ali, a fadiga ou a doença que nos visita e nos assombra revela-nos nossa efemeridade. Nossas limitações físicas e mentais nos mostram nossa transitoriedade. A sala de espera pode ser também um lugar de reflexão, de descobrimento de si mesmo, de auto-esvaziamento. Às vezes, ela é uma parada obrigatória!
Há muito mais numa sala de espera do que simplesmente poltronas, chá, café e gente. Lá refletimos, fazemos prognósticos sobre o futuro. É um local onde a nossa ansiedade aflora.
Naturalmente, não gostamos de esperar, especialmente nesta era digital, onde tudo parece se movimentar com uma absurda liquidez, onde nos tornamos simples usuários cujas informações "relevantes" são coletadas pelos "pixels" que, como seres quase independentes, rastreiam cada passo, cada click, cada movimento seu e meu. Adeus privacidade!
Normalmente, algum tipo de sofrer nos levou ou nos levará à sala de espera. Todavia, ela também pode nos levar a uma outra consciência situacional, a um outro nível existencial. Ela pode nos humanizar mais, nos fazer perceber que estamos todos num mesmo barco – o barco de Deus –, onde todos a bordo estão sujeitos aos mares bravios e ao sol escaldante. Mas também todos a bordo podem ter a experiência de serem abraçados e acalmados por "Aquele cuja voz até os ventos ouvem".
Na sala de espera podemos fazer um exercício mental e percebermos qual o sentido daquele momento específico da existência, qual o porquê daquele vale ou deserto que estamos a atravessar. Veremos que pode haver sim um sentido positivo por trás e além da dor. E por que não sair dela mais fortes, mais humanos, mais resilientes, mais responsáveis pela nossa "missão"? Se assim não fizermos, cairemos num poço profundo de desesperança. E como disse tão bem o filósofo e médico Viktor Frankl, "Desespero é sofrimento sem sentido".
Na verdade, nossa vida é uma grande sala de espera onde aguardamos e nos preparamos para o lugar ao qual fomos criados: "o esconderijo do Altíssimo" (Sl 91.1). Lá estaremos livres dos pesos, dos fardos, dos vícios, dos remédios, das vãs promessas de esperança terrena e fugaz.
Quando estivermos na sala de espera, não sejamos meros espectadores. Vivamos ali o verbo "esperançar" que é diferente do verbo "esperar".
"Esperançar" implica uma ação, um movimento para frente, um esforço para buscar a esperança, um sentido para a existência; enquanto "esperar" demonstra uma atitude meramente estática e passiva diante da vida. Neste, apenas aguardamos o milagre aparecer. Naquele, corremos em direção à dádiva!
Esperançar é pedagógico. Esperançar é enxergar com os olhos da fé. Esperançar é lutar e não desistir jamais.
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"E também nos alegramos nos sofrimentos, pois sabemos que os sofrimentos produzem a paciência, a paciência traz a aprovação de Deus, e essa aprovação cria a esperança". (Rm 5:3-4)
Tony Oliveira - Autor dos livros "Pingos da Graça" e "Cartas do Atlântico".
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dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
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