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Palavra do leitor

Quando a qualidade das relações é mediada por Mamom

Todos nossos passeios são medidos qualitativamente se gastamos e não somente quando estamos nos relacionando. Isso mostra que nossas relações são mediadas pelo capital, porque ele qualifica o valor do passeio na capacidade de consumir. O passeio só é qualitativo quando se gasta, quando há consumo e não quando estamos nos relacionando. O que vale no fim das contas é o quanto gastamos e não quanto desfrutamos da nossa relação.

O capital não só é intermediário das relações como fator qualitativo do desfrute. É por isso que passear no shopping tem mais valor que passear no parque, pois, no shopping tenho a possibilidade de gastar e tornar o passeio melhor através do consumo e no parque tenho que viver o infortúnio de me relacionar sem consumir, sem aparentar, sem aparecer, mas simplesmente adentrar numa relação mediada por nossos afetos e não mais pelas nossas aquisições econômicas. Quando as relações são reformatadas a imagem do mercado as pessoas são mediadas e qualificadas pelo poder de compra entre si.

É necessário notar que em sociedades de consumo a vida perde suas dimensões afetivas e passa a ser restringida na esfera econômica. Não há a possibilidade de servir a dois senhores, pois, todo senhorio tem em si sua particularidade de viver. Na fala de Jesus MAMOM torna-se deus, porque passa a ditar e orientar a vida das pessoas, mas por sua ilegitimidade sua perspectiva é meramente materialista, impessoal e consequentemente finita. Materialista porque a pessoa torna-se preocupada com o que vestir, impessoal, pois, desconhece qualquer relação de cuidado do ser que o adora e finita porque sua vida fica presa na dimensão temporal de suas necessidades individuais, o ser que adora nunca transcende apenas se desgasta.

Adorar a MAMOM é ser escravizado e aviltado em seu ser por uma vida que se desconfigura em preocupações finitas para que o túmulo chegue um pouco mais tarde ainda que as necessidades humanas sejam legítimas. MAMOM não transcende a morte e ilusoriamente cria em seus fiéis a sensação de segurança. MAMOM não suporta relações de afeto, pois, toda aproximação é taxada de interesseira e MAMOM não suporta a vida, pois, não há vida onde não se possa consumir e o consumismo é a forma de adoração autêntica a MAMOM. Perceba que a questão econômica não era abordada por Jesus como um instrumento restringindo a geração de riqueza, mas como um fator teológico, pois, na medida em que a riqueza dita e orienta a vida ela se eleva à categoria de um deus. Não há um ritual de MAMOM que não sacrifica no altar do capital pessoas em troca da felicidade individual daquelas que mais ofertam. Nem sempre os que mais ofertam são os que mais são felizes, dizem que MAMOM é seletivo e estético, beneficia os poderosos em detrimento dos despossuídos, mas é generoso, dá aos despossuídos um sonho de sempre correr atrás daquilo que eles nunca tiveram e permite que aqueles que têm, tenham ainda mais em abundância em cima dos despossuídos sem que haja inimizade entre eles. Não se engane MAMOM não promove paz, pois, paz é fruto da justiça. MAMOM tem sua conduta ética: a ganância e sua moral: a exploração.

Não há um ser humano sequer que adorando a MAMOM não tenha que se colocar à venda e passe a ser transformado a imagem do deus que adora e se desumanize em um objeto de consumo. Não há um sequer que adorando a MAMOM não teve que sacrificar a si mesmo rumo a ladeira da coisificação, pois, nunca mais se entenderam como humanos em relacionamento, mas apenas em produtos que precisavam ser comprados e postos à venda mesmo sem perceber.
São José Dos Campos - SP
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