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Palavra do leitor

Oniciência de Deus: parte V

"Ah! Deus, se matasses o ímpio...
Homens sanguinários, afastai-vos de mim!
Eles falam de ti com ironia,
menosprezando os teus projetos!

Não odiaria os que te odeiam Iahweh?
Não detestaria os que se revoltam contra ti?
Eu os odeio com ódio implacável!
Eu os tenho como meus inimigos!

Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração!
Prova-me, e conhece minhas preocupações!
Vê se não ando por um caminho fatal
e conduze-me pelo caminho eterno."
Salmo 139: 19-24 (BJ)

O salmo poderia ter terminado no v. 18 se o salmista não tivesse voltado o seu olhar para o mundo em que vivia. Que desânimo!!!

O salmista faz uma sucessão de declarações e exclamações que nos impactam.

"Ah! Deus, se matasses o ímpio..."

É verdade que formigam na terra os ímpios, os perversos. Homens sanguinários fazem intriga e debocham dos projetos do Senhor com ironia. Esquecem-se que ainda pisam sobre a terra, porque a paciência do Senhor se renova a cada manhã.

Mesmo assim, fico pensando na coragem do salmista. Dizer claramente a Deus que deseja a morte de alguém. Não seria essa atitude um pecado? Ausência de amor? Não deveria estar preocupado com conversão dos ímpios?

“Não odiaria os que te odeiam, Iahweh?”

“Não detestaria os que se revoltam contra ti?”

As perguntas parecem existir só para justificar as exclamações que se sucedem e que estão na ponta da língua do salmista.

“Eu os odeio com ódio implacável!”

“Eu os tenho como meus inimigos!”

Esse dialogo entre o salmista e o Senhor tende a nos chocar. Traz desconforto. O que dizer de tais exclamações? Porque Davi não encerrou o Salmo lá trás?

Não adianta. Foram postas, só me resta enfrenta-las.

Parei e pensei.

Será que o mundo de Davi é o mesmo do meu?

Sei que situações existenciais diversas comportam diferentes leituras da realidade. Não que a realidade mude, mas aceita diversas interpretações de acordo com o ângulo em que me encontro. Justifica a intensidade das declarações? Penso que não.

Davi está a quase 3.000 anos de mim. Além de salmista era um dos reis mais temidos de seu tempo. Parece incoerente, mas era um homem de guerra. Em sua conta tem morte e sangue que não acaba mais. Eu? Só mais “uma pessoa comum”. Justifica? Ainda não.

Não é a partir de Davi. É a partir de mim mesmo.

Vivo numa época de auto suficiência. Tudo é medido, pesado e quantificado. Tudo tem que ter uma explicação lógica. Sou filho desse tempo. As relações e as emoções são departamentalizadas. Cada ponta relacional no seu compartimento próprio. As emoções variam de intensidade, dependendo do compartimento. Deus é tratado no departamento religioso que deve ser democrático e pluralista e, de preferência, que não se comunique com os demais.

Acho que agora encontrei algo que me distinga do salmista e que dê sentido às suas declarações.

O pensamento hebreu, do oriente daquela época, enxergava a vida de forma holística. Do seu relacionamento com Deus decorriam todas as demais atividades de sua vida. Todos os atos de sua vida era um culto a Deus. O estar com a esposa era um culto a Deus. O estar com os filhos, também era um culto a Deus. Os amigos? Um ato de louvor a Deus. O trabalho? Uma dádiva divina. A comunidade? Uma expressão do cuidado de Deus.

A meditação e contemplação facilitavam a intimidade com Deus e o fluir das emoções. Só a partir da confiança absoluta é que se começa dar vazão aos sentimentos mais ingênuos e mais sórdidos. Como já dito em etapa anterior, Deus não se irrita, nem se zanga, nem se aborrece com o destempero ou desequilíbrio das emoções e sentimentos.

Davi alcançou a estatura de amigo de Deus. Não havia limites para expor os seus sentimentos e emoções para o Senhor, e a prova é que o Senhor diz que Davi era um homem segundo o seu coração.

Mas aqui não se trata de um destempero emocional e sim, de uma declaração de inocência de um guerreiro cujo raciocínio é uma batalha. O salmista deixa claro para o Senhor que os seus inimigos, são os meus inimigos; os que te odeiam é alvo do meu ódio. Com isso ele diz ao Senhor: Não há pacto entre eu e aqueles que se opõem a ti, pois lutamos juntos.

Porque essa insistência? Porque há aqueles que se voltam contra o Senhor. O clima de guerra declarada é real.

No entanto o salmista diz: sou inocente e juro obediência e lealdade. Como prova, termina o Salmo da mesma forma como começou.

“Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração!”

“Prova-me, e conhece minhas preocupações!”

O salmista está cônscio de suas limitações, mas ele põe a prova a sua lealdade. Sonda-me, entra em meu coração. Eu abro as portas do meu ser e me dou a conhecer. Prova-me, experimenta e conhece os meus sentimentos e preocupações, verá que se voltam só e tão somente para Ti.

Por fim, uma ponta de dúvida. Ele apela ao Senhor. Será que por engano tomei um caminho fatal? Verifica Senhor, abro mão do controle e do governo de minha vida, conduze-me pelo caminho eterno.

Como o salmista, eu quero ser amigo de Deus!
Vitória - ES
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