Obrigado, amigo!

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E, havendo dito isto, pôs-se de joelhos, e orou com todos eles.

E levantou-se um grande pranto entre todos e, lançando-se ao pescoço de Paulo, o beijavam,
Entristecendo-se muito, principalmente pela palavra que dissera, que não veriam mais o seu rosto. E acompanharam-no até o navio. Atos 20:36-38

Na passagem bíblica acima, o Apóstolo Paulo, reunido com os oficiais da Igreja, esclarece e relembra as dificuldades da pregação do evangelho em Éfeso: com humildade, lágrimas e tentações, servindo ao Senhor com alegria, ensinando de casa em casa a conversão a Deus e a desenvolverem a fé no Senhor Jesus Cristo. Três anos de trabalho duro.

Nessa conversa, o Apóstolo Paulo também se despede dos irmãos. Essa despedida vem acompanhada de duas afirmações que muito entristeceram os Presbíteros. Primeiro: o Espírito revela a Paulo que à espera dele estavam cadeias e prisões. Segundo: em consequência dessas cadeias e prisões os irmãos não veriam mais o Apóstolo.

Foi uma despedida que, embora Paulo em sua conversa declara sua alegria por ter cumprido seu ministério, produziu muita tristeza e comoção aos irmãos. Uma separação de um amigo que lhes mostrara o caminho do Senhor, lhes ensinara as verdades que produziriam frutos por todas as suas vidas; verdades que mudaram uma cultura de pecado e morte de toda uma cidade. Paulo foi bênção àquela sociedade, àqueles homens transformados pelo poder do evangelho da cruz. E de repente a despedida desse amigo seria para um martírio injusto, prisão, sofrimento e morte.

Caro leitor, convido-te a imaginariamente reproduzir essa cena: todos de joelhos orando, chorando, e depois abraços e beijos. Percebemos os laços fortes de amizade e companheirismo que se entrelaçaram entre eles. Uma amizade fiel, um ambiente fraterno, uma família unida. Um momento sublime, raro. Alegrar com os que se alegram e chorar com os que choram. O que aqueles irmãos estavam demonstrando com seus gestos, era uma expressão de gratidão a Deus e ao homem servo do Deus vivo, ao mestre com carinho por sua dedicação, empenho e sofrimento para com eles. Era o que de melhor podiam fazer naquele momento. Um gesto de irmandade, fraternidade, amor e unidade para com um aconselhador, um trabalhador, um provedor, um professor, um discipulador, um mestre, um doutor, um pastor, um companheiro fiel. Enfim, um amigo que fez tanto bem, se despedindo para a prisão e morte. Um duro golpe na igreja.

Em todo o tempo ama o amigo e para a hora da angústia nasce o irmão. Provérbios 17:17 Quando reprisamos nossa história de crentes no Senhor Jesus é inevitável não lembrarmos com saudades de pessoas que nos marcaram. Pessoas que nos ensinaram os primeiros passos na fé. Pessoas que, falando ou em silêncio, nos ensinavam. Pessoas que se doavam para que pudéssemos aprender, crescer, exercitar e produzir. Amigos que marcaram nossas vidas. Homens, mulheres, jovens ou até mesmo crianças que Deus coloca em nosso caminho para fazerem a diferença. Amigos inesquecíveis. Alguns perto, outros distantes, e há quem já não esteja mais entre nós, restando-nos apenas boas e saudosas lembranças.

O fato é que essas pessoas nos marcaram com sua amizade conhecimento e dedicação. Pais, amigos, pastores, professores de escola dominical, coristas, regentes, zeladores, líderes de jovens, das mulheres ou dos homens. Uma palavra, um folheto, um convite, um canto, um sorriso, um abraço, um lanche junto, um trabalho, enfim... um gesto, uma atitude que demonstrou amor e companheirismo.

Permita-se viver em relacionamento. O nosso Deus é um Deus de relacionamento. Embora haja pessoas difíceis, sempre haverá alguém usado por Deus para contribuir para o seu crescimento ou que esteja precisando de sua ajuda. Permita ser um amigo para alguém. Marque a vida de alguém com o ensino e vivencia prática das verdades do evangelho. A libertação, cura, transformação e salvação de pessoas está dependendo do seu relacionamento, empenho e amizade. Para ser mais específico do seu amor para com elas. Ame-as, se interesse, se empenhe em ensina-las, aconselha-las, pastorea-las. Deus quer te usar para fazer a diferença na vida de alguém.

Fazer amigos, construir relacionamentos em um mundo individualista, competitivo, sem amor que produz tantas vítimas é o que Jesus espera de cada um de nós. Temo que essa tão importante unidade da Igreja esteja se perdendo. Muito ativismo não significa companheirismo. Individualismo e egoísmo andam juntos, e a ingratidão é o fruto do arrogante, insensível e sem vida.

É saldável ter sempre no coração um sentimento de gratidão por pessoas que Deus colocou em nosso caminho, que de alguma forma nos ajudaram na caminhada cristã. Agradeça a Deus, agradeça a própria pessoa. Dirija-lhe palavras de agradecimento e mostre com atitudes a gratidão que você sente. Não sabemos até quando as teremos entre nós. Agradeça. Agradeça sempre a Deus por pessoas que Ele mesmo colocou em seu caminho, marcando, fazendo a diferença e contribuindo para o seu bem.

Seja feliz! Seja grato! Reconheça e diga: OBRIGADO, AMIGO!

• João Rodrigues – Sociólogo/Evangelista

Contato: joaorodrigues.rodrigues7@gmail.com

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Opinião do leitor