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Palavra do leitor

O Setembro Amarelo e o Suicídio

O Setembro Amarelo e o Suicídio

‘’Que possamos, diante dos abatidos, olhar e não se esconder em justificativas, porque, lá no fundo, pessoas se identificam e compreendem, através da linguagem de gente’’.

O setembro amarelo representa uma ação direcionado a ajudar e, a cada um de nós, a  enfrentar a questão do suicídio. Vale dizer, considerado a segunda causa de mortes, aqui, no Brasil, entre pessoas de quinze a vinte e nove anos. Por ora, aproveito essa questão tão urgente e inadiável, com o intuito de, a partir do texto de Mateus 27. 01-05, ao qual relata o suicídio de Judas, adentrar em certas e pontuais considerações.

Afinal de contas, o por qual motivo uma pessoa atravessa por essa fronteira, sem mais nada reconhecer como válido? Deveras, a situação envolve todo um entretecer de particularidades e peculiariedades abordados por especialistas. Mesmo assim, jogo as redes e coloco, como um dos aspectos do suicídio, o despedaçar dos espelhos de uma vida ideal ou supostamente, de uma vida que parece só fazer sentido, quando se atinge os paradigmas ou modelos do sucesso. Vou adiante, acabamos facilmente persuadidos, por uma vida de aparências e de se não for bom o bastante, serei banido, um problema, um peso morto, um inadequado.

Parto desses enfoques, sem ir a direção de, por enquanto, as questões do certo e do errado, mas sim discorro um Judas, diante da constatação de um Cristo que não veio e nunca se comprometeu a trazer fórmulas para uma vida perfeita. De observar, esteve compromissado e mostrar uma fé de coragem, de ânimo, de abraço, de ajuda, em meio ao caos ou desordem de nossa caminhada. Sem descambar para interpretações pueris ou fúteis, o evangelho não tem a intenção de esconder as feridas, porque são a oportunidade para uma releitura, longe de fazer disso uma martirização, como se todas as perdas tivessem uma finalidade.

Em outras palavras, o evangelho nos alforria dessa obrigação insana de perfeição, de acertar sempre, de resumir a vida a uma competição, de viver sobre a compensação, de carregar a culpa e a condenação, de se restringir e de se camuflar, porque, como vão me encarar e como eu vou, com certeza de minha mortalidade e finitude?

Para piorar, ainda mais, muitos, semelhante a Judas, convergem seus atos e práticas, como se definissem seu ser, sua existência, sua pessoa e isto acabou por ser demais. Devo dizer, não venho, neste momento, anular a consciência de nossos erros, agora, atesto para a urgência de romper e irromper com as roupagens de que as boas novas, a felicidade, o amor, os afetos se dirigem aos aprovados na avaliação dos perfeitos. Infelizmente, adentramos nos círculos de não ser bom o bastante, de sermos levados a encontrar a profissão mais rentável, o casamento blindado, os amigos que nos sejam idênticos, em tudo, e os demais convites que promotem uma vida de satisfações, mas sem o significado que me completa com o outro, imperfeito, limitado, com cicatrizes, com manchas, com uma alma.

Quiçá, por isso, os relatos de pastores, de pessoas de fé que se suicidam tem nos assustado, todavia, lá no fundo, batemos o pé e aceitamos de bom grado conviver como personagens e não como gente (que não estão imunes a tensões, as oposições, aos baques, as traições, as mancadas, as falências, as perdas e as dores). O mais drástico se encontra num discurso de que para tudo há um propósito, há um final feliz, quando nem sempre há e, reconhecer tal afirmativa, sem nenhum fatalismo ou resignação, ser – nos – íamos ais benéficos, caso nos colocássemos, ao lado, dos abatidos, não para fingir, não para justificar e sim ser solidário.

Por fim, o Setembro Amarelo pode ser visto, como um chamado para dizer – ‘’bem vindo a Cruz dos imperfeitos, dos incertos, dos indefinidos, dos descrentes, dos desmoronados, porque deles é o Reino dos Céus!
São Paulo - SP
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