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Palavra do leitor

O reino de Deus se conquista à força: mas qual a força?

"A esperança do Reino de Deus nos chama para a abertura de futuros, a começar, aqui, no presente, com suas controvérsias e contradições, e a par de que o passado nos deixou e nos deixa referências, embora não sejam determinantes’’.

Mateus 11.12

O reino de Deus se conquista à força. Sempre ouvia, desde quando me compreendo com a capacidade de escutar e extrair definições, essa passagem, dentro da bíblia, intrigava-me. Sinceramente, sem nenhuma hipocrisia, concebia isso como um martírio, como se tudo, aqui, neste oikos, fosse um fardo, como se a vida se me ou se nos apresentasse como um algoz ou carrasco, sempre na espreita para nos devastar, para nos roubar a salvação, para invalidar o ato de escolha, por Jesus, o Cristo, em favor de toda a humanidade.

Então, sejamos honestos, crua e nuamente, alforriados de ambiguidades linguísticas, de um aparato semântico grandiloquente e sem sabor de esperança e profundas mudanças, o que seria essa força? Ouso lançar as fichas e enfoco ser a força de não se fechar para as circunstâncias da vida, da vida nem sempre amistosa, da vida com tragédias anunciadas e outras não, da vida quando alguém recebe um diagnóstico de uma doença incurável, da vida quando alguém se depara com o desemprego, após anos de dedicação, da vida quando se acaba vítima de articulações insidiosas ou traiçoeiras, da vida com aquela sensação de que será que ainda encontrarei sentido e significado, da vida de perceber os anos e não mais acreditar num futuro de sonhos, da vida que nos aponta erros e escolhas, da vida de quem perdeu um ente pela pandemia, da vida de quem ou muitos aguardam o fim da estrada, da vida de quem não acredita mais em nada e carrega a desilusão, da vida de gente marcada pelo rancor, pelo ressentimento e pela raiva, da vida de gente, como eu e você, talvez, que veja a busca por esse Reino, como uma brincadeira de muito mau gosto.

Vou adiante, o reino de Deus começa no presente, o presente com suas situações caóticas, com suas realidades iníquas e arbitrárias. Sim e sim, o Reino de Deus nos chama para viver com a força da paz, da justiça e da alegria.

Eis a força de se conquistar o Reino de Deus, em Jesus, o Cristo, o impulso criativo das boas novas, a força de quem escolhe viver por algo, pelo algo da integridade e decência, embora nem sempre seja reconhecido; a força de quem escolhe viver por algo, pelo algo de discernir de que não somos a palavra final; a força de quem escolhe viver por algo, pelo algo de se levantar, de ir avante, de progredir, muito embora as marcas nos acompanharam, porém não são a palavra final; a força de quem escolhe viver por algo, pelo algo de que o oposto da fé não quer dizer a dúvida, a descrença, mas sim a desesperança, a injustiça e o abuso; a força de quem não condena pessoas, não se vale de fitas moralistas, não lança os desmoronados aos abismos; a força de quem não abandona um filho ou uma filha diagnosticado com um patologia mental e destinado a terminar sua vida dependente; a força de quem não apaga da vida, os amigos, porque não concordaram em certas colocações, as quais adotamos; a força de escrever uma carta, de fazer um telefonema, de enviar um e – mail, de ir até uma pessoa destroçada pelas tragédias da vida; a força de lembrar os sem chão, por causa de profundas mudanças, de que estão entre nós, de que são importantes, de que são partes da nossa existência e eternidade; a força de perceber que tenho inveja, de que cobiço, de que sou imperfeito, de que posso, ainda assim, escolher por possíveis padrões elevados para fazer o que é certo; a força de não se iludir, porque estamos sujeitos a decepcionar, a frustrar, a falhar e sermos palcos disso também; a força de não se envergonhar e viver a honesta constatação de que não devemos esperar muito das pessoas e nem de nós mesmos; a força de olhar para o passado, para o consumado, para o fato ocorrido e ser legal, consigo mesmo, não fugir daquela sensação de indignação, mas sem mais permitir ser adoecido, em sua alma, em seus pensamentos e em seu ser; a força de que perdoar, as vezes, envolve seguir caminhos distintos, de que certas pessoas faram seus próprios caminhos; a força de que somos responsáveis e protagonistas de nossas escolhas e decisões; a força de que nem todos serão os mesmos; a força para dialogar com as lágrimas; a força para viver a verdadeira religião, ou seja, a religação com as pessoas; a força para estender as mãos do recomeçar, inclinar os ouvidos do escutar, recitar, por meio dos lábios, palavras de respeito; a força para amar em Deus, para estimar em Deus, para se importar em Deus, para valorizar pessoas em Deus; a força para ser um teófilo, que pouco sabe de Deus, mas, tudo bem, isso nos faz abrir para futuros de oportunidades, até o findar dos tempos.
São Paulo - SP
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