O que dizer sobre batalha espíritual?

Tweetar

‘’Fala-se muito sobre batalha espiritual, agora, como comparar aquele que precede a todos e a tudo, a figuras espirituais decaídas, como os anjos expulsos ou demônios? Talvez, faz-se necessário a coragem para perceber que a batalha espiritual ocorre mesmo, em nosso coração, aliás, cheio de enganos e dissensões’’.

Texto de Jeremias 17.9-10

O termo batalha espiritual, vira e mexe, aparece nas narrativas de muitas denominações de formação evangélica. É bem verdade, as colocações, aqui, abordadas, sem sombra de dúvida, não serão consensuais e acarretarão ou poderão estabelecer polêmicas. Digo isso, por observar a perigosa colocação daquele que a tudo e a todos, fez verter ou derramar sua existência, como se dependesse de espíritos decaídos para provar e comprovar ser Deus.

Ora, as escrituras sagradas desembocam uma pletora ou abundância de eventos sobre manifestações, a qual há a descrição de espíritos decaídos, da intervenção dos mesmos, na existência do ser humano e, as vezes, causa a impressão de Deus, aquele que não está no tempo e nem no espaço, como se não passasse de um fantoche ou, deixo ser mais comedido, um telespectador ou convivente para chegar, nos minutos finais, e mudar as situações. Não por menos, livros sobre essa temática e tema circulam e são adquiridos, com certa voracidade e impetuosidade.

De certo, não nego as dimensões espirituais, o próprio Jesus as abordou, claramente, entretanto, o cerne da nossa maior e mais feroz e honesta batalha se encontra no nosso ser ou na batalha travada, em nosso coração. Evidentemente, muitos se valem dos jargões da batalha espiritual para, tão somente, manipular, articular seus interesses sórdidos e contagiados pela ganância, por fazer disso um trampolim para serem vistos como predestinados, escolhidos, levantados para uma grande obra e, com tristeza, os escândalos são notórios e nítidos, com contornos de desumanização e o uso vergonhoso da Cruz de Jesus, o Cristo. Será que não necessitamos, com prioridade, reconhecer as palavras do profeta, porque nos apresenta o presente e suas constatações, sem jogar com nossas emoções, sem se aproveitar de nossas divagações e descortina a verdade, crua e nua, a mentira, inclusive travestida de verdade, a injustiça travestida de cumprimento da ordem? Vou adiante, são tantos e tantos simpósios, retiros, palestras, cultos sobre batalha espiritual e não se conclui nenhuma restauração e reconciliação entre seus frequentadores, não se extraí um religar aos valores das boas novas.

Em vez disso, são portadores de discursos condenadores e de culpas sobre os outros; enquanto outros, tampouco apresentam uma transformação do ser ou do coração. As palavras de Jesus, o Cristo, se os teus olhos forem bons, se o teu coração ou teu ser for ciente e a par de que está num aprendizado, com certeza, enfrentar-se-á as batalhas travadas, em nosso coração, em nossos enredos, em nossa alma. Por fim, há um chamado para sermos alcançados pelas boas novas da Graça Jesus Cristo e vivermos a paz, a inteireza, a integridade, em nosso ser, não segundo a conotação de perfeição, mas de vivacidade, de uma esperança a qual nos faz ir adiante, em meio aos turbilhões, aos entrechoques, aos embates da vida.

Tweetar

Opinião do leitor