O nome e a voz – duas realidades que evocam o amor

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Nas Escrituras em João 10, Jesus falando sobre seu pastoreio, usa dois termos que são sempre indicativos de que algo diferente e inesperado irá acontecer ao serem pronunciados. Nome e voz.

Em primeiro lugar Jesus diz que: "Ele chama pelo nome as suas próprias ovelhas" v.2.

Ocorre que para Jesus a pronúncia de um termo não é meramente uma simples manifestação de um som. Quando ele "chama pelo nome", ele traz para fora todo o ser da pessoa chamada. A pronúncia do nome é um som que adentra a profundidade de tudo o que somos. Adentra a história, revela o caráter, traz a tona todos os significados pessoais e profundos de uma pessoa.

Outro termo que Jesus usa é o termo “voz”. “Depois de fazer sair todas as que lhe pertencem, vai adiante delas, e elas o seguem, porque lhe reconhecem a voz” v. 4.

Se ao pronunciar o nosso nome Jesus não executa meramente um som que é resultado da soma das letras, também a sua voz não é mero som audível. Sua voz tem a mesma característica do nome.

Se o nome é um termo voltado à profundidade do ser chamado, a voz de Jesus é o resultado de tudo o que Ele é.

Sua voz é o som que O veicula profundamente em todo o seu ser.

Nosso nome é o que veicula tudo o que somos bem como nossas histórias.

Dessa forma existe um encontro profundo. Uma fusão. Meu nome e Sua voz. Isso é uma real conjugabilidade.

A nossa salvação está no fato de absorvermos essa dupla realidade. Essa absorção deve aos poucos nos levar a um conhecimento de duas realidades básicas; liberdade e descanso.

Só consigo ser livre quando eu encontro o caminho pelo qual eu sinto que os códigos aprisionantes de minha história estão sendo quebrados. Quando ouço a voz de Jesus e ouço exatamente Ele me pronunciando ouço também a cura de tudo o que fui e do que não fui.

Também quando entendo os significados de sua voz pronunciando meu nome eu descanso. Eu não descanso porque a vida se tornou tediosa e sem graça. Eu descanso justamente pelo contrário.

A fusão do meu nome com sua voz ativa todos os dinamismos humanos que há em mim e eu os sinto potencializados. Contudo essa potência toda não me faz mais buscar em fontes erradas minha identidade.

O lugar do descanso não é ausência de vida, antes, é a plenitude da vida, vivida com intensidade, todavia sem o elemento alienante do medo e do ter que dar jeito em nossas histórias. Descansamos porque encontramos o Pastor. Ele cuida de nós.

Isso tudo na verdade é o resumo do que significa o amor.

É isso que é evocado quando juntas a voz de Jesus e nosso nome se encontram.

Deus te abençoe

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Opinião do leitor