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Palavra do leitor

O enfrentamento da depressão entre os cristãos evangélicos

Autore(s): Peterson Graziano de Oliveira

Tendo-se como primazia a necessidade de líderes religiosos e profissionais da área de saúde possuírem a devida capacitação para agirem de forma preventiva e promocional, torna-se evidente a necessidade de uma busca contínua em conhecimento baseado também em pressupostos teóricos e/ou científicos, capaz de oferecer subsídios para toda a população, incluindo aqueles sujeitos que se encontram abarcados pelo cárcere da depressão dentro de instituições cristãs evangélicas, alvo do presente resumo.

A depressão é uma enfermidade classificada pelo CID 10 (CID 10, 1993) na categoria dos transtornos de humor e deve ser considerada uma doença. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a mesma é a 2° doença mais incapacitante do mundo. Ainda assim, pode-se verificar a presença de interpretações primitivas, pré-psicológicas e pré-psiquiátricas sobre a concepção da mesma entre os cristãos evangélicos. Em sua grande maioria, senão todas as vezes, a doença em questão é atribuída como sendo somente causa do pecado, manifestação de punições Divinas e/ou posessão de demônios (DEUS, 2008). Todavia, a influência do psiquismo em líderes cristãos evangélicos, pode ser observada desde os primeiros líderes religiosos: "Tomado de angústia, Jesus orava com mais insistência. Seu suor se tornou como gotas de sangue, que caíam no chão. (Bíblia, Lucas c.22 v.44). O versículo acima é aceito pela doutrina cristã evangélica, onde descreve a situação emocional de Jesus Cristo, no período que antecedeu a sua prisão, julgamentos, torturas e posteriormente sua crucificação. Seu nível de stress se elevou de maneira tão elevada que o mesmo sofreu de um fenômeno denominado "Hematidrose", caracterizado pelo rompimento de pequenos vasos sanguíneos alocados sob as glândulas sudoríparas, tendo-se a liberação de sangue por meio dos poros juntamente com o suor.

Tendo-se em vista este fato, torna-se relevante pensar na conscientização e formação inicial e continuada de profissionais e líderes religiosos, buscando-se a devida concepção sobre a doença em questão, fomentando, assim, a urgente necessidade de se enfrentar indicadores tão altos de sujeitos imersos em sofrimento psíquico, que em sua grande maioria se tornam incapazes de procurarem o devido tratamento por tamanho preconceito velado sobre doenças e/ou transtornos mentais ainda existente no século XXI, em específico, dentre os cristãos evangélicos. Deste modo, torna-se evidente a necessidade de um aprofundamento sobre esta questão.

Uma pesquisa realizada por Pérsio Gomes de Deus com 50 (cinquenta) prontuários de pacientes religiosos na região Sul de São Paulo, imersos na depressão, apresentou, de forma sintética, os seguintes resultados: a) Em sua grande maioria, os cristãos aqui pesquisados não enxergam a depressão como doença; antes, a compreendem como problema espiritual. b) A totalidade dos pentecostais e neopentecostais desta amostragem atribuem a causa da doença a problemas espirituais; em sua esmagadora maioria, diretamente ligadas à ação do demônio (100% dentro da amostra). c) Dentre os cristãos históricos representados neste estudo, mais da metade referiu como causa para a depressão a problemas espirituais (pecado, falta de fé); o restante referiu causas devidas a stress profissional, problemas conjugais, hereditariedade e também desconhecimento da causa – mesmos estes tiveram dificuldade na procura por tratamento especializado. d) Esta dificuldade em compreender a depressão enquanto doença causou prejuízo quanto à procura por tratamento especializado e consequente alívio da doença e das limitações por ela imposta. e) A doença depressiva, verificada neste levantamento, pôde causar comprometimento da fé no sentido de seu enfraquecimento. Houve influência positiva da fé quanto aos resultados dos tratamentos (92% desta amostra). f) Porcentagem significativa de religiosos (pastores), na amostra, apresenta particularidades que necessitam mais estudos para melhor compreensão dos dados encontrados. (DEUS, 2008).

É importante que não se exclua a influência de fatores espirituais na gênese da doença depressiva, mas é necessário, também, que se tenha uma compreensão integralizadora da mesma, levando-se em consideração, também, os fatores biológicos, genéticos, cognitivo, social, histórico, pessoal e econômico (SOLOMON, 2002), para que então, se consiga criar o suporte necessário para libertar os sujeitos deste cárcere. Os números da Organização Mundial da Saúde (OMS) demonstram de forma nítida que a depressão irá se alastrar de forma exacerbada que em 2030, ela será sozinha a maior causa de perdas entre todos os problemas de saúde, sendo mais comum do que outras doenças que são mais temidas pela população. Deste modo, pode-se questionar: será que os profissionais, em específicos, líderes cristãos evangélicos estão preparados para enfrentar tamanhos indicadores?

"Eis que meu povo está sendo arruinado porque lhe falta conhecimento" (Oséias 4:6).
Juiz De Fora - MG
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