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Palavra do leitor

O Deus inconsciente

As palavras do filósofo Robert Nozick com o enfoque de, diante do episódio do Holocausto, a fé cristã não perduraria, não teria nenhum sentido e somente permaneceria as fagulhas dos ensinos morais apregoados por Jesus. Não por menos, o acontecimento concreto de Auschwitz, com o extermínio massificado de judeus e outros povos, expressamente, parece ter posto Deus ou a crença em Deus na berlinda, no banco dos réus, na guilhotina. Então, o por qual motivo os judeus sobreviventes do período que estiveram nos campos de concentração, uma parte consisderável, não abriu mão de sua fé em Deus e não se bandearam para o ateísmo? O Rabion Richard Lowell Rubenstein disse que – ‘’como os filhos da terra nós, judeus, tínhamos uma ideia errada de nosso destino; nós perdemos toda esperança, consolo e ilusão ... um Deus que tolera o sofrimento até mesmo de uma única criança inocente ou é infinitamente cruel ou indiferentemente sem condições de oferecer qualquer esperança’’. Destarte, o por qual motivo figuras célebres e que deixaram referências para toda a humanidade, como Viktor Frankl, Anne Frank, Hugo Gabriel Gryn não abonandaram a ideia de apoiar sua vida em Deus, não houve uma ruptura absoluta, embora tivesse sofrido mudança na maneira de encarar essa relação, depois de serem testemunhas dos acontecimentos, em si, previa um fechar para toda e qualquer consideração com a fé?

Parto dessas pontuações e me dirijo para o dr. Viktor Frankl, fundador da Logoterapia, considerada como a terceira escola de psiquiatria de Viena, na Austria, com profundos e sólidos estudos na cura de pessoas com depressões e suicidas em potencial. Além disso, suas obras traduzidas para mais de vinte idiomas e exerceu a posição de professor nas Universidade de Harvard e Stanford. Em meio as todas as qualificações, chama – nos a atenção de que o mesmo, sua esposa e seus pais tiveram suas vidas interrompidas e levados para diferentes campos de concentração nazista. Eis as consequências, seu pai morreu de fome, sua mãe executada numa câmara de gás e sua esposa também morta em um campo de concentração. De toda a família, sobreviveram o próprio Viktor Frankl e sua irmã (está tinha saído da Alemanha e conseguiu se safar de ser lançada em um campo de concentração). A libertação de Viktor Frankl ocorreu em 27 de abril de 1945, em Auschwitz, com a chegada dos aliados.

Ora, Viktor Frankl havia se tornado, antes da eclosão da segunda guerra mundial, um admirável discípulo de Freud e sua experiência nos campos de concentração, primeiro em Dachau e por fim em Auschwitz determinou a ruptura com as idéias e teorias defendidas pelo seu outrora mestre. Afinal de contas, Freud estribado em seu declarado ateísmo, concebia no livro - O futuro de uma ilusão que a ‘’religião é uma compulsiva neurose universal da humanidade’’. Em direção oposta, para Viktor Frankl, a religião desempenhou, quando no campo de concentração, uma função de promoção de esperança e fez de pessoas normais em autênticas figuras de admiração. Retomo o fio da meada, segundo as alegações de Freud, ao validar e testificar, em decorrência de não manter nenhuma crença em Deus, ao se removerem todas as necessidades primais ou básicas, o ser humano se reduz aos instintos, são iguais, como animalizados e agressivos em face de quem quer seja, com o objetivo de atender suas necessidades, tanto de sobrevivência quanto de afeto, os conhecidos Eros e Tanatos. Já Viktor Frankl se deparou com homens e mulheres, apesar de privados das condições primais para atender suas necessidades, que não se igualaram, como aderidos ao cada um por si.

O interessante, segundo as observações feitas, por Viktor Frankl, não se rebaixaram ao desprezível e muitos se portaram como santos, como meios úteis e benéficos em prol do outro. Vou adiante, uma de suas mais expressivas palavras são que uns se tornaram em santos, outros em porcos. Agora, o por qual razão dessa diferenciação, entre santos e porcos, humanos e animalizados? A afirmativa do Deus inconsciente, sem haver uma concepção referente aos sistemas de teologia, mas sim se refere a uma dimensão espiritual ou transcendental, a qual, caso não seja reconhecida, pode ocasionar distúrbios ao ser humano. Obviamente, Viktor Frankl não fez, em sua tese, uma apologia a este ou aquele Deus (como do credo dos cristãos), como também não O converte em uma energia, em uma mera idéia, em uma força impessoal, em qualquer coisa. Além do mais, o Deus inconsciente se estabeleceu na tese doutoral dele, com a direção de que o transcendental da vida tem contornos espirituais e não se encontra dentro de nós, mas fora de nós. Noutro ponto, Viktor Frankl afirma ser o Logos divino como o elemento que promove sentido a nossa existência. Por fim, muitos sobreviventes dos campos de concentração nazista sobreviveram devido a uma presença divina e pessoal que não estava neles e isto me remete aqueles que estão nos campos de concentração da vida.
São Paulo - SP
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