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Palavra do leitor

O Cristão e a Pena de Morte

Nos últimos dias, o debate político no Brasil parecia polarizado entre o "discurso de ódio" e a "mensagem do amor". Dizer que os rótulos são superficiais é reafirmar o óbvio. Nem tudo se resume a uma visão dialética de amor e ódio. Onde fica a justiça?
Alguns pregam o amor com sinceridade, mas há quem use o argumento apenas como desculpa para se perpetuar no poder, defender criminosos e continuar explorando a população.
Se pudéssemos voltar ao passado e presenciar o duelo entre Davi e Golias, o pacifismo extremo poderia nos levar a defender o gigante que, se pudesse, mataria o pequeno pastor sem o menor constrangimento.
Recentemente, muitos se manifestaram, até em nome de Jesus, defendendo uma pretensa visão cristã que tudo aceita e tudo perdoa, mas precisamos examinar as Escrituras, para ver se as coisas são realmente assim.
Embora não vivamos sob a lei de Moisés, "toda a Escritura é divinamente inspirada e útil para ensinar"... (2Tm.3.16). Portanto, não podemos descartá-la, mas precisamos aprender com ela e procurar compreendê-la na medida do possível.
Muitos já questionaram a coexistência entre o mandamento "não matarás" (Ex.20) e as ordens que Deus deu para exterminar algumas pessoas e povos. Como se pode conciliar tudo isso? Até onde podemos compreender, temos aqui o confronto de duas realidades. Uma coisa é a proibição do homicídio, outra é a pena de morte. Tal ambiguidade encontra-se ainda hoje na legislação de alguns países, como os Estados Unidos da América, sem que se veja nisso qualquer paradoxo.
Então, podemos sair matando por aí? De modo nenhum. A proibição do homicídio é para o indivíduo, enquanto a pena de morte é prerrogativa do Estado. Não podemos misturar estas coisas, como ocorreu no embate político recente.
Embora a lei de Israel estabelecesse a pena de morte para diversos crimes, a pena para o homicida é anterior a Moisés, tendo sido determinada pelo próprio Deus, logo após o dilúvio.
"Quem derramar o sangue do homem, pelo homem o seu sangue será derramado; porque Deus fez o homem conforme a sua imagem" (Gn.9.6).
Mesmo no Novo Testamento, a validade da execução permanece, conforme as palavras de Cristo e do apóstolo Paulo:
"Então Jesus disse-lhe: Embainha a tua espada; porque todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão" (Mt.26.52).
"Porque os magistrados não são terror para as boas obras, mas para as más. Queres tu, pois, não temer a autoridade? Faze o bem, e terás louvor dela. Porque ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz em vão a espada; porque é ministro de Deus, e vingador para castigar o que faz o mal" (Rm.13.3-4).
O fato de Jesus ter poupado a mulher adúltera não anula a possibilidade da pena de morte para os homicidas, conforme já demonstrado.

O ENSINAMENTO DE CRISTO

"Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; soltai, e soltar-vos-ão" (Lc.6.37).
A quem Jesus disse estas coisas? Aos seus discípulos e não a qualquer pessoa, conforme lemos em Lucas 6.20. Certamente, estas palavras são extensivas a todos os cristãos em todas as épocas, mas NÃO PODEM SER APLICADAS COMO POLÍTICA DE ESTADO.
Os magistrados não podem deixar de julgar e condenar os culpados nem passar a soltar todos os presidiários. Isto tornaria inviável qualquer sociedade.
O indivíduo deve ter o amor como base do seu relacionamento com o próximo, mas o Estado precisa exercer a justiça. Onde o amor predominar, a justiça deixará de ser dura, não por mudança na lei, mas pela ausência de necessidade. Se o amor entre os indivíduos evitar os homicídios, o Estado não precisará executar a pena de morte, caso esteja prevista em lei. Logo, o amor cristão pode transformar comunidades de baixo para cima e não de cima para baixo. A legislação não deve ser feita com amor nem com ódio, mas com justiça.

O PAPEL DA IGREJA

Igreja não é tribunal. Seu papel é pregar o evangelho, demonstrar o amor e dar oportunidade a todos. Não somos o Estado.
Jesus perdoou e salvou um dos ladrões que foram crucificados com ele, porém, não impediu sua morte. A salvação da alma não preserva necessariamente o corpo.
É verdade que a pena de morte pode dar lugar a eventuais injustiças, pois o sistema judiciário é falível, mas não podemos negar que, aqueles países que a adotam têm o direito de fazê-lo, inclusive com respaldo bíblico.

Pr. Anísio Renato de Andrade
Belo Horizonte - MG
Textos publicados: 27 [ver]
Site: http://anisiorenato.blogspot.com.br/
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